A repercussão envolvendo o vencimento de quase 1 tonelada de alimentos que seriam usados na merenda para alunos de escolas e creches de Campo Grande foi o assunto entre vereadores da Câmara nesta quarta-feira (9).
Entre os vereadores, há os que questionam mais detalhes sobre os alimentos, outros que querem punição aos responsáveis e ainda aqueles que avaliam a situação como revanchismo de Alcides Bernal (PP), já que denúncias por falta de merenda fizeram parte do processo que terminou na cassação do prefeito, em março do ano passado.
Os alimentos, segundo disse o próprio prefeito ontem (8), estavam na Superintendência de Abastecimento Escola (Suali) e teriam sido adquiridos e deixados sem supervisão ainda na gestão Gilmar Olarte (PP).
No início da sessão de hoje na Câmara, Airton Saraiva (DEM), chegou a afirmar que irá fazer pedido de requerimento ao prefeito Alcides Bernal (PP) para mais detalhes sobre a denúncia feita por ele à imprensa ontem. O vereador ainda disse que denúncias como essas abrem precedente para “tom de revanchismo”.
Durante a fala de Airton, Marcos Alex (PT), interviu em defesa à Bernal e disse que o ideal seria abertura de diálogo com a prefeitura antes de pedido de requerimento, que se feito, precisa ser votado pela Casa.
Para Chiquinho Telles (PSD), o questionamento à prefeitura deve ser feito. Ele também “engrossou” o discurso de que a situação parece ser em tom de revanchismo. “Não sei se esperaram vencer para fazer politicagem, espero que não”, afirmou.
O presidente da Casa de Leis, Flávio César (PT do B), também aposta no diálogo antes de requerimento para que tudo seja esclarecido. “É uma situação grave”, afirmou.
MERENDA
A verba destinada para a merenda escolar durante no ano letivo de 2015 era de R$ 16 milhões. Deste total, R$ 10 milhões se tratava de recursos federais repassados por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e R$ 6 milhões de recursos próprio do município. Apesar dos 70 dias letivos de greve dos professores, que deixou as escolas parcialmente paradas, restam apenas R$ 2,6 milhões para serem gastos com merenda até o final do ano letivo que deve seguir até o dia 30 de dezembro, conforme o calendário da reposição.
Na tarde de ontem, equipes da prefeitura e de órgãos fiscalizadores, como Ministério Público Estadual (MPE) estiveram no prédio da superintendência para verificar a denúncia e puderam ter acesso ao alimento estragado. Além de mais de uma tonelada de carne, arroz, feijão, macarrão, leite em pó e outros gêneros alimentícios também acabaram vencendo. O estoque terá que ser incinerado.