Cidades

CIGARREIROS

Operação da PF mirou chefões de quatro quadrilhas de contrabandistas

Policial rodoviário foi apontado como suspeito nas investigações

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Equipes da Polícia Federal foram às ruas hoje (08) para cumprir 33 mandados de busca e apreensão e 40 de prisão no Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraná. Os alvos da Operação Teçá, como foi batizada, são líderes de quatro quadrilhas de contrabando de cigarros provenientes do Paraguai. As investigações também apontaram a participação de um policial rodoviário nos crimes. 

A força-tarefa contou com 130 policiais atuando na operação, que contou também com apoio do Exército. Das quatro organizações criminosas desmanteladas, uma já havia sido alvo nas operações Nepsi e Marco 334, de anos anteriores. No Estado, as cidades de São Gabriel do Oeste, Rio Brilhante, Amambai, Iguatemi, Mundo Novo, Japorã e Eldorado. 

As investigações, que começaram em 2018, trouxeram alto prejuízo para as organizações criminosas. Segundo com a Polícia Federal, a soma das apreensões de carga, veículos e outras mercadorias contrabandeadas atinge os R$144 milhões. Ao todo 155 veículos foram apreendidos.  

Dos 40 mandados de prisão, 30 foram cumpridos, já que alguns dos líderes eram considerados foragidos em operações policiais anteriores. Haviam também criminosos que já se encontravam em cárcere, atuando de dentro das prisões. Na casa dos presos na operação Teçá, foram apreendidos documentos, valores, joias, veículos, celulares, munições e R$31 mil em dinheiro vivo na residência de um dos envolvidos. 

De acordo com a Polícia Federal, as quatro organizações agiam de forma independente, mas cooperavam entre si. Com ampla rede de envolvidos, a logística era complexa. Os grupos contavam com olheiros, batedores, motoristas e até ‘freelancers’, que trabalhavam conforme demanda das quadrilhas e eram responsáveis por passar informações sobre barreiras de fiscalização da Polícia Rodoviária. 

As quadrilhas contavam ainda com o apoio de um policial rodoviário, que, conforme as investigações, teria sido subornado para deixar passar os caminhões carregados de cigarros. Identificado como Wilson Luiz, o policial atuava no posto rodoviário de Rio Brilhante.

Com a operação, ele foi preso e exonerado do cargo. Em Coletiva de Imprensa, o corregedor regional da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Eduardo Portugal, tratou a conduta do servidor como um deslize individual.  “Ano passado tivemos mais de R$31 milhões de cigarros apreendidos pela PRF no estado. Há indícios de participação de policiais, como as investigações demonstram, mas a esmagadora maioria combate efetivamente esse tipo de ilícito”.

Também na coletiva, o Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Fabrício Rocha, comentou os resultados da operação e enfatizou que, apesar da falsa impressão de menor potencial no contrabando de cigarros, outros crimes estão associados, como associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisa, além da concorrência desleal. Segundo Rocha, “Não raro se vê organizações vinculadas ao cigarro ligadas a outros crimes, como tráfico de drogas, tráfico de armas. Temos a preocupação e manteremos como mantemos com diferentes crimes”.

As investigações que culminaram na Operação Teçá tiveram início em 2018. Na maior apreensão feita pela PF, em junho de 2018, foram apreendidas 11 carretas em Ivinhema que transportavam mais de 1 milhão de maços de cigarros contrabandeados.

Dos presos hoje no Estado, todos serão encaminhados para o sistema prisional de Naviraí, com exceção do policial rodoviário.

BR-158

Casal em moto é arrastado por 135 metros em rodovia no interior de MS

José Reis Antônio e Sônia Ribeiro de Camargo Silva foram atropelados no KM 130 da BR-158; suspeito de arrastar o casal fugiu sem prestar socorro

01/12/2024 13h33

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado

Acidente aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado Reprodução

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Identificados como José Reis Antonio Filho e Sonia Ribeiro de Camargo Silva, o casal envolvido no acidente no quilômetro 130,3 da BR-158, segundo boletim de ocorrência, teve sua moto arrastada por cerca de 135 metros após ser atingida na traseira pelo motorista que, após o atropelamento, fugiu sem prestar socorro. 

Conforme boletim de ocorrência, o acidente registrado por volta de 19h30min deste sábado (30 de novembro), aconteceu aproximadamente 15km do Trevo da cidade, em Aparecida do Taboado, sendo que o Onix vermelho encontra-se no nome de uma pessoa e no interior do carro foi encontrada a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de outra.

Apontado como suspeito de atropelar o casal, o Sr. Evangelista Pereira dos Santos deixou a carteira, Contendo documentos e cartões de crédito, bem como o celular, e "evadiu do local tomando rumo ignorado", segundo boletim de ocorrência. 

Acidente fatal

Como bem descreve o b.o, as diligências periciais verificaram que, o ponto em que o carro bateu com a moto do casal estava há, mais ou menos, 75 metros do local onde o primeiro corpo (vítima José Reis) foi arremessado. 

"Sendo que o segundo corpo (vítima Sônia) estava há aproximadamente 13,9 metros do corpo da primeira vítima e há aproximadamente 45,9 metros do local em que os veículos pararam", descreve o boletim de ocorrência. 

