Polícia

SUSTO EM CAMPO GRANDE

Avião que caiu com Huck e Angélica voava com peça invertida

Polícia de MS estuda fazer reprodução dos fatos

RAFAEL RIBEIRO

04/09/2019 - 18h20
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O acidente de avião que envolveu o casal global Luciano Huck e Angélica, seus três filhos, Benício, Eva e Joaquim, e ainda a babá das crianças, em Campo Grande, em 24 de maio de 2015, voltou a entrar na pauta da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul após a descoberta de que a queda da aeronave pode ter sido causada pelo uso errado de uma peça. 

O avião modelo Embraer 820C havia decolado de uma estância turística do Pantanal, em Miranda, com previsão de pousar no Aeroporto de Campo Grande, mas teve de fazer pouso forçado na ocasião. A versão divulgada é que aparentemente a aeronave ficou sem combustível em pleno ar, caindo em uma fazenda na região de Rochedo.

Mas as apurações da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, por meio da delegada Ana Cláudia Medina, apura que há fortes indícios de que uma peça do avião, chamada capacitor de combustível, foi instalada de forma invertida na asa esquerda. A suspeita foi levantada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Aeronáutica.

Segundo a delegada, a forma errônea pela qual a peça foi instalada já poderia ser caracterizado como falha de manutenção.

Ainda de acordo com a delegada, a descoberta pode fazer quem que a polícia faça uam reprodução simulada dos fatos. "Aguardamos um parecer da perícia para ver se será ou não necessário", disse, ao Correio do Estado.

De concreto, Medina adianta que o piloto da aeronave, Osmar Frattini, 56 anos, será chamado para prestar depoimento sobre a descoberta.

"Temos um erro de manutenção e precisamos apurar o que de fato aconteceu. Ele é o responsável por realizar os procedimentos antes da decolagem da aeronave", disse.

Em quatro anos de inquérito criminal do caso, ninguém foi responsabilizado. De acordo com Medina, a maioria das peças já haviam sido vendidas quando a Polícia Civil assumiu o caso.

Luciano Huck deixa a Santa Casa de Campo Grande na éoca dos fatos (Arquivo/Correio do Estado)

CENIPA

A descoberta de que a queda do avião foi ocasionada por problemas em sua asa esquerda foi do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica que apua acidentes aéreos no País.

O relatório do órgão militar evidenciou que uma pane seca foi a causa do acidente. "Após 35 minutos de voo, a aproximadamente 43 milhas náuticas do destino, no início da descida, ocorreu o apagemento do motor esquerdo. Devido à incapacidade de manter a altitude, a tripulação realizou o pouso forçado na fazenda. Os dois tripulantes e os sete passageiros sofreram ferimentos leves", diz.

O Cenipa também relata falhas em relação a manutenção da aeronave. "Apesar de o manual de Serviços, MS-NE-821/003, Rev 09 de 22FEV2007, prescrever que os sensores de combustível deveriam ser inspecionados quanto ao estado geral e segurança, nas inspeções de 500 e 100 horas, nenhuma escrituração relativa ao sistema de combustível foi encontrada nas cadernetas de manutenção. A inversão dos sensores de nível de combustível da asa esquerda resultou em uma indicação nos liquidômetros de quantidade superior a real e resultou no apagamento do motor esquerdo", diz.

"A rotina operacional da tripulação não era supervisionada pela empresa, cabendo à tripulação o planejamento dos voos. A própria tripulação planejava os voos de acordo com o destino e o tipo de missão. A responsabilidade e a autonomia eram dadas ao comandante para decidir sobre a realização ou não de voos, sendo o mesmo responsável por analisar e julgar as condições para tal", completa o texto que embasou a investigação da Polícia Civil.

Peça investida apontada como a causadora do acidente (Divulgação/Polícia Civil)

A investigação da queda do avião que levava Huck e a família engloba uma investigação mais ampla feita pela polícia do Estado sobre os serviços de táx-aéreos.

Segundo Medina, a apuração descobriu que fraudes na manutenção das aeronaves, como uso de peças em péssimo estado de conservação, foram responsáveis por pelo menos três acidentes ocorridos entre 2014 e 2015.

