Em um cenário rústico, onde estrutura das casas era de madeira e o reboco era uma mistura de barro e excremento de gado surgem as primeiras indústrias de Campo Grande: uma olaria e um matadouro.À época, meados de 1909, essas empresas surgiram para atender às necessidades mais urgentes daqueles que viviam no município: moradia e alimentação.
“Não tinha como fazer casa. Todas eram de madeira amarradas com barro, então eles precisavam”, explica o historiador Edson Contar. Segundo ele, a olaria ficava na Fazenda Bandeira, nas proximidades de onde hoje fica o Museu José Antônio Pereira, e pertencia à Amando de Oliveira, dono da primeira casa de alvenaria da cidade. “Logo depois surgiu a olaria do Manoel Vendas, nos altos da rua Joaquim Murtinho”.
Ainda nesse período, ocorreu a construção do matadouro público, consequência de projeto aprovado pelos nove vereadores que compunham a Câmara Municipal entre 1909 e 1911. “Cada um matava a sua vaca e havia a relação de troca, da carne de um pelo arroz do outro, mas conforme a população foi crescendo tinha gente que não tinha gado”, complementou o historiador.
Mais tarde, o Engenho da Serra também marca esse processo inicial de industrialização na Capital. De acordo com Contar,”era uma fábrica de rapadura, açúcar e aguardente e tinha um moinho para fazer fubá. O dono era o Lázaro Borges e ficava na região do São Francisco”.
Dentre as fábricas do período, o historiador destaca a de Estevão Rodrigues.
“Respeito muito essa indústria, porque trouxe algo diferente para Campo Grande”. Especializada na construção de carroças e carrocerias, foi responsável pela fabricação da “jardineira” - com as laterais abertas, o primeiro ônibus a circular em Campo Grande, com itinerário bairro Amambaí - Cascudo, hoje, bairro São Francisco.