ANAHI ZURUTUZA
Há três meses desativado, o prédio que abrigava o Centro Regional de Saúde (CRS) da Vila Almeida é, hoje, motivo de transtornos para moradores das proximidades. Em janeiro, o posto de saúde foi transferido para nova estrutura construída no mesmo bairro, onde agora funciona a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Almeida. Mas, desde então, segundo moradores, a antiga unidade está abandonada, tomada por lixo e mato, além de ser alvo de vandalismo e servir de esconderijo para criminosos e usuários de drogas.
“Está bem difícil para a gente. Não é nada agradável morar perto de prédio abandonado. Muita sujeira acumulou aí desde que o posto mudou e, até hoje, não vi ninguém da prefeitura vir aqui para limpar, cortar o mato e podar as árvores”, afirma Rosa Soares, 37 anos, que há 15 anos mora e trabalha em frente ao antigo posto de saúde.
Ela revela, ainda, que, apesar de as portas do posto estarem trancadas, vândalos atiram pedras para quebrar as janelas e furtar equipamentos que não foram levados do posto. No local, depois da mudança para a nova unidade, ainda restaram algumas cadeiras, condicionadores de ar e até uma maca. Segundo a comerciante, quem mora próximo ao prédio abandonado “está preocupado com a dengue”. “O matagal já tomou conta e o povo mal-educado joga lixo no terreno dos fundos do posto. A gente fica com medo de ter mosquito da dengue aí”.
Segurança
Outra reclamação dos moradores é em relação à segurança. A dona de casa, Bianca Barbosa, 25 anos, conta que, embora um guarda patrimonial faça a segurança do local durante a noite, sem movimentação, o prédio se tornou abrigo para usuários de entorpecentes. “A gente fica com medo, porque não sabe o que eles podem fazer com os moradores. Pode ser só coincidência, mas desde que o posto saiu daqui, vários moradores já foram roubados. Esse pessoal leva as coisas para trocar por droga”.
Foi o que aconteceu com Adão de Oliveira, 42 anos, proprietário de uma lan house localizada na Rua Marechal Hermes, onde também fica a unidade de saúde desativada. “Mês passado entraram na minha casa e roubaram dois capacetes e alguns eletrodomésticos. A gente sabe que são esses drogados. Esta semana, tentaram levar o ar-condicionado do posto que também ficou abandonado aqui, não conseguiram, aí levaram a bicicleta do guarda”.
Prefeitura
Leandro Mazina, titular da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), afirma que equipe da Sesau já está trabalhando em projetos para dar destinação ao prédio. “Vamos colocar ali uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) ou uma unidade de atendimento especializado. Existe também a possibilidade de o prédio se tornar um Centro de Apoio Psicossocial (Caps), mas ainda temos que avaliar o que será mais viável”. Mazina afirma que a prefeitura tem ainda de levantar recursos do Ministério da Saúde para a reforma. “Acredito que até o fim do ano, o prédio já estará com nova atividade”.
Sobre a conservação da estrutura do antigo posto, o secretário afirmou que vai mandar equipe para avaliar o que é necessário para manutenção e que, na próxima semana, funcionários da Secretaria Muncipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação farão a limpeza do local.