Cidades

BAIRRO AMAMBAÍ

Obras na antiga rodoviária não inibem violência e criminalidade na região

Comerciantes relatam que movimentação com as obras não afastaram população em situação de rua

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Cinco meses após o início das obras de revitalização na porção pública do terminal rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a antiga rodoviária de Campo Grande, a situação de violência e criminalidade ainda é rotina na vida dos comerciantes e pessoas que passam no entorno do prédio, que é dominado por pessoas em situação de rua e usuários de drogas.

As esperanças de que a área ficaria menos perigosa foram alimentadas pela própria prefeitura, que anunciou que estaria trabalhando junto com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) em um planejamento para oferecer reabilitação aos dependentes químicos que vivem no local.

No entanto, os donos de comércio e pessoas que frequentam a região relataram que o movimento está acontecendo na direção contrária, já que a todo mundo chegam mais pessoas em situação de rua e se fixam em pontos próximos a antiga rodoviária e comércios do entorno.

Proprietária de um brechó na rua Joaquim Nabuco, na lateral do antigo prédio, Érica Simões relatou ao Correio do Estado que, na época do início das obras, os comerciantes estavam esperançosos de que esse problema seria resolvido pela prefeitura da Capital.

“Achei que iam tirar eles da rua, mas os prédios abandonados na outra esquina servem como moradia para eles. Lá tem sofá, colchão, cadeiras, eles vivem naquele lugar”, aponta.

Por outro lado, a comerciante, que está no mesmo ponto há seis anos, relata que está com esperança, tanto para que a obra tome um ritmo mais acelerado após a virada do ano quanto para que a problemática com as pessoas em situação de rua seja resolvida.

“Estamos com fé e esperamos que dê uma alavancada [nas obras] no começo do ano. No fim do ano acho que está tudo parado mesmo”, afirma em relação ao ritmo das intervenções no prédio.

Ana Claúdia Aleman, de 49 anos, é dona de um comércio de bebidas na rua Dom Aquino, e contou ao jornal que também não percebeu uma diminuição nos casos de violência, principalmente envolvendo as pessoas em situação de rua.

“A violência só aumenta, sempre foi assim. Aqui, os moradores de rua brigam até de faca, com pessoas que passam por aqui, especialmente à noite”, afirma.

Ana Cláudia, que está há 15 anos com o comércio no mesmo ponto, acrescentou que a população de rua também interfere na clientela de seu comércio porque, de acordo com ela, muitas dessas pessoas pedem esmola ou comida para as pessoas que param para comprar ou beber alguma coisa no seu estabelecimento.

“Alguém para aqui, senta pra beber alguma coisa e já vem gente pedindo as coisas, incomodando os clientes”, pontua.

Em nota, a SAS afirmou que as ações da pasta no local são diárias e neste final de ano o trabalho está sendo intensificadas.

COOPERAÇÃO

Governo alemão quer ajudar comunidades indígenas de MS

Parceria internacional busca promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer a preservação ambiental em territórios indígenas de Mato Grosso do Sul

17/02/2025 09h00

Embaixador da Alemanha e o vice-governador Barbosinha se reuniram no fim de semana, em Dourados

Embaixador da Alemanha e o vice-governador Barbosinha se reuniram no fim de semana, em Dourados Foto: Divulgação

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O governo da Alemanha manifestou o interesse em apoiar comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul por meio de projetos voltados à preservação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à melhoria da qualidade de vida desses povos.

A iniciativa se alinha a uma política internacional do país europeu que busca fortalecer a proteção de populações tradicionais e da biodiversidade em diversas regiões do mundo.

No fim de semana, em Dourados, cidade distante 230 km de Campo Grande e que concentra a maior parte da população indígena do Estado, o ministro da Embaixada da Alemanha no Brasil, Wolfgang Bindseil, se reuniu com o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, além de lideranças indígenas e representantes do governo estadual.

O encontro visou discutir possíveis formas de cooperação para projetos que incentivem a agroecologia, a gestão sustentável dos territórios indígenas e o fortalecimento cultural e econômico dessas comunidades.

“Os povos indígenas são os guardiões das florestas e desempenham um papel essencial na conservação do meio ambiente. Nosso objetivo é ajudar essas comunidades a preservarem seus territórios, ao mesmo tempo em que garantimos meios sustentáveis de subsistência para elas”, afirmou Bindseil durante a reunião com os integrantes do governo do Estado e comunidades indígenas.

PRESERVAÇÃO

A preservação ambiental foi um dos pontos centrais do debate, uma vez que o desmatamento e a exploração ilegal de recursos naturais ameaçam os territórios indígenas.

No encontro ocorrido no fim de semana, Barbosinha ressaltou a importância da parceria internacional para fortalecer as ações ambientais no Estado.

“Mato Grosso do Sul tem um compromisso com o desenvolvimento sustentável. Estamos abertos a colaborações que contribuam para a proteção do meio ambiente e o bem-estar das comunidades indígenas”, elencou.

