A oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff reagiu nesta quarta-feira à notícia sobre a cobrança de mensalidades diferentes para beneficiários do Prouni, programa de bolsas em universidades privadas que se transformou em uma das principais bandeiras do governo petista. O iG revelou que a Facet, faculdade sediada na Bahia, cobra uma mensalidade de R$ 690 para alunos em geral. Quando se trata de um bolsista do Prouni, no entanto, a instituição eleva o valor para R$ 1.210.
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (DEM-RN), considerou que o caso oferece base suficiente para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Segundo ele, o Congresso deveria se debruçar em uma investigação para apurar não somente os indícios de uma fraude na cobrança das mensalidades, mas também a possibilidade de o sistema servir de base para “lavagem de dinheiro” e “desvio de recursos”.
“Esta denúncia oferece base suficiente para uma CPI e eu quero ver quem é o parlamentar que vai se posicionar contra essa investigação”, afirmou Agripino. “Isso é uma nova vertente de corrupção. Estamos falando da relação do governo federal com faculdades, é muito grave”, emendou o senador.
Líder do PSDB na Câmara, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) adiantou que o partido pretende levantar mais informações e pedirá a investigação do caso. “O que não pode é o governo simplesmente sair contabilizando esse tipo de ação no velocímetro, sem que seja feita a devida fiscalização e controle de qualidade nas ações do programa”, queixou-se o parlamentar.
Nogueira voltou as críticas ao ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, que deixou o cargo ontem para disputar a prefeitura paulistana nas eleições deste ano. “Não podemos esquecer que o ministro deixou o cargo comemorando a marca de 1 milhão de bolsas no ProUni”, acrescentou Nogueira.