Oito de 12 crianças confirmaram que foram abusadas por José Carlos da Silva, 36 anos, em Rio Brilhante, cidade distante 158 quilômetros da Capital. As vítimas têm entre 8 e 11 anos e contaram ao delegado André Luiz de Mendonça Fernandes os detalhes de cada caso. O celular usado para mostrar os vídeos pornográficos aos menores estava com o filho do acusado, de 9 anos, e é alvo de perícia.
O delegado que cuida do caso falou ao Portal Correio do Estado que agora as investigações estão concentradas no aparelho celular do filho de José. Um outro aparelho havia sido apreendido com o suspeito, mas foi descoberto que o aparelho usado nos abusos estava com o filho de José.
Os investigadores também analisaram o computador de José Carlos e encontraram registros de vários sites pornográficos acessados. A suspeita é de que no celular haja algum vídeo baixado desses sites e exibido para as crianças.
Ainda de acordo com o delegado, das 12 vítimas inicialmente identificadas, duas não foram ouvidas por terem entre 4 e 5 anos de idade. Elas serão encaminhadas para uma psicóloga que fará a análise na presença das mães. Das outras 10 crianças, duas foram ouvidas mas não deixaram claro se foram abusadas ou não. "Elas não têm noção da gravidade dos fatos", disse o delegado.
José Carlos está em uma cela da delegacia de Rio Brilhante e pode ser transferido para o presídio da Máxima em Dourados ainda hoje. A transferência do acusado era aguardada para Campo Grande, mas para manter a segurança de José, ele será mantido na delegacia até conseguir vaga em Dourados.
Conforme o delegado, durante as investigações, foi descoberta uma ocorrência de outro estupro cometido por José Carlos, mas a vítima desistiu da queixa. A polícia vai investigar se a desistência seria em razão de ameaça do acusado.
Se for condenado, José Carlos vai responder por estupro de vulnerável e ameaça. A pena é de 8 a 15 anos, mas ainda será definido se a pena por cada crime ou se poderá haver vinculação dos casos, o que diminuiria os anos na cadeia.