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Efeito Dominó

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Pai e filho formavam núcleo de lavagem de dinheiro do Cabeça Branca em MS

Laranjas forneciam nomes para aquisição de propriedades e veículos

Da Redação

15/05/2018 - 10h09
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A Operação Efeito Dominó, deflagada pela Polícia Federal de Curitiba (PR) na manhã desta terça-feira, desmontou núcleo de lavagem de dinheiro do traficante internacional Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, um dos maiores fornecedores de droga da América do Sul. A partir de Mato Grosso do Sul, pai e filho, presos em Dourados e Campo Grande, atuavam como laranjas, fornecendo nomes para compra de propriedades e imóveis.

Durante coletiva de imprensa na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, os delegados Roberto Biasoli e Igor Romário de Paula, explicaram que o filho, cuja a identidade não foi revelada, era um dos homens de confiança de Cabeça Branca. "Com apoio do pai, além de comprar fazendas, também plantava grãos e criava gado, bem como cedia dados pessoais para abertura de contas, sendo recompensado financeiramente", disse o delegado Igor.

De acordo com a PF, um dos mandados de busca e apreensão e prisão foi cumprido na Capital sul-mato-grossense, contra o filho, no condomínio de luxo Set Village, localizado na região da Vila Nasser. A outra prisão, do pai, ocorreu em imóvel na Rua Geni Ferreira Milan, nas imediações da Usina velha, em Dourados. Por conta do caráter sigiloso da operação, a polícia não revelou as identidades dos investigados, a fim de não comprometer desdobramentos da operação.

Também foi cumprido mandado de busca e apreensão em fazenda na cidade de Amambai, em nome do pai. Lá foi encontrada uma arma de fogo com calibre de uso restrito. A PF detalhou que a dupla é natural do Mato Grosso, mas veio para Mato Grosso do Sul à pressas, como forma de driblar as investigações, depois que o chefe da quadrilha foi preso no ano passado, no Paraná, durante a Operação Spectrum. Em território sul-mato-grossense, eles administravam fazendas do traficante no Mato Grosso, perto da fronteira com a Bolívia. As propriedades eram usadas como depósitos e entreposto do tráfico.

Núcleo dos doleiros

Considerado pela polícia como "executivo do crime organizado", Cabeça Branca operava de forma sistemática, com procedimentos e padrões pré-definidos. Por exemplo, ele tinha pouco contato com seus aliados e só falava com aqueles de maior importância na escala hierárquica da organização, tanto que dividia seus parceiros em dois setores principais: o da lavagem de dinheiro, operado pelos sul-mato-grossenses e o do grupo dos doleiros.

Entre os doleiros estava Carlos Alexandre, o Ceará, delator da Lava Jato que informou à justiça série de pagamentos de propina e esquemas de corrupção. Mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele continuava com suas operações ilegais. "Indícios apontam que ele e o traficante cooperavam mutuamente pelo menos desde 2016", pontuou o delegado Roberto.

Junto com Ceará também participavam outros dois doleiros, os maleiros, que faziam o transporte dos valores em espécie, e os laranjas. Tal esquema era importante para os dois lados. Os doleiros tinham a necessidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas. Por sua vez, o traficante tinha disponibilidade de recursos em moeda nacional e precisava de dólares para efetuar as transações com fornecedores de cocaína.

Parceria

A troca de serviços era parte importante do processo já que o dinheiro em espécie não deixa rastros e dificulta a investigação. "Temos uma lista com mais de 200 nomes de pessoas físicas e pessoas jurídicas envolvidas com o grupo e que serão investigadas. As que identificamos, conseguimos fazer a ligação com dificuldade, por conta do modo de agir deles", pontuou Roberto. 

A suspeita é de que Ceará tenha movimentado aproximadamente 140 milhões de dólares. Ele não trabalhava apenas com traficantes. A PF suspeita que quantia significativa do dinheiro sujo era entregue a políticos corruptos investigados na Lava a Jato. Cabeça Branca, por sua vez, também operava cifras milionárias com o envio de cocaína para a Europa. Em grandes centros do velho continente, o quilo da droga vale de 20 mil a 40 mil euros.

Operação

A Operação Efeito Dominó é desdobramento da Operação Spectrum, deflagrada pela PF ano passado. A ação mirou alvos em Campo Grande e Dourados, onde houveram prisões, além de Amambai, bem como em outras oito cidades nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Distrito Federal e São Paulo. Ao todo, 90 policiais foram às ruas cumprir 18 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária. Foram apreendidos dinheiro, veículos, arma de fogo e documentos.
 

Em Campo Grande

Shoppings, escola e Corpo de Bombeiros são pontos de vacinação nesse fim de semana

Doses disponíveis são voltadas para imunização contra a gripe; confira os grupos que podem se vacinar

20/04/2024 08h21

Idosos, gestantes e crianças a partir de seis meses estão entre o público-alvo. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Em Campo Grande, dois shoppings, três unidades de saúde, uma escola municipal e o Quartel Central do Corpo de Bombeiros são os pontos itinerantes disponíveis para a vacinação contra a gripe nesse sábado (20). Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até o momento, aproximadamente 43 mil pessoas foram imunizadas, o que representa quase 15% do público-alvo.

O município deu início à vacinação contra a doença no dia 21 de março, antecipando o calendário nacional. A expectativa é vacinar ao menos 90% do público prioritário, estimado em cerca de 300 mil pessoas em Campo Grande. Inicialmente, a campanha deve ocorrer até o dia 31 de maio, conforme o cronograma do Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, reforça a importância das pessoas buscarem as unidades para se vacinar. “É fundamental que as pessoas que pertencem aos públicos prioritários busquem as unidades para se vacinar. A vacina é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos”, destacou.

A profissional da saúde explica ainda que a influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, sendo este um vírus de elevada transmissibilidade com distribuição global. "A tendência é de disseminação fácil, resultando em epidemias sazonais, podendo também causar pandemias”, complementa Rosana.

Neste ano, a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra três tipos de cepas de vírus em combinação: a. A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09; b. A/Thailand/8/2022 (H3N2); c. B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria), conforme a Instrução Normativa (IN) no 261, de 25 de outubro de 2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Onde se vacinar?

20 de abril (sábado)

  • Shopping Norte Sul – 10h às 18h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30
     
  • USF Moreninha – 7h30 às17h
  • USF Caiçara – 7h30 às 17h
  • USF Serradinho – 8h às 12h
     
  • E. M Fauzi Gattas Filho – 8h às 12h

21 de abril (domingo)

  • Shopping Norte Sul – 11h às 19h
  • Shopping Bosque dos Ipês – 10h às 17h
     
  • Quartel Central Corpo de Bombeiros – 7h30 às 16h30

Grupos prioritários

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  • Pessoas de 60 e mais
  • Gestantes
  • Puérperas
  • Indígenas vivendo fora de terra indígena
  • Indígenas vivendo em terra indígena
  • Trabalhadores de saúde
  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos)
  • Adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos)
  • População privada de liberdade (18 anos e mais)
  • Funcionário do sistema de privação de liberdade
  • Comorbidades
  • Professores
  • Pessoas em situação de rua
  • Forças de segurança e salvamento
  • Caminhoneiros
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso
  • Trabalhadores portuários

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

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