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URBANISMO

Planurb chega aos 25 anos exigindo apoio para projetar o futuro

Planurb chega aos 25 anos exigindo apoio para projetar o futuro

MONTEZUMA CRUZ

19/08/2012 - 00h01
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“A cidade é a nossa razão de ser e não podemos construí-la sem que o povo goste dela”, alerta Juvêncio da Fonseca, 77 anos, ex-prefeito e senador da República, considerado por muita gente “o pai do Planurb”. Lembra o fato desse desenvolvimento ocorrer em pleno Centro-Oeste Brasileiro, distante dos grandes centros populacionais. 

Desde cedo ele mostrou-se impaciente com a ausência da planejamento que notava na Campo Grande superloteada.

Fonseca fez para o Correio do Estado um retrospecto do planejamento na história campo-grandense, enfatizando que a cidade não obtinha qualidade de vida devido à ausência de planejamento à altura.

Só faz reservas ao antecessor no cargo, Lúdio Coelho (1983-85), “por não ter se dedicado tanto ao assunto”. “Sempre tivemos boas iniciativas, entretanto, passamos mais de 50 anos eleborando leis e projetos relacionados com determinada obra ou iniciativa, enada de institucional surgia como fruto de uma cultura local já sedimentada”.

O crescimento “explosivo”, devido ao alto índice de migração e da multiplicação de favelas, desafiava engenheiros, arquitetos, geógrafos, empresários e universitários. Todos pretendiam propor soluções para problemas da cidade.

Em 1982, recém-eleitos para a Câmara Municipal, Fonseca e Fausto Mato Grosso Pereira insistiram na ideia durante três anos, em vão. Só na eleição de 1985 modificou-se: no cargo de prefeito, Fonseca abriu as portas para a sua aprovação. “Obviamente, ele diz, ninguém tinha varinha de condão para fazer mágicas numa hora tão difícil, mas Deus colocou no meu caminho muitos companheiros especiais, funcionários municipais, homens e mulheres, todos vestiam camisas”, lembra.

Exemplo de capitais

Promoveu um seminário, trazendo experientes profissionais para debater o assunto. Curitiba, Goiânia, Fortaleza, São Paulo e Vitória já tinham seus institutos. Dispensando a contratação de empresas particulares, Fonseca buscou a experiência de cada especialista local em planejamento urbano, pagando-os por serviços prestados e horas trabalhadas. Sabatinada pela assessoria específica, a equipe assimilava e assumia suas tarefas.

Assim, em 1987 surgiu a Unidade de Planejamento Urbano, sob a presidência do arquiteto Ângelo Arruda. O sistema municipal de planejamento possibilitou a edição da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo, dos loteamentos sociais e do plano diretor, este, na condição de instrumento do planejamento participativo.

“O instituto é grandioso desde o início, e a ele devemos, especialmente as nossas diretrizes urbanísticas”, assinala.

Sucedeu-se a sua elevação do plano a instituto com autonomia administrativa e financeira. “Superamos as mazelas daqueles anos 80”, comenta. Justifica: “Fizemos diversas reformas, entre as quais a administrativa, tributária, fiscal, social e ambiental, e com isso o município elaborou projetos que até hoje trazem benefícios; são obras inteligentes , obedecendo a um programa inteligente que propicia o crescimento urbano voltado para a satisfação integral dos anseios da comunidade”.

Esperançoso, lembra a máxima, segundo a qual “a cidade é um ser vivo”. E novamente adverte “Erra quem pensa que basta executar obras e pronto; não é verdadeiro dizer que a cidade está salva para o homem, porque o Planurb merece prestígio e deve ser constantemente acionado como instrumento indispensável ao desenvolvimento ordenado”.

Ou seja: obras urbanas exigem muito zelo e cuidado para conseguirmos uma cidade mais humana.
 

