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Parte de Mato Grosso do Sul vive apagão digital na era da inteligência artificial

Pesquisa feita por deputado com dados da Anatel mostrou que 263,2 mil pessoas não têm acesso à internet no Estado

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Em plena era da inteligência artificial (IA), levantamento feito pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) mostrou que, em Mato Grosso do Sul, principalmente na zona rural, muitas pessoas ainda não têm acesso à internet móvel. 

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obtidos pelo parlamentar, ao menos 263,2 mil moradores de Mato Grosso do Sul, a maior parte da zona rural do Estado, não têm acesso a nenhum tipo de tecnologia de conexão à internet, seja 3G, 4G ou 5G. 

Fonte: AnatelFonte: Anatel

Em relação à porcentagem, enquanto nas áreas urbanas das cidades pesquisadas 99,44% das pessoas têm algum tipo de conectividade, na zona rural o sinal de internet chega a apenas 26,51% dos habitantes.

De acordo com a pesquisa, dados da Anatel ainda mostram que Mato Grosso do Sul está em 20º lugar no ranking dos estados em questão de conectividade na região rural. Para o parlamentar, esta baixa cobertura é “injustificável” e o caso pode ser alvo de investigação.

“No setor urbano temos uma cobertura elevada, mas no setor rural é injustificável. E quando você compara com outros estados da Federação, você verifica que Mato Grosso do Sul está entre os últimos em termos de cobertura. O estado de São Paulo, por exemplo, tem mais de 80% de cobertura na zona rural, outros estados do Sudeste também com a cobertura elevada e estados na Região Sul, e na Região Centro-Oeste tem uma baixíssima cobertura”, declarou Pedrossian Neto.

A pesquisa também mostrou que alguns municípios não têm uma conexão eficiente de algumas operadoras de telecomunicações, ou seja, o sinal dessas empresas não chega com qualidade a algumas cidades. No caso, oito localidades relataram não ter acesso ao sinal de 4G da Claro, já no caso da Vivo foram quatro municípios com este problema. Ao todo, 273 mil moradores não têm acesso a esta tecnologia no Estado.

No caso do 5G, a cobertura é ainda menor, apenas 52,28% da população consegue usar a internet mais rápida, conforme dados de dezembro de 2024. Isso porque o sistema foi implantado em apenas 12 municípios de Mato Grosso do Sul, deixando 67 de lado.

“A gente não pode excluir essas pessoas, nós estamos falando de mais de 250 mil sul-mato-grossenses que não têm acesso à telefonia, um simples WhatsApp, acesso a redes sociais, aos sites de informação. Hoje nós estamos na era da inteligência artificial e, nessa era, essas pessoas não têm acesso à telefonia. Inclusive, nós temos distritos rurais que são grandes [e não têm acesso]”, reclamou o deputado.

SEGUNDA PARTE

Em uma segunda parte da pesquisa, feita pelo parlamentar, foram enviados questionamentos para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul sobre a conectividade, porém, apenas 30 responderam, a maior parte deles eram pequenos, como Alcinópolis, Juti, Caracol e Inocência.

Dessas localidades, 53,3% disseram que algumas áreas da região urbana da cidade não têm acesso ou têm um sinal ruim de celular. Além disso, 96,7% disseram enfrentar algum tipo de problema relacionado à conectividade, por sinal fraco, pela velocidade da internet ou mesmo por não conseguir completar uma ligação.

Esse problema é enfrentado diariamente pela jornalista Viviane Amorim, que mora em Corumbá, onde, segundo ela, constantemente a conectividade da internet e do telefone apresenta problemas que algumas vezes duram horas.

“Ventou? Acaba! Choveu? Acaba! Nublou? Acaba! Sol demais? Acaba! A temperatura tem de estar amena, vento suave e com poucas nuvens no céu. Se tem queimadas, também acaba, porque sempre pega nos fios. Fácil não é”, comentou ao Correio do Estado.

MEDIDAS

O documento foi encaminhado para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para que seja encaminhado expediente ao diretor-presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, para que a agência “preste informações acerca da cobertura de telefonia móvel e internet nos municípios do estado de Mato Grosso do Sul”.

Segundo o parlamentar, a Assembleia quer conhecer “o cronograma de investimentos, as obrigações de atendimento, e verificar se isso que está sendo feito está dentro das regras contratuais ou não, [pois] a nossa desconfiança é de que haja descumprimento”. 

A partir daí, uma medida deve ser tomada, caso haja alguma irregularidade, seja por meio da Assembleia, seja por meio de outro órgão.

“Havendo descumprimento, nós podemos fazer dois caminhos: de um lado, uma ação civil pública, envolvendo o Ministério Público, para que apure improbidade ou crime, por outro, que a Assembleia possa trazer [a questão] para cá para eventualmente entrar com uma Comissão Parlamentar de Inquérito, tal qual aconteceu no estado de Mato Grosso e no estado de São Paulo”, explicou Pedrossian Neto.

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Conflito no Oriente Médio

Retorno de autoridades de MS retidas em Israel é incerto

Grupo está entre esperar pela reabertura dos aeroportos ou de deixar a região pela Jordânia

15/06/2025 17h17

Christinne Maymone, Ricardo Senna e Marcos Espíndola estão em território israelense

Christinne Maymone, Ricardo Senna e Marcos Espíndola estão em território israelense Fotomontagem

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As autoridades brasileiras e israelenses estudam duas possibilidades para o retorno das autoridades nacionais que ficaram presas em terras israelenses após a deflagração do conflito com o Irã.

