Criança de 1 ano e 7 meses morreu depois de ser agredida pela mãe, de 23 e o padrasto, de 25, em Mundo Novo. Ambos foram presos nesta segunda-feira (16), no acampamento Tricossi, após a constatação dos maus-tratos.
De acordo com informações da Polícia Civil, a criança foi encaminhada ao hospital pela mãe, que disse aos médicos que o menino havia se afogado em casa ao tomar água. Em atendimento inicial, médicos constataram que a criança apresentava quadro de parada respiratória, que evoluiu para outras duas paradas cardiorrespiratórias. Foi feita tentativa de reanimação, mas o menino não resistiu e morreu no hospital.
Polícia Civil foi comunicada sobre o caso e iniciou as investigações. Em exame de corpo de delito, médico-legista constatou que a morte ocorreu por choque hemorrágico, provocado por uma lesão no pâncreas, além do menino apresentar várias lesões internas e externas, características de maus-tratos.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Allana Zarelli, há suspeita que o menino também tenha sofrido abuso sexual, mas as investigações estão no início e polícia aguarda resultado de laudos biológicos, além de realizar outras diligências para apurar as circunstâncias do crime.
“No momento nenhuma hipótese está descartada. Há lesões sugestivas de abusos sexuais, mas ainda é cedo para afirmarmos que tenha ocorrido. Por outro lado, há indícios suficientes de que os investigados concorreram para a morte da vítima, razão pela qual estamos lavrando auto de prisão em flagrante e representando pela prisão preventiva de ambos”, afirmou a delegada.
A vítima já havia sido levada ao hospital no dia 8 de agosto deste ano, com uma das pernas fraturadas em dois lugares. A mãe disse ao Conselho Tutelar, na época, que ele prender a perna no berço ao tentar descer.
O casal está junto há oito meses e foi preso em flagrante. A mulher tem outros dois filhos, de 2 e 5 anos, também frutos de relacionamento anterior, que ficavam na creche durante o dia.
Leia também:
Estudante filmado agredindo jovem é condenado a 4 anos

CASO DE REPERCUSSÃO
Em agosto do ano passado, pai, de 24 anos, e a madastra, de 21, mataram um bebê de 1 ano e seis meses. Eles foram acusados de maus-tratos infantis, com qualificação pela morte em decorrência.
A madrasta foi indiciada por homicídio qualificado. Ela assumiu a autoria das lesões que levaram o bebê a morte. De acordo com depoimento da suspeita, encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), ela confessou que “teve acesso de raiva, ocasionado pelos constantes choros da criança, além de outros problemas pessoais”. Em outro trecho ela cita que “utilizou as mãos e o joelho para apertar com força o abdômen do bebê, tendo também pisado nas costelas.” O ataque de fúria teria sido motivado pelo chorro constante da vítima, o que motivou as agressões fatais.
A mulher isentou de culpa o marido e pai da criança, mas ele foi indiciado por maus tratos. Segundo disse o delegado Francis Flávio Tadano Araújo Freire na época, apesar do depoimento de Jessica dizendo que o pai não participou das agressões, o bebê tinha marcas de maus tratos recentes e sinais de que era agredido há vários meses.