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PANTANAL (MS)

Capturada, onça que matou caseiro é um macho de 94 quilos

Animal aparenta estar bem magro; ele foi sedado e seus batimentos cardíacos estão sendo monitorados por um aparelho, veja o vídeo

24/04/2025 07h40

Temperatura e frequência cardíaca da onça está sendo monitorada

Temperatura e frequência cardíaca da onça está sendo monitorada DIVULGAÇÃO/PMA

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Onça, que devorou e matou o caseiro Jorge Ávalo, de 62 anos, foi localizada e capturada pela Polícia Militar Ambiental (PMA) na madrugada desta quinta-feira (24), na região do Touro Morto, em Aquidauana, município localizado a 141 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com a PMA, a onça é um macho de 94 kg e está sendo transportada de Aquidauana (MS) para Campo Grande (MS).

O animal aparenta estar bem magro. Ele foi sedado e sua temperatura e batimentos cardíacos estão sendo monitorados por um aparelho. Além disso, está com acesso venoso aberto. 

A previsão é que ele chegue entre 10h e 11h, em uma viatura da PMA, no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado no Parque Estadual do Prosa, na Capital.

No local, será submetido a avaliação e exames para compreender o porquê atacou fatalmente o homem na segunda-feira (21).

Veja o vídeo da onça:

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação (Semadesc), Arthur Falcette, confirmou, nesta quarta-feira (23), que Jorginho praticava ceva, ou seja, alimentava a onça-pintada que o matou em Aquidauana.

A palavra "ceva" vem do meio rural e significa basicamente "isca" ou "alimentação oferecida" com a intenção de atrair determinados bichos a um local específico.

A prática da ceva de animais é uma técnica utilizada principalmente por pesquisadores e fotógrafos da vida selvagem com o objetivo de atrair animais para observação, monitoramento, registro ou estudo científico.

O ATAQUE

Caseiro, Jorge Ávalo, de 62 anos, foi atacado, devorado e morto por uma onça-pintada, na madrugada de segunda-feira (21), na região do Touro Morto, em Aquidauana, município localizado a 141 quilômetros de Campo Grande.

Os restos mortais e pedaços do corpo de Jorge foram encontrados pela PMA na terça-feira (22) em uma área de mata fechada. A onça foi capturada nesta quinta-feira (24). 

O Correio do Estado noticiou que a PMA apurou quatro possíveis hipóteses do ataque silvestre fatal: escassez de alimento; comportamento defensivo do animal; período reprodutivo ou atitude involuntária da vítima. 

A hipótese certeira é a de que prática de ceva. Ataques fatais de onça são raríssimos, tendo em vista que o Pantanal não contabilizava ataques fatais por onça-pintada há 17 anos

Mato Grosso do Sul

Ataque fatal de onça a caseiro no Pantanal foi motivado por ceva

Jorginho alimentava o felino na sede da fazenda onde ocorreu o ataque. A prática é crime e pode causar desequilíbrio no comportamento dos animais.

23/04/2025 19h22

Afirmação foi feita pelo secretário adjunto da Semadesc juntamente com a PMA em coletiva

Afirmação foi feita pelo secretário adjunto da Semadesc juntamente com a PMA em coletiva Correio do Estado/Gerson Oliveira

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O secretário adjunto da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação), Arthur Falcette confirmou, nesta quarta-feira (23) que o caseiro Jorge Ávalo, o Jorginho, de 60 anos, alimentava a onça pintada que o matou em Aquidauana.

A afirmação ocorreu durante entrevista coletiva na sede do 1º Batalhão da Polícia Militar Ambiental. 

“Uma das poucas certezas que a gente tem sobre o caso era que estava sendo feita a ceva para o animal no local e essa prática, além de ser crime ambiental, pode desequilibrar o comportamento do animal que está sendo alimentado”, afirmou o secretário-adjunto. 

O ataque fatal de onça pintada ao caseiro ocorreu no fim de semana, entre os dias 20 e 21 de abril. O corpo do caseiro foi encontrado, com sinais de esquartejamento pelo animal, na terça-feira, 22. 

Caça à onça

Um sistema de monitoramento foi montado em volta da casa para tentar entender o comportamento da onça, o que aconteceu e, eventualmente, a sua captura. 

