Após dia de transtornos, o transporte coletivo voltou a funcionar normalmente nesta quinta-feira (19), em Campo Grande.
Toda a frota voltou a funcionar. Veículos saíram das garagens nesta madrugada. Terminais e pontos de ônibus estão cheios.
O transporte público poderá parar novamente na próxima semana, desta vez por tempo indeterminado, caso os motoristas votem a favor da greve na assembleia do próximo sábado (21).
Motoristas de ônibus 'cruzaram os braços' e a Capital amanheceu sem transporte coletivo nesta quarta-feira (18). Aproximadamente 120 mil usuários do transporte coletivo, que dependem da condução diariamente, foram prejudicadas pela paralisação.
A aposentada Maria Alves usa o transporte coletivo quase todos os dias para visitar seu filho e neta em outro bairro da Capital. Ontem, ela não viu sua família pois não tinha meio de locomoção.
"Não pude visitar meu filho ontem. Queria muito ter ido, mas o ônibus parou, não passou aqui perto da minha casa, e daí tive que adiar a visita para hoje", contou.
Para evitar outras greves, o valor da passagem pode subir 40 centavos e chegar a R$ 4,80. Atualmente, o valor da tarifa é de R$ 4,40.
Reunião
Audiência de conciliação, entre Consórcio Guaicurus, Prefeitura Municipal de Campo Grande e Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), foi realizada na tarde de quarta-feira (18), para solucionar a paralisação dos ônibus na Capital.
Durante a reunião, a Prefeitura de Campo Grande propôs que a tarifa técnica seja de R$ 5,80 e os usuários paguem R$ 4,80 pelo valor da passagem.
A prefeita da Capital, Adriane Lopes, afirmou que o reajuste tarifários é pensado de uma forma que não tenha impacto no bolso do usuário.
“Estamos buscando uma solução que impacte o quanto menos os usuários do transporte coletivo. Estamos buscando a renovação do convênio com o governo do Estado para que ele também subsidie os alunos das escolas estaduais”, disse.
Porém, o advogado do Consórcio Guaicurus, Felipe Barbosa, afirmou que a tarifa técnica de R$ 5,80 não resolve o problema, não garante reajuste salarial para os motoristas e que o valor deveria ser de R$ 7,72 ou R$ 7,79.
“É inviável dentro do que a prefeitura propõe. A empresa não terá condições de dar qualquer valor de reajuste para seus funcionários se a tarifa técnica realmente ser fixada em R$ 5,80. Não é possível dar um reajuste digno para eles”, declarou.
Em relação ao reajuste salarial, a proposta feita pelo desembargador Tomás Bawden, para satisfazer tanto motoristas, quanto o Consórcio Guaicurus, foi a seguinte: conceder 10% de reajuste ao invés dos 16% pedidos pela categoria, sendo que 8% seria de imediato e retroativo referente a 18 de novembro, mais 1% em maio e mais 1% em setembro.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas, a proposta será apresentada em assembleia geral neste sábado (21).
A categoria pode aceitar, bem como fazer uma contraproposta para a prefeitura ou até mesmo recusá-la e decretar greve.
Durante a reunião, também foi decidido que nenhuma outra paralisação deve acontecer no restante da semana e, se as partes não chegarem a um acordo e a categoria decidir por uma greve sem tempo determinado para acabar, é preciso garantir que pelo menos o mínimo da frota de ônibus saia das garagens nos dias de protesto, para que o usuário não seja prejudicado.
Passe do estudante
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, garantiu o pagamento do passe do estudante, dos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE), no ano de 2023.
Com isso, a gratuidade oferecida pela Prefeitura de Campo Grande aos estudantes, será custeada pelo governo do Estado.
"A prefeita Adriane veio solicitar apoio do Estado para garantir o repasse de recursos para que esses alunos continuem com a gratuidade no transporte coletivo em Campo Grande, e teve da nossa parte a garantia desse apoio, desse auxílio no transporte desses alunos em nossa Capital", destacou o governador.
De acordo com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, 13.211 alunos da rede estadual utilizam o serviço diariamente para ir e voltar da escola.
"Conversamos para garantir esse convênio, tendo em vista a necessidade atual e o avanço dos estudos para a nova tarifa no município de Campo Grande. Essa parceria é muito importante. Ainda não temos os números fechados, mas no governo anterior eram 13.211 alunos da rede estadual. Vamos esperar encerrar as matrículas", pontuou.



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