Da redação
O torcedor palmeirense não gosta de lembrar da rodada final das duas últimas edições do Campeonato Brasileiro. Palestra Itália lotado, time precisando ganhar e ... Desastre! As derrotas que causaram a revolta dos torcedores foram justamente para os dois próximos adversários: Atlético Mineiro e Botafogo. Neste domingo, às 16 horas, o Palmeiras recebe os mineiros com a chance de apagar os dois anos anteriores - e também para mostrar que a crise em que se encontra é apenas passageira.
No último jogo de 2007, a derrota por 3 a 1 tirou os paulistas da Copa Libertadores do ano seguinte. Naquele 2 de dezembro de 2007, um time totalmente diferente do atual: ninguém mais faz parte do clube.
O título ainda é o objetivo principal desta vez, mas as dificuldades - São Paulo, Flamengo e Internacional precisam tropeçar neste domingo e semana que vem - fazem o Palmeiras brigar mesmo por vaga na competição continental. Se ganhar do Atlético, dará um passo importante. A derrota, porém, será desastrosa.
O clima no clube não anda tão bem após uma sequência que o tirou da liderança - ficou em 1.º lugar por 19 rodadas - e o levou à 4 ª colocação. Há dez dias, o revés para o Grêmio por 2 a 0, no Sul, mostrou um despreparo emocional entre os jogadores - Obina e Maurício trocaram agressões no intervalo, foram expulsos e receberam o "cartão vermelho" da diretoria.
O grupo garante que não há divisões no clube. Mas, que a pressão existe, ninguém nega. "Temos de mostrar para o torcedor que estamos juntos", afirmou o meia Cleiton Xavier, que volta aos gramados após cinco jogos parado, recuperando-se de lesão na coxa.
Para lotar o Palestra, a diretoria realizou promoção e diminuiu o valor dos ingressos. "Se não tiver ninguém no estádio, vai dar moral para o adversário", imaginou Diego Souza. "A torcida vai nos ajudar", acreditou Muricy Ramalho.
Apesar do difícil caminho, o camisa 7 confia no título. "São resultados possíveis. O São Paulo tem jogo difícil e o Corinthians não vai entregar para o Flamengo", previu Diego.
Muricy Ramalho faz mistérios na escalação. O treinador levou o elenco para Itu, em busca de paz. No interior, priorizou trabalhos táticos e técnicos. E armou alternativas para este domingo. Como o lateral Armero está suspenso - Pierre também não joga, por ter levado o terceiro cartão amarelo -, Muricy colocou Wendel na esquerda. "Testamos vários jogadores na posição. Ele (Wendel) faz bem a cobertura e é rápido. Vamos enfrentar um time que é veloz", explicou o treinador.
Vagner Love recupera a vaga de titular, no lugar do brigão Obina "Ele é profissional e não tenho nada de reclamar dele", afirmou Muricy, sobre o atacante que marcou apenas quatro gols em dez jogos.
ALGOZ
O Botafogo, adversário da última rodada, também levou dor de cabeça aos paulistas. No ano passado, o triunfo por 1 a 0 obrigou o Palmeiras a participar da pré-Libertadores, caindo depois num grupo complicado. Marcos, Pierre, Sandro Silva, Jumar e Diego Souza são os jogadores que atuaram naquela partida e seguem no grupo.
Edmílson chegou apenas este ano, mas não quer ouvir falar de tropeços antigos. "Na minha vida não vejo o que passou, só o que tem pela frente", declarou. "Isso (lembrar de derrotas) só traz coisas negativas. As glórias são para serem lembradas e as derrotas devem ser esquecidas". Neste domingo, os palmeirenses não querem saber de tropeço. (informações da Agência Estado)