A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que parte da resistência ao uso do etanol vem da oposição dos interesses ligados ao petróleo. Hoje, o secretário-executivo da Convenção da ONU para Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, ressaltou que o etanol brasileiro "não gera desmatamento" e é sustentável, mas criticou os biocombustíveis de outras fontes. Para ele, apenas o etanol que seja produzido de forma sustentável fará parte de uma solução final para garantir a redução de emissões de gás carbônico no mundo. E ainda alertou: "Uma solução climática no mundo não passa por abandonar um combustível por outro. Todos terão de estar envolvidos."
De Boer lidera os esforços da ONU para conseguir que, até o final de 2009, um acordo internacional estabeleça regras para reduzir as emissões de gás carbônico. Em sua avaliação, o mundo precisará de investimentos de até US$ 300 bilhões para reduzir as emissões até 2030 aos níveis de 1990. Pouco, em comparação com os US$ 20 trilhões que serão necessários em termos de investimento no setor de energia até 2030 para alimentar o mundo.
No que se refere ao etanol, De Boer admitiu que o assunto não é bem recebido pelos produtores de petróleo. "Cada país e setor tem seu interesse", disse. "O pessoal do petróleo não gosta desse debate (do etanol)", admitiu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já alertou no início do mês em Roma que os "dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e de carvão".
Com informações da Agência Estado