Após a prisão preventiva dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho na manhã desta sexta-feira (27) pelo Grupo de Apoio Especial de Repressão Organizado (Gaeco) e da Polícia Federal com policiais do Grupo de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) e militares do Batalhão de Choque, em operação contra o grupo de extermínio, milícia armada, e corrupção ativa e passiva, outros sete policiais e um militar aposentado do Exército foram presos e levados para a sede do Garras, localizada no bairro Tiradentes, região leste de Campo Grande.
Até o momento foram presos, os guardas municipais conhecidos como Peixoto, Igor, Arantes e Eronaldo, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o militar aposentado do Exército Anderson Correia e o policial federal aposentado Everaldo Monteiro de Assis. Outros três funcionários, que não tiveram os nomes revelados também foram levados para a delegacia.
Os advogados dos presos, inclusive de Jamil Name e do filho, foram até o local procurar saber o motivo concreto das prisões, já que informaram que não conseguiram acessar o processo pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Segundo o advogado da Guarda Municipal, Márcio Almeida, o número fornecido para a defesa aparece como inexistente.
A Guarda Municipal se manifestou por meio do presidente do sindicato, Hudson Pereira Bonfim, que disse que a guarda não pactua com esse tipo de conduta. “Porém, enquanto houver presunção de inocência a gente precisa ouvi-los e acompanhá-los. O papel do sindicato é estar aqui para ouvir o servidor. Agora, se houve um erro de conduta ou algum tipo de crime, tem que ser responsabilizado no rigor da lei”.
Defendendo a família Name, o advogado Renê Siufi disse que cerca de 50 policiais participaram das buscas na casa de Jamil, localizada em um condomínio de luxo, no Jardim Bela Vista, na Capital. Do local foram levados alguns papéis e também dinheiro.
Ainda de acordo Siufi foi solicitado que comparecesse na delegacia por precaução o médico cardiologista da família, João Jasbick, já que Jamil Name têm pressão alta.
Durante toda a manhã a movimentação na frente do Garras foi intensa, com a chegada a todo momento de policiais do Choque e do Gaeco que traziam objetos colhidos durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, além dos advogados dos presos na ação.
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OPERAÇÃO OMERTÁ
São pelo menos 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos ainda nesta sexta-feira, todos por meio da Operação Omertá.
Os nomes de Name e de Name Filho aparecem em inquérito conduzido pelo Grupo de Apoio Especial no Combate ao Crime Organizado, que investiga grupo de extermínio, suspeito de vários crimes de homicídio em Campo Grande.
Para dar o nome à operação, os policiais utilizaram um termo do dialeto napolitano, do idioma italiano. Omertá, conforme o Gaeco, é um termo que se fundamenta em um forte sentido de família e em um silêncio que impede a cooperação com autoridades policiais ou judiciárias. Trata-se de um código de honra muito usado nas máfias do Sul da Itália.