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Onda do papel reciclado começa a ser questionada

Onda do papel reciclado começa a ser questionada

BRUNA LUCIANER, COM INFORMAÇÕES DO VALOR ECONÔMICO

08/03/2011 - 17h09
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Até onde vale a pena, do ponto de vista ambiental, utilizar papel reciclado? Um estudo realizado pelo Laboratório de Química, Celulose e Energia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), solicitado pela International Paper do Brasil (IP), mostra que, no processo industrial, se gasta mais energia, água e químicos para produzir o papel reciclado do que fazer o mesmo processo utilizando fibras virgens. Por outro lado, a reciclagem reduz a quantidade de resíduos jogados nos lixões e aterros sanitários, além de proporcionar emprego e renda para catadores. O termo perfeito para classificar o engodo: uma faca de dois gumes.
Os papéis reciclados são compostos de uma mistura entre as aparas de pós-consumo, aquelas já utilizadas pelo consumidor e recolhido, por exemplo, por cooperativas formadas por catadores, e as aparas pré-consumo, que são o refugo ou perda dos produtos não usados nas gráficas. Essa relação varia entre 25% e 30% de pós-consumo, e o restante de pré-consumo.
O preço do reciclado, que chegou a ser 20% a 30% maior do que o branco quando lançado no início da década, praticamente igualou-se. Apesar disso, o reciclado representa não mais do que 7% da produção nacional de papel para imprimir e escrever, em torno de 1,2 milhão de toneladas.
Isso porque os fabricantes não conseguem atender toda a demanda por escassez de matéria-prima – faltam aparas de boa qualidade. A realidade é diferente da que acontece nos EUA e Europa. Lá, os papéis reciclados para imprimir e escrever, coletados em sua maioria pelas famílias e empresas, são fabricados com aparas de melhor qualidade. São mais brancos do que os convencionalmente encontrados no Brasil cuja aparência é ligeiramente bege de modo a disfarçar as imperfeições. Para o papel reciclado do Brasil ficar igual ao similar estrangeiro, isso significa maior consumo de energia, água e químicos para bem tratá-los e convertê-los ao processo de produção.
Apesar de o estudo citado no início da matéria fazer uma comparação com uma realidade inexistente no país (utiliza-se como parâmetro um papel com 100% de aparas pós-consumo), ele indica que o consumo de água no reciclado chega a 64 metros cúbicos por tonelada - acima dos 10 metros cúbicos do papel de consumo do papel de fibra virgem. Se a fábrica de papel for integrada a uma unidade de produção de celulose, consome-se mais 35 metros cúbicos de água – ainda assim abaixo da produção do reciclado.
A fase mais complicada para a produção do reciclado, segundo o estudo, está no processo de destintamento das aparas pós-consumo. Nesta etapa, são usados diversos produtos químicos – peróxido de hidrogênio, hidróxido de sódio e enzimas – para remover as tintas impressas ou escritas no papel. O resultado é uma geração de resíduos sólidos, incluindo metais pesados, que precisam ser tratados. Como resultado, a polpa – a matéria-prima a ser reaproveitada como papel reciclado - é menos branca, com características inferiores de aparência, resistência e desempenho em relação ao papel branco.
Conta ainda a favor do papel branco produzido a partir de florestas plantadas o fato de as árvores capturarem mais gás carbono da atmosfera. No caso do reciclado, esse sequestro já aconteceu. Em entrevista ao Valor Econômico, Robinson Cannaval, da IP, esclarece que a solução é escolher o papel conforme o tipo de uso, evitando os excessos e desperdícios. “Se a empresa deseja imprimir um código de barras, é melhor optar por um papel branco porque se terá um maior contraste. Se for um reciclado, a empresa teria de pintar uma tarja branca para se obter o mesmo resultado. É um gasto a mais em tinta.”

BR-158

Casal em moto é arrastado por 135 metros em rodovia no interior de MS

José Reis Antônio e Sônia Ribeiro de Camargo Silva foram atropelados no KM 130 da BR-158; suspeito de arrastar o casal fugiu sem prestar socorro

01/12/2024 13h33

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado Reprodução

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Identificados como José Reis Antonio Filho e Sonia Ribeiro de Camargo Silva, o casal envolvido no acidente no quilômetro 130,3 da BR-158, segundo boletim de ocorrência, teve sua moto arrastada por cerca de 135 metros após ser atingida na traseira pelo motorista que, após o atropelamento, fugiu sem prestar socorro. 

Conforme boletim de ocorrência, o acidente registrado por volta de 19h30min deste sábado (30 de novembro), aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado, sendo que o Onix vermelho encontra-se no nome de uma pessoa e no interior do carro foi encontrada a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de outra.

Apontado como suspeito de atropelar o casal, o Sr. Evangelista Pereira dos Santos deixou a carteira, Contendo documentos e cartões de crédito, bem como o celular, e "evadiu do local tomando rumo ignorado", segundo boletim de ocorrência. 

Acidente fatal

Como bem descreve o b.o, as diligências periciais verificaram que, o ponto em que o carro bateu com a moto do casal estava há, mais ou menos, 75 metros do local onde o primeiro corpo (vítima José Reis) foi arremessado. 

