Cidades

PROPOSTA DO GOVERNO

Para presidente da CNI, cortes no Sistema S causarão o fim de escolas

As negociações ainda continuam com a Casa Civil e com o Ministério do Desenvolvimento

FOLHAPRESS

22/09/2015 - 15h10
Continue lendo...

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, reclamou nesta terça-feira (22) dos cortes que o governo quer fazer na transferência de recursos para o chamado Sistema S, que reúne entidades como o Sesi e o Senai. Para ele, a proposta do governo de cortar cerca de 20% da parcela da contribuição de empresas ao sistema trará "grandes sacrifícios" para as entidades.

Inicialmente, o governo propôs fazer um corte de 30% nos recursos repassados mas nesta segunda (21), diante de pressões, sinalizou que pode baixar o valor para 20%. O montante será usado para cobrir o rombo da Previdência. Os dirigentes da CNI, Fiesp e Firjan, no entanto, não consideram a mudança suficiente.

"A proposta que foi ventilada realmente vai trazer grandes sacrifícios para o Senai e o Sesi provavelmente com o fechamento de escolas nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, com muitos alunos deixando de ter a educação profissional que hoje lhes é oportunizada e de maneira gratuita", afirmou Andrade.

Segundo Andrade, as negociações ainda continuam com a Casa Civil e com o Ministério do Desenvolvimento para que se chegue a "um entendimento para resolver esse assunto sem que haja prejuízos grandes para o Sistema S mas que também ajude a União e o governo a minorar os problemas de caixa".

Andrade se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a quem fez uma apelo para que a proposta não seja aprovada pelo Congresso. "Ele nos escutou. Ele conhece o sistema e entende as nossas dificuldades", disse. O governo deve encaminhar uma medida provisória ao Congresso com a mudança.

Na conversa, Andrade ainda demonstrou a Renan sua preocupação com a votação de vetos presidenciais a propostas que causam grande impacto financeiro para os cofres públicos. Os vetos estão na pauta da sessão conjunta do Congresso, marcada para a noite desta terça. No entanto, a movimentação no governo e na base aliada é pelo adiamento da sessão. O próprio Renan já indicou que não pretende abrir a sessão.

"É importante que esses vetos sejam mantidos porque o país está passando por uma dificuldade muito grande. Independente do mérito do projeto de um ou outro aumento de despesa, nós entendemos que neste momento o País não pode de maneira alguma aceitar nenhum tipo de aumento de despesas porque nós estamos extremamente fragilizados", disse Andrade.

INQUÉRITO CIVIL

Propriedade rural entra na mira do MPE por descarte e armazenamento de agrotóxicos

Município longe 362 quilômetros de Campo Grande é alvo de inquérito que apura irregularidades no armazenamento, uso e descarte de defensivos agrícolas

22/06/2025 18h00

Descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região.

Descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região. Reprodução/DecomMPMS

Continue Lendo...

Longe aproximadamente 362 quilômetros de Campo Grande, uma propriedade rural no interior do Estado entra agora na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por um possível armazenamento e descarte incorreto de agrotóxicos. 

Conforme divulgado pelo Ministério Público de MS, em nota, a propriedade rural em questão fica localizada no município de Sonora, sendo agora instaurado inquérito civil para apurar as possíveis irregularidades. 

Neste primeiro momento, segundo o MPMS, o intuito das apurações é levantar indícios se o manuseio e a chamada guarda, ou armazenamento, seguem sendo feitos conforme estabelecidos pelas normas ambientais vigentes. 

Segundo o Promotor de Justiça Substituto Felipe Blos Orsi, a ação do Ministério Público busca garantir que o uso desses produtos aconteça de uma forma completamente segura. 

Somente assim, como detalhado, é possível minimizar os riscos ao meio ambiente e à saúde da população, sendo o inquérito o mecanismo para acumular informações e provas para identificar quem são os verdadeiros responsáveis por possíveis crimes cometidos. 

