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Com lockdown e vacina, Portugal vai do colapso a uma das mais baixas transmissões da Europa

Em vigor nos moldes atuais desde 22 de janeiro, o lockdown ainda não tem data para acabar

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Após ver a pandemia sair do controle em janeiro, com vários dias na liderança mundial em novos casos e mortes por milhão de habitantes e até um pedido de ajuda internacional para cuidar de seus doentes, Portugal tem agora uma das taxas de contágio mais baixas da Europa.


A redução nas infecções -Portugal passou de 16.432 casos em 28 de janeiro para 979 nesta quarta-feira (3)- foi conseguida com a imposição de um confinamento bastante restritivo.

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Em vigor nos moldes atuais desde 22 de janeiro, o lockdown ainda não tem data para acabar. Especialistas e próprio governo consideram que os resultados ainda requerem atenção.


Os hospitais portugueses, no entanto, já estão mais aliviados. Um dos principais termômetros do estado da pandemia, o número de doentes internados caiu 73% entre 1º de fevereiro e 3 de março, passando de 6.775 para 1.827. É o valor mais baixo desde 28 de outubro.


O número de mortes também segue em queda. Em 31 de janeiro, o país registrou o recorde de 303 óbitos pela doença. Em 3 de março, foram 41.


Em combinação com o lockdown, o país também reforçou seu programa de vacinação.


A campanha de imunização, que começou com lentidão e ofuscada por denúncias de pessoas vacinadas indevidamente, engrenou e tem batido sucessivos recordes de doses aplicadas.
Até agora, o país, que tem cerca de 10 milhões de habitantes, já aplicou mais de 885 mil doses de vacina.


Cerca de 618 mil pessoas (6,2% da população) já receberam a primeira dose, e 266.716 (2,6%) já têm a vacinação completa. Portugal é atualmente o quinto país da União Europeia em número de doses aplicadas.


De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge publicado na última sexta-feira (26), Portugal estabilizou sua taxa de transmissão do vírus (Rt) em torno de 0,66 e 0,68. Isso representa o resultado mais baixo de toda a pandemia e um dos menores da Europa.


Na última reunião pública entre políticos e cientistas na Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), na semana passada, os especialistas destacaram a "descida muito significativa" mas alertaram que é cedo para comemorar, apesar das projeções de queda de casos e de internações.


"Nada do que se projeta está adquirido, vai depender de conseguirmos manter a atual tendência de decréscimo de novos casos. Essa tendência depende das medidas atualmente implementadas, da sua adoção pela população, assim como dos comportamentos preventivos da população e do controle da transmissão das novas variantes do Sars-CoV-2", afirmou o epidemiologista Baltzar Nunes, do Instituto Dr. Ricardo Jorge.


No governo, o discurso também tem sido de que ainda é preciso esperar para retomar as atividades, embora diversos setores afetados pressionem pela antecipação da reabertura.
O atual estado de emergência vale até 16 de março, mas o Executivo já sinalizou que ele será renovado. O relaxamento do lockdown deve acontecer apenas depois da Páscoa.


"Seria uma ilusão pensar que controlamos tudo, que podemos voltar a partir, por exemplo, para um desconfinamento com níveis tão elevados de casos como os que temos hoje", afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, em entrevista à agência Lusa.


Segundo dados da universidade Johns Hopkins, Portugal atualmente é um dos países da Europa com mais restrições em vigor. Além de ter a maior parte do setor de comércio com atividade suspensa, o país também fechou as fronteiras e proibiu voos do Reino Unido e do Brasil.


Segundo o primeiro-ministro, António Costa, o plano de desconfinamento deve ser apresentado apenas na próxima semana. A ideia é que haja uma reabertura gradual do país, com a prioridade para o retorno das crianças à escola.


Apontado como bom exemplo durante a primeira onda da pandemia, Portugal viu a situação epidemiológica sair do controle em janeiro. Nos 31 dias daquele mês, o país registrou 5.576 óbitos por Covid-19. Entre março e dezembro de 2020, haviam sido 6.906.


O governo também relutou em voltar a um confinamento geral. Uma espécie de lockdown soft foi implementado em 15 de janeiro. Mantendo escolas e universidades abertas e com uma série de exceções, a medida "não pegou", e os índices de circulação permaneceram elevados.


Em 22 de janeiro, veio então a opção pelo lockdown alargado e a interrupção das aulas presenciais.


Especialistas afirmam que a explosão de novos casos em janeiro está relacionada ao afrouxamento das medidas de circulação e distanciamento durante o período do Natal.


Enquanto vários outros países europeus apertaram as restrições nas festas de fim de ano, Portugal optou por relaxar as regras. Entre 23 e 26 de dezembro, não houve restrição aos deslocamentos nem à quantidade de pessoas reunidas.


O aumento da demanda deixou o SNS (Sistema Nacional de Saúde), o sistema público de saúde, muito próximo de seu limite. Para dar vazão às vítimas da pandemia, cirurgias e serviços não urgentes foram cancelados, e profissionais, leitos e equipamentos de outras áreas foram deslocados.


O governo português acabou pedindo ajuda de outros países da União Europeia. A falta de profissionais de saúde era o principal gargalo no atendimento. França e Alemanha chegaram a enviar pequenas equipes de médicos e enfermeiros para reforçar os hospitais lusitanos.


A transferência de doentes para outro país não precisou ser efetivada.


Desde o começo da pandemia, Portugal registrou 806.626 casos e 16.430 mortes por Covid-19.

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ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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