“Amanhã segue para a perícia as câmeras de gravação do local e os vídeos também. A equipe está em posse de uma série de vídeos e fotos. Assim, conseguimos ver um pouco de como era ali a lida no dia a dia desses animais, as interações que esses animais tinham, como é que eles se comportavam ali no entorno da sede. Então, provavelmente, nos próximos dias a gente tenha o resultado dessas perícias, da análise dessas imagens. E seria muito importante que a gente conseguisse efetuar a captura do animal para poder preencher as lacunas que a gente tem”, disse. 

Após a captura, o animal será deslocado para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) para uma série de exames, também para confirmar se é, de fato, o animal envolvido no ataque.

Falcette explica que “dependendo das características que o animal apresentar no CRAS, a equipe técnica irá definir para qual programa ele deve ser encaminhado”. 

Segundo ele, existe um programa do governo federal de manutenção de animais em cativeiro específico para animais que tiveram algum incidente com humanos.

“Existe uma rede de locais do Brasil cadastrados nesse programa, que é capaz de receber e lidar com esses animais. Mas isso depende da avaliação que vai ser feita no CRAS.”

Arthur explica que, nesse programa, a onça deve passar por uma nova avaliação e somente essas instituições poderão determinar algum tipo de retorno do animal à natureza ou para outro tipo de alojamento. 

Comportamento atípico

O comandante da Polícia Ambiental, José Carlos Rodrigues, explicou que esse comportamento é atípico e não deve ser motivo para pânico, principalmente entre os ribeirinhos e demais famílias que moram na região. 

“Nós estamos com equipes na sede justamente para capturar o animal, que não teve um comportamento normal, é atípico. Nunca houve relatos na região de ataques de onça, esse foi o primeiro. Estamos mobilizando nossa equipe para capturar o animal e evitar qualquer incidente”, afirmou José Carlos Rodrigues. 

Para ele, o animal deve estar passando por um tipo de problema fisiológico, o que justificaria o comportamento anormal e interativo com humanos. 

“O que se pode afirmar hoje é que se trate de um animal velho, de idade avançada, que pode apresentar uma fratura de canino, está mancando e tem alguma dificuldade física, o que impede ele de estar caçando outros animais que ele normalmente caça. Então, ele tende a ter alterações de comportamento”, explica Arthur.

Crime ambiental

O comandante da Polícia Militar Ambiental ressalta que nenhuma atitude deve ser tomada sem a presença da Polícia Ambiental. A fala é para desmotivar eventuais caçadores, que possam vir a tentar matar onça por vingança ou outros motivos. Ele lembra que matar animal silvestre, como uma onça, é crime. 

“A Polícia Ambiental é a guardiã do meio ambiente. Estaremos fiscalizando para que os crimes não aconteçam. Matar um animal silvestre, especialmente uma onça, é crime e, se isso acontecer, a pessoa que realizou será penalizada e responsabilizada”, e continua reforçando que esse é um comportamento anormal do felino e que “não existe motivo para estarmos falando em predação do animal. Além de criminosos, seria equivocado”, disse Rodrigues

O que é ceva?

A prática da ceva de animais é uma técnica utilizada principalmente por pesquisadores e fotógrafos da vida selvagem com o objetivo de atrair animais para observação, monitoramento, registro ou estudo científico. A palavra "ceva" vem do meio rural e significa basicamente "isca" ou "alimentação oferecida" com a intenção de atrair determinados bichos a um local específico.

Na prática, a ceva consiste em deixar alimentos ou substâncias atrativas em um determinado ponto da mata ou do cerrado, por exemplo. O objetivo é induzir o animal a visitar aquele local com certa frequência. Essa técnica pode ser feita com carnes, frutas ou até perfumes e odores que imitam feromônios naturais.

Ceva de onças-pintadas

No caso das onças-pintadas, a ceva geralmente é feita com pedaços de carne ou carcaças de animais mortos (como bois, porcos ou outros animais de médio porte). A prática é utilizada especialmente em projetos de pesquisa e documentação fotográfica.

Nos últimos anos, alguns pesqueiros no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul passaram a fazer uso da ceva para atrair turistas. A prática da ceva é condenada por ambientalistas.

 

 

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