Ciência e meio ambiente conquistaram mais uma vitória no Centro-Oeste Brasileiro. Nove rotas, 11 pantanais visitados, 14,5 mil quilômetros rodados, 1,3 mil litros de óleo diesel consumidos, 150 pessoas entrevistadas e 77 iniciativas de sustentabilidade identificadas e sistematizadas.
Este é o resultado da Expedição Pantanal, que mapeou iniciativas úteis para a região da Bacia do Alto Paraguai. Conclusão: o pantaneiro já contribui para a sustentabilidade da maior planície inundável do mundo (160 mil km² entre o Brasil, Bolívia e Paraguai).
“Muita coisa boa está sendo feita. Temos referências que podem ser amplificadas para que o Pantanal seja consolidado como área que alia inteligentemente, renda, justiça social e uso sustentável dos recursos naturais, conservando esse bioma tão único”, comentou ontem a bióloga Luciana Egito, coordenadora executiva da Expedição e responsável pelo planejamento e ações em campo.
Com iniciativa do Instituto SOS Pantanal, a expedição começou em 10 de julho de 2011 e foi concluída cinco meses depois. Promoverá duas grandes exposições, em Campo Grande, na Semana do dia do Meio Ambiente, e em Cuiabá, na Semana da Árvore.
Nos espaços interativos as pessoas revisitarão os locais por onde passou a expedição pesquisando materiais de construção, alimentos, produção, cooperação, parcerias, capacitação, intercâmbio entre propriedades, inovações, gestão de recursos naturais, resíduos sólidos, vegetação, fauna, desenvolvimento local, sociocultural, de saúde e de educação.
O instituto publicará um guia de boas práticas, evidenciando como podem ser aplicadas e que aspectos da sustentabilidade atendem.
Antes disso, porém, os itens serão debatidos. Afinal, os atores das experiências são os pantaneiros e eles serão ouvidos novamente para legitimar os estudos.
Avanço na conservação: a equipe se reuniu com membros da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, uma parceria entre organizações proprietárias de terras ao longo do eixo do rio Paraguai em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Percebeu que prosperam ações de gestão integrada de conservação e contribuição para a proteção de áreas que criam um grande mosaico no qual se unem recursos técnicos, financeiros e logísticos.
Dureza na educação: constatando as dificuldades de acesso às margens do Rio Paraguai, o Instituto Acaia Pantanal não esperou o poder público cumprir seu papel; ofereceu ensino de qualidade a cerca de 50 crianças que frequentam atualmente o Ensino Fundamental na Escola Jatobazinho, onde antigamente existia uma pousada para pescadores.
Em regime de internato, a escola proporciona aos pais a participação na vida escolar de seus filhos. Eles recebem até quotas de combustível para ques participem de reuniões periódicas com a direção da escola.
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