O CASO

Huck e os filhos viajaram para o Pantanal para acompanhar uma série de gravações de Angélica para o programa semanal "Estrelas", da Rede Globo.

A família global foi socorrida na ocasião à Santa Casa de Campo Grande. Segundo funcionários, Huck desceu mancando. O filho mais velho do casal estava com machucado no olho e Angélica se feriu na boca. O piloto não se feriu.

Frattini trabalhava como comandante da MS Táxi Aéreo há 14 anos

APREENSÃO

DOF apreende 10,7 toneladas de maconha avaliadas em R$ 21,8 milhões

Grande apreensão ocorreu em Japorã, Paranhos e Iguatemi, municípios fronteiriços

20/03/2025 11h00

Carro que capotou com carga de maconha

Carro que capotou com carga de maconha DIVULGAÇÃO/DOF

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Policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreendeu 10.770 quilos de maconha, entre terça (18) e quarta-feira (19), em Japorã, Paranhos e Iguatemi, municípios que fazem fronteira com o Paraguai.

Ao todo, 7,5 toneladas de maconha foram apreendidas, nesta quarta-feira (19), em Japorã, município localizado a 452 quilômetros de Campo Grande.

Além disso, 3,2 toneladas de maconha também foram apreendidas, nesta terça-feira (18), em Paranhos e Iguatemi, ambos localizados a 461 e 415 quilômetros da Capital, respectivamente.

Os entorpecentes foram avaliados em R$ 21,8 milhões.

JAPORÃ

Homem paraguaio, de 29 anos, foi preso pelos militares transportando 7,5 toneladas de maconha, em uma carreta, nesta quarta-feira (19), em Japorã.

Carro que capotou com carga de maconhaMaconha em carreta. Divulgação: DOF

O entorpecente estava distribuído em fardos e escondido embaixo de caixas de hortifrúti. O prejuízo ao crime foi estimado em R$ 15,3 milhões.

Conforme apurado pela reportagem, policiais faziam patrulhamento pela MS-180, zona rural do município, quando abordaram o condutor de uma carreta com placas do Paraguai.

Ele demonstrou muito nervosismo e contradições sobre o motivo da viagem, e, então, os policiais vistoriaram a carga.

Em seguida, foram encontrados diversos fardos de maconha. Questionado sobre a droga, o motorista afirmou que foi contratado para transportar a droga do Paraguai até Guaíra (PR), onde receberia R$ 5 mil pelo serviço ilícito.

O material foi apreendido e levado a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron).

A ação ocorreu durante o Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, que é uma parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

PARANHOS E IGUATEMI

Policias militares do DOF apreenderam 3,2 toneladas de maconha em uma Mitsubishi L200 Triton e uma Hilux SW4, nesta terça-feira (18), em Paranhos e Iguatemi.

O entorpecente estava no interior dos veículos e foi avaliado em mais de R$ 6,5 milhões.

Carro que capotou com carga de maconhaCarro "entupido" de maconha. Foto: Divulgação/DOF

Conforme apurado pela reportagem, os militares faziam bloqueio na MS-295, zona rural de Paranhos, quando deram ordem de parada aos dois automóveis que seguiam juntos, mas, eles desobedeceram e fugiram.

Os policiais perseguiram os veículos, quando flagraram o motorista da SW4 tentando retornar ao Paraguai, mas abandonou o veículo antes de cruzar a fronteira e, em seguida, fugiu a pé, em meio a uma área de mata. No total, havia 2.180 quilos de maconha no carro.

O veículo e o entorpecente foram apreendidos, mas o motorista conseguiu fugir. Em checagem, os policiais constataram que o automóvel havia sido furtado em janeiro deste ano, em Naviraí, município localizado a 370 quilômetros de Campo Grande.

Já o segundo veículo, a Mitsubishi L200 Triton, que furou o bloqueio policial, fugiu em direção a Iguatemi. O automóvel foi encontrado capotado, às margens da MS-295, com diversos fardos de maconha esparramados na via, totalizando 1.030 quilos da droga. O motorista conseguiu fugir.