Entre os políticos e técnicos brasileiros em solo israelense estão Ricardo Senna, secretário-executivo de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul; Christinne Maymone, secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES); e Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da pasta.

O grupo integra a Missão Internacional do Consórcio Brasil Central em Israel, que estava prevista para ocorrer entre os dias 7 e 14 de junho.

O Correio do Estado apurou com integrantes do governo que há duas possibilidades para o retorno dos três secretários locais: a primeira delas é esperar em Tel Aviv até que o espaço aéreo israelense seja reaberto; a outra é deixar a zona de conflito por meio de travessia da fronteira com a Jordânia.

De Tel Aviv até Amã, na Jordânia, o trajeto leva em torno de 3 horas e meia. Entretanto, o deslocamento por terra também tem sido considerado arriscado no momento.

O governo de Mato Grosso do Sul informou que Senna, Maymone e Espíndola estão em locais seguros, têm acesso à alimentação e a bunkers.

Na sexta-feira 13, o Itamaraty recomendou que brasileiros não viajem a Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria pelos próximos meses. O alerta consular decorre da escalada de tensão no Oriente Médio após ataques israelenses a instalações militares do Irã, que contra-atacou. 

 

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Estradas

Com rodovias perigosas, MS contabiliza mais de 170 acidentes fatais nas estradas em 2025

Somente no mês de maio, foram contabilizados 97 acidentes e 14 mortes nas rodovias estaduais.

15/06/2025 17h15

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Segundo levantamentos, em 2024, 182 pessoas morreram e 1.940 ficaram feridas em acidentes registrados nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul. De janeiro a dezembro de 2024, foram 1.803 acidentes. 

Em 2025, já foram contados 114 óbitos de vítimas de acidentes em ruas e rodovias no estado.

No período do mês de maio, 30 pessoas perderam a vida em acidentes nas ruas e rodovias de Mato Grosso do Sul, maior número de vítimas fatais para o período desde 2022. Para comparação, foram 21 mortes em 2020, 29 em 2021, 39 em 2022 (o maior número no período), 24 em 2023 e 25 em 2024. 

Neste período, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 97 acidentes e 14 mortes nas rodovias de MS. 

Em 2025, em operações especiais da Polícia Rodoviária Federal, já foram contabilizados, pelo menos, 173 acidentes nas estradas sul-mato-grossenses. 

Na operação de Páscoa, conforme apurado pelo Correio do Estado, a PRF contabilizou 27 acidentes e uma morte. No Carnaval, foram 29 acidentes, sendo 11 graves e 1 morte. As contabilizações no ano novo foram de 20 acidentes e 2 mortes. No mês de junho, já foram registrados 6 acidentes com mortes. 

De acordo com a PRF, a maioria dos acidentes é causado por falhas humanas. Os principais fatores que contribuem para a ocorrência dos acidentes e óbitos incluem as ultrapassagens perigosas, a não utilização do cinto de segurança, uso do celular ao volante e a condução do veículo sob efeito de álcool ou entorpecentes. 

Rodovias perigosas

Duas rodovias que passam por Mato Grosso do Sul estão entre as 10 mais perigosas do país, segundo estudo baseado nos dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes). A BR-163 (em 6º lugar no ranking) e a BR-262 (em 9º lugar) registraram, juntas, em 2024, mais de 4,3 mil acidentes e 392 óbitos. 

A mais perigosa é a BR-101, segunda estrada federal mais longa do País, que liga as regiões nordeste e sul, cortando 12 estados. 

Acidentes

A intercorrência mais recente foi registrada neste domingo (15) na BR-262, no trecho entre Miranda e Corumbá, onde um ônibus da viação Andorinha colidiu lateralmente com um caminhão que vinha em sentido contrário. Com o impacto, uma peça de ferro se soltou do caminhão e atravessou o vidro de proteção do ônibus, acertando três passageiros. 

Duas pessoas morreram no local, entre elas uma médica de 27 anos identificada como Andrezza Felski. A causa da morte foi dada como “empalhamento”, já que a barra de ferro atravessou o tórax das vítimas. 

Uma criança de seis anos foi encaminhada para a Santa Casa de Corumbá em estado grave após a barra ter perfurado sua região inguinal, que fica próximo à coxa. 

Além destes, uma mulher sofreu fratura exposta dos ossos da perna e foi encaminhada à uma unidade de saúde. O motorista do ônibus sofreu escoriações leves. 

Um caso semelhante aconteceu no início do mês, também na BR-262 em Três Lagoas, quando Hemerçon Bruno Pazini de Oliveira, de 26 anos, morreu ao ser atingido por uma peça que se desprendeu de um caminhão, atravessou o pára-brisa e o acertou. 

O jovem, natural do município de Água Clara, conduzia um VW Gol preto e estava acompanhado da esposa e da mãe, quando a campana do freio se soltou da carreta e o atingiu na cabeça. 

O Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) foi acionado, mas a vítima já tinha morrido no local. A mãe e a esposa do Hemerçon foram encaminhadas ao hospital sem ferimentos, mas em estado de choque. 

O trecho da BR é alvo de discussão pela necessidade de duplicação. 


 

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