Presa ao capô do ônix, a moto do casal foi arrastada por aproximadamente 135 metros até onde os veículos pararam, com as vítimas recolhidas pela Funerária Nossa Senhora Aparecida de Aparecida do Taboado, levados até a Unidade Regional de Perícias e de Identificação (URPI) de Paranaíba para os devidos exames necroscópicos. 

Registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, omissão de socorro e fuga do local do acidente, as investigações do caso continuam em busca de localizar o responsável, para esclarecer as circunstâncias do acidente.

Fim de semana sombrio

Outro acidente fatal foi registrado nas rodovias sul-mato-grossenses neste final de semana, vitimando uma pessoa e ferindo outras quatro, em trecho da MS-386 distante cerca de 312 quilômetros de Campo Grande, como bem acompanhou o Correio do Estado

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para socorrer as vítimas, após um dos três veículos envolvidos perder estabilidade devido às fortes chuvas que atingiam o trecho. 

Ao todo, se envolveram no acidente: dois veículos Corrola (um de Amambai e outro de Bela Vista) e um fiat Pálio, esse último pertencente a um morador da comunidade indígena de Laguna Carapã.  
 

 

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Cidades

Mulher que enganou o Exército por 33 anos terá que devolver R$ 3,7 milhões de pensão

Investigada foi condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos; a fraude ainda contou com a ajuda de sua avó, que foi quem denunciou o caso

01/12/2024 12h30

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões

Mulher que enganou o Exército por 33 anos devolverá R$ 3,7 milhões Reprodução - redes sociais

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O Superior Tribunal Militar (STM) rejeitou, por unanimidade, o recurso de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza (55), condenada pela Justiça Militar de Mato Grosso do Sul por falsificação de documentos para se passar por filha de um tio-avô, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.

A decisão, divulgada na última sexta-feira (30), manteve a determinação de que a mulher devolva R$ 3,7 milhões recebidos de forma indevida ao longo de 33 anos.  

A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa da ré, argumentou que Ana Lúcia não teve intenção criminosa, visto que o registro como filha do militar foi realizado quando ela ainda era menor de idade.

O tribunal considerou que as evidências indicam plena consciência do ato fraudulento e decidiu por manter a condenação imposta pela pela Justiça Militar em Mato Grosso do Sul de devolver o valor. O relator do caso foi o ministro Odilson Sampaio Benzi.  

Entenda o caso

De acordo com informações do G1, o esquema começou no ano de 1988, quando Ana Lúcia utilizou documentos falsificados para se registrar sob o nome de Ana Lúcia Zarate e solicitar a pensão de Vicente Zarate - seu tio-avô e ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Vicente faleceu em outubro daquele ano, e os pagamentos indevidos tiveram início ainda em novembro de 1988, estendendo-se até 2022. 

No entanto, a fraude teve origem bem antes, no dia 25 de setembro de 1986, quando Ana Lúcia, ainda menor de idade, conseguiu ser registrada como filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz em um cartório de Campo Grande (MS). De posse da nova certidão, ela emitiu uma nova identidade e CPF com o sobrenome Zarate.

Com esses documentos, a mulher solicitou a habilitação como pensionista na Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas (SSIP 9) do Exército. O pedido foi aprovado, permitindo que ela recebesse o benefício integralmente.   

Ao longo dos anos, Ana Lúcia utilizou dois nomes e documentos diferentes para manter o esquema. A Justiça Militar destacou que, mesmo após ser orientada pelo marido a interromper os pagamentos indevidos, ela decidiu continuar recebendo a pensão.

De acordo com a decisão, o fato de Ana Lucia utilizar dois nomes, identidades e CPFs diferentes, evidencia o fato de “ludibriar” a Administração Militar com o objetivo de receber o benefício indevido, o que caracteriza a autoria e a materialidade do crime de estelionato.

Conforme os dados do TCU, Ana Lúcia recebeu, entre 2004 e 2022, uma pensão mensal de R$ 4.952 (valores corrigidos historicamente pela Corte de Contas). Entre os anos de 1988 e 2003, os depósitos variavam entre R$ 2.028 e R$ 8.299,80.

Denúncia partiu da própria avó

O caso veio à tona em 2021, quando a própria avó paterna de Ana Lúcia, Conceição Galache, denunciou o esquema. Insatisfeita com os valores repassados pela neta, Conceição exigiu R$ 8 mil sob ameaça de revelar a fraude.

Após não ser atendida, procurou a Polícia Civil e a administração militar, informando que Ana Lúcia não era filha de Vicente Zarate.  

Durante o processo, Ana Lúcia admitiu que era, na verdade, sobrinha-neta de Vicente e que usava o sobrenome Zarate apenas para garantir o benefício, ela também revelou que dividia o valor recebido com a avó, que teria ajudado a obter os documentos fraudulentos. Ana Lúcia contou também que não vivia com seu tio-avô, e não o tratava como pai.    

Com a denúncia e a abertura de sindicância, a fraude foi comprovada e o pagamento da pensão suspenso. Conceição faleceu em maio de 2022, antes de ser ouvida pelas autoridades.  

A DPU ainda não se manifestou sobre o desfecho do caso.  

 

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