Contaminação

Não somente esse uso e estoque dos produtos entram na mira, já que o MPMS busca também averiguar qual destino é dado para essas embalagens que acabam vazias.

Isso porque, como reforça o Ministério, o descarte inadequado desse tipo de produto pode acabar em uma contaminação tanto do solo, como também da água e até do ar na região.

Além disso, é importante destacar que, uma vez identificados, os indivíduos relacionados ficam sujeitos à proposição de medidas corretivas.

"A fiscalização do uso e descarte de agrotóxicos é essencial para proteger o meio ambiente e a saúde da população. Com a instauração do inquérito, busca-se corrigir eventuais irregularidades e garantir a responsabilização dos envolvidos, quando cabível”, cita o promotor.

Um raio-x sobre o cenário de casos de intoxicação por agrotóxicos em MS, como bem abordado pelo Correio do Estado, mostra que o total identificado chegou a dobrar no período entre 2021 e 2023, por exemplo. 

Conforme os números, repassados em relatório da Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos em 2021 beiravam 73 ocorrências e saltaram para 152 no intervalo de apenas dois anos. 

Entre os municípios com maiores índices de intoxicação o relatório da SES aponta para: 

  1. Paraíso das Águas, 
  2. Costa Rica, 
  3. Paranaíba, 
  4. Aral Moreira e 
  5. Fátima do Sul

Justamente o ano de 2023, na série histórica, aparece como o maior volume de intoxicações gerais, sendo 370 casos totais., sendo: 

  • 152 foram de agrotóxicos de uso agrícola, 
  • 74 de uso doméstico, 
  • 17 de de uso em saúde pública
  • 45 notificações por produtos veterinários e 
  • 82 por raticidas.

No intervalo de uma década, até o ano de 2023, Mato Grosso do Sul registrou um total de 2.745 notificações de intoxicações por agrotóxicos. 
**(Com assessoria)

 

Assine o Correio do Estado

trf3

Justiça manda INSS conceder benefício assistencial a indígena com paralisia cerebral em MS

Criança nasceu em 2019 e documentos demonstraram condições financeiras precárias, agravadas pelos gastos com a saúde

22/06/2025 17h31

TRF3 confirmou decisão da Justiça de Iguatemi

TRF3 confirmou decisão da Justiça de Iguatemi Foto: Arquivo

Continue Lendo...

A Nona Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou decisão que determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conceder o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência a uma criança indígena diagnosticada com paralisia cerebral em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o processo, a menina nasceu em  2019 e foi diagnosticada com paralisia cerebral.

A mãe, como representante legal da menor, acionou o Judiciário de Iguatemi, requerendo o benefício assistencial.

Em primeira instância, a justiça estadual determinou a concessão do benefício, mas o INSS recorreu ao TRF3, argumentando que a hipossuficiência não ficou comprovada.

Ao analisar o recurso, o relator do processo, desembargador federal Gilberto Jordan, afirmou que estudos sociais e documentos com dados financeiros apresentados nos autos demonstraram a miserabilidade da família.

O estudo social constatou que a menina vive com os pais, em um espaço com duas cabanas em sapé, uma utilizada como cozinha e outra como dormitório. Os cômodos não possuem forro, nem piso.

Foi salientado que as condições financeiras precárias foram agravadas pelos gastos com a saúde da criança. 

Além disso, ele destacou perícia médica realizada com a criança, onde laudo apontou prejuízos físicos e mentais irreversíveis, incapacidade para a vida independente e necessidade de acompanhamento constante de terceiros.  

“Ressalta-se a existência de gastos que comprometem a suficiência da renda auferida com serviços, exames ou medicamentos não disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, comprovadamente necessários à preservação da sua saúde e sua vida, nos termos do inciso III do artigo 20-B da LOAS”, concluiu o relator. 

Assim, a Nona Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso do INSS e manteve a concessão do benefício a partir do requerimento administrativo.

Para os magistrados, foram preenchidos os requisitos necessários para o recebimento do benefício.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).