"Sendo que o segundo corpo (vítima Sônia) estava há aproximadamente 13,9 metros do corpo da primeira vítima e há aproximadamente 45,9 metros do local em que os veículos pararam", descreve o boletim de ocorrência. 

Presa ao capô do ônix, a moto do casal foi arrastada por aproximadamente 135 metros até onde os veículos pararam, com as vítimas recolhidas pela Funerária Nossa Senhora Aparecida de Aparecida do Taboado, levados até a Unidade Regional de Perícias e de Identificação (URPI) de Paranaíba para os devidos exames necroscópicos. 

Registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, omissão de socorro e fuga do local do acidente, as investigações do caso continuam em busca de localizar o responsável, para esclarecer as circunstâncias do acidente.

Fim de semana sombrio

Outro acidente fatal foi registrado nas rodovias sul-mato-grossenses neste final de semana, vitimando uma pessoa e ferindo outras quatro, em trecho da MS-386 distante cerca de 312 quilômetros de Campo Grande, como bem acompanhou o Correio do Estado

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para socorrer as vítimas, após um dos três veículos envolvidos perder estabilidade devido às fortes chuvas que atingiam o trecho. 

Ao todo, se envolveram no acidente: dois veículos Corrola (um de Amambai e outro de Bela Vista) e um fiat Pálio, esse último pertencente a um morador da comunidade indígena de Laguna Carapã.  
 

 

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Cidades

Mulher que enganou o Exército por 33 anos terá que devolver R$ 3,7 milhões de pensão

Investigada foi condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos; a fraude ainda contou com a ajuda de sua avó, que foi quem denunciou o caso

01/12/2024 12h30

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões Reprodução - redes sociais

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O Superior Tribunal Militar (STM) rejeitou, por unanimidade, o recurso de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza (55), condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos para se passar por filha de um tio-avô, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.

A decisão, divulgada na última sexta-feira (30), manteve a determinação de que a mulher devolva R$ 3,7 milhões recebidos de forma indevida ao longo de 33 anos.  

A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa da ré, argumentou que Ana Lúcia não teve intenção criminosa, visto que o registro como filha do militar foi realizado quando ela ainda era menor de idade.

O tribunal considerou que as evidências indicam plena consciência do ato fraudulento e decidiu por manter a condenação imposta pela pela Justiça Militar em Mato Grosso do Sul de devolver o valor. O relator do caso foi o ministro Odilson Sampaio Benzi.  

Entenda o caso

De acordo com informações do G1, o esquema começou no ano de 1988, quando Ana Lúcia utilizou documentos falsificados para se registrar sob o nome de Ana Lúcia Zarate e solicitar a pensão de Vicente Zarate - seu tio-avô e ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Vicente faleceu em outubro daquele ano, e os pagamentos indevidos tiveram início ainda em novembro de 1988, estendendo-se até 2022. 

No entanto, a fraude teve origem bem antes, no dia 25 de setembro de 1986, quando Ana Lúcia, ainda menor de idade, conseguiu ser registrada como filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz em um cartório de Campo Grande (MS). De posse da nova certidão, ela emitiu uma nova identidade e CPF com o sobrenome Zarate.

Com esses documentos, a mulher solicitou a habilitação como pensionista na Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas (SSIP 9) do Exército. O pedido foi aprovado, permitindo que ela recebesse o benefício integralmente.   

Ao longo dos anos, Ana Lúcia utilizou dois nomes e documentos diferentes para manter o esquema. A Justiça Militar destacou que, mesmo após ser orientada pelo marido a interromper os pagamentos indevidos, ela decidiu continuar recebendo a pensão.

De acordo com a decisão, o fato de Ana Lucia utilizar dois nomes, identidades e CPFs diferentes, evidencia o fato de “ludibriar” a Administração Militar com o objetivo de receber o benefício indevido, o que caracteriza a autoria e a materialidade do crime de estelionato.

Conforme os dados do TCU, Ana Lúcia recebeu, entre 2004 e 2022, uma pensão mensal de R$ 4.952 (valores corrigidos historicamente pela Corte de Contas). Entre os anos de 1988 e 2003, os depósitos variavam entre R$ 2.028 e R$ 8.299,80.

Denúncia partiu da própria avó

O caso veio à tona em 2021, quando a própria avó paterna de Ana Lúcia, Conceição Galache, denunciou o esquema. Insatisfeita com os valores repassados pela neta, Conceição exigiu R$ 8 mil sob ameaça de revelar a fraude.

Após não ser atendida, procurou a Polícia Civil e a administração militar, informando que Ana Lúcia não era filha de Vicente Zarate.  

Durante o processo, Ana Lúcia admitiu que era, na verdade, sobrinha-neta de Vicente e que usava o sobrenome Zarate apenas para garantir o benefício, ela também revelou que dividia o valor recebido com a avó, que teria ajudado a obter os documentos fraudulentos. Ana Lúcia contou também que não vivia com seu tio-avô, e não o tratava como pai.    

Com a denúncia e a abertura de sindicância, a fraude foi comprovada e o pagamento da pensão suspenso. Conceição faleceu em maio de 2022, antes de ser ouvida pelas autoridades.  

A DPU ainda não se manifestou sobre o desfecho do caso.  

 

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