O encontro também contou com a presença do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, que ressaltou a relevância da biodiversidade local. 

“O Pantanal e o Cerrado têm uma biodiversidade única, e a sua conservação deve ser uma prioridade internacional. Trabalhar com as comunidades indígenas é uma estratégia eficaz para alcançar esse objetivo”, disse Verruck.

As lideranças indígenas, por sua vez, enfatizaram os desafios enfrentados diariamente, como invasões de terra, dificuldades no acesso a serviços básicos e os impactos das mudanças climáticas.

“Precisamos de políticas públicas eficazes para proteger nossas terras e garantir que a floresta continue de pé. O apoio da Alemanha pode ser um passo importante para fortalecer a nossa luta”, afirmou Otoniel Ricardo, representante do Conselho do Povo Terena.

Embora os detalhes da cooperação ainda estejam em fase de definição, novos encontros deverão ocorrer nos próximos meses para traçar um plano de ação concreto e definitivo.

“Estamos comprometidos em avançar nessas tratativas e acreditamos que essa parceria pode render frutos positivos tanto para os indígenas quanto para a preservação ambiental como um todo”, concluiu Bindseil.

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CASO VANESSA RICARTE

Riedel discute medidas mais eficazes no combate à violência contra mulher

Reunião ocorre após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada a facadas pelo noivo

17/02/2025 08h55

Reunião reuniu Riedel e diversas autoridades do primeiro escalão na noite de domingo (16)

Reunião reuniu Riedel e diversas autoridades do primeiro escalão na noite de domingo (16) Foto: Bruno Rezende

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Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), se reuniu com o alto escalão de sua gestão para discutir medidas mais eficazes no combate à violência contra mulher, na noite deste domingo (16), na sede da Governadoria, localizada no Parque dos Poderes, em Campo Grande.

A reunião ocorre após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada a facadas pelo noivo, na tarde desta quarta-feira (12), no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Reunião reuniu Riedel e diversas autoridades do primeiro escalão na noite de domingo (16)Jornalista Vanessa Ricarte, de 42 Anos, assassinada pelo noivo. Foto: Instagram

Horas antes de morrer, Vanessa solicitou medida protetiva contra o autor na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Em seguida, voltou para casa e foi morta com golpes de faca.

De acordo com o Ministério das Mulheres, o percurso de Vanessa até sua casa não poderia ter ocorrido sem a escolta da Patrulha Maria da Penha, segundo o protocolo de avaliação de risco para mulheres em situação de violência e que orienta o atendimento na Casa da Mulher Brasileira.

O feminicídio escancara uma série de falhas do poder público de Mato Grosso do Sul no enfrentamento da violência contra mulher, mostrando que medidas precisam ser tomadas e o modelo de atendimento à mulher vítima de violência precisa ser reformulado.

Na reunião, foram discutidos como será o trabalho integrado para fortalecer a rede de proteção à mulher vítima de violência e mudar a estrutura do modelo atual. Po enquanto, soluções ainda não foram apresentadas, mas serão divulgadas nos próximos dias.

O objetivo da reunião é apresentar soluções mais eficazes no combate à violência, fortalecer a rede de proteção e apoio à mulher e reestruturar o atual modelo que presta atendimento às mulheres.

Participaram da reunião

  • Secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira
  • Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Patrícia Cozzolino
  • Secretária de Cidadania, Viviane Luiza
  • Secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez
  • Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Bailosa
  • Delegado-geral a Polícia Civil, Lupérsio Degerone
  • Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Dorival Renato Pavan
  • Líder da campanha #TodasPorElas, desembargadora Jaceguara Dantas Da Silva
  • Procurador-geral de Justiça, Romão Avilla Milhan Junior

De acordo com o governador, o atual modelo que tem se mostrado falho, pois, feminicídios e tentativas de feminicídio continuam ocorrendo.

‘Se o modelo posto não tem gerado o resultado esperado, a gente tem que mudar o modelo. A gente não tem tido o êxito necessário, pois os casos [de feminicídio e tentativa de feminicídio] continuam acontecendo. Essa é minha angustia e demanda para que todos se mobilizem em torno de ações concretas, que gerem resultado e barre esse tipo de ação com a frequência que tem tido dentro de Mato Grosso do Sul. Importante registrar que as instituições estão mobilizadas, e esse é o primeiro passo, todos convergentes em uma mesma ação para que consigamos em um curto prazo fazer diferente”, ressaltou o governador.

O ASSASSINATO

Jornalista, Vanessa Ricarte, de 42 anos morreu esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, de 47 anos, em 12 de fevereiro de 2025, no Jardim São Bento, em Campo Grande.

Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Santa Casa, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. A morte foi confirmada por amigos em um grupo de jornalistas do WhatsApp às 23h55min de quarta-feira (12).

Caio está preso na DEAM.

Eles namoravam há 4 meses e moravam juntos. Ele tem passagens pela polícia por roubo, tentativa de suicídio, ameaça e violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

A jornalista morreu quatro dias antes de seu aniversário. Ela era assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e se formou em jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

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