Em checagem, foi constatado que a Triton havia sido furtada na cidade de Ponte Cerrada (SC), em janeiro deste ano.

Os materiais apreendidos, avaliados em mais de R$ 6,5 milhões, foram encaminhados a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON).

A ação ocorreu durante o Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, que é uma parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

HOMICÍDIO CULPOSO

Bebê de 6 meses morre na Santa Casa com ferimentos pelo corpo

Suspeita é que padrasto tenha agredido a criança na cabeça, costas e ouvido

18/03/2025 09h15

Maior hospital de Mato Grosso do Sul, Santa Casa de Campo Grande

Maior hospital de Mato Grosso do Sul, Santa Casa de Campo Grande GERSON OLIVEIRA

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Bebê, de 6 meses, morreu vítima de maus-tratos, nesta segunda-feira (16), no Hospital Santa Casa, localizado na rua Eduardo Santos Pereira, número 88, Centro, em Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, a criança teria ficado “aos cuidados” do namorado da mãe, no sábado (15), na casa em que moravam.

Mas, a mãe chegou em casa e encontrou a criança toda machucada e decidiu levá-la ao médico. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon com vários machucados, ferimentos e lesões pela cabeça, costas e ouvido.

Interrogada pelos médicos, a mãe disse que a criança tinha caído da cama. Mas, os médicos desconfiaram e disseram que os machucados não se tratavam de uma simples queda e acionaram a polícia.

Devido à gravidade dos ferimentos, a criança teve que ser transferida para a Santa Casa. No domingo (16), passou por cirurgia e seu estado de saúde ainda era delicado.

Na segunda-feira (17), não resistiu aos ferimentos e faleceu.

O padrasto, de 25 anos, que não tem a identidade divulgada, é o principal suspeito pela morte do bebê. Ele tem passagens pela polícia por tráfico de drogas, ameaça, roubo e roubo majorado e cumpre pena em regime domiciliar desde 30 de dezembro de 2024.

O caso foi registrado como “Homicídio Culposo e Maus Tratos, se do Fato Resulta Morte’ e vai ser investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

O caso é semelhante ao da menina Sophia de Jesus Ocampo, morta aos 2 anos e 7 meses de idade, em 26 de janeiro de 2023, após ser agredida pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos.

A menina era agredida constantemente e chegou a frequentar o posto de saúde, com partes do corpo quebradas, mais de 30 vezes, antes de ser morta. Ela também foi estuprada.

A cada consulta, a mãe dizia que Sophia caiu ou se machucou enquanto brincava. A surra que Sophia levou antes de morrer foi tão forte que a cabeça da menina chegava a girar 360º, pois teve os ligamentos do pescoço rompidos.

Em 6 de dezembro de 2024, mãe e padrasto foram condenados a penas que somam 52 anos de prisão.

Stephanie foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio qualificado por omissão.

Já Christian foi condenado a 33 anos de prisão, sendo 20 anos por homicídio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel e contra menor de 14 anos, e a 12 anos de prisão por estupro.

COMO DENUNCIAR?

Maus-tratos contra a criança e ao adolescente é crime.

De acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente, nenhuma criança ou adolescente deve ser objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão.

O objetivo é que a vida, saúde e integridade da vítima sejam preservadas. É importante denunciar e expor o delinquente para que as autoridades tomem as medidas cabíveis.

Caso não queria ser identificado, é possível efetuar a denúncia em anônimo por meio de vários canais de comunicação, existentes em Campo Grande. Confira:

  • Polícia Militar - 190

  • Bombeiro Militar – 193

  • Ministério Público – 127 ou 0800-647-1127

  • Polícia Civil - 197

  • 1º Conselho Tutelar Sul - (67)3314-6370 / (67)99941-2195 (plantão)

  • 2º Conselho Tutelar Norte - (67)3314-4483 / (67)99688-1623 (plantão)

  • 3º Conselho Tutelar Centro - (67)3314-4337 / (67)99715-9024 (plantão)

  • 4º Conselho Tutelar Bandeira - (67)3314-4482 / (67)99989-3692 (plantão)

  • 5º Conselho Tutelar Lagoa - (67)3314-4482 / (67)99847-9119 (plantão)

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