Prazo para o lago do Parque das Nações Indígenas estar cheio, de 48 horas, terminou na tarde desta sexta-feira (11), mas a previsão não se confirmou e o lago segue com aproximadamente metade da capacidade, frustrando a população que aproveitou o feriado de Criação do Estado para conferir um dos cartões postais da cidade. Fechado para o público desde o dia 11 de junho, quando começaram as obras de desassoremento do lago menor, as comportas para o preenchimento foram fechadas na última quarta-feira (9).
Conforme a assessoria de imprensa do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), por conta do feriado e do fim de semana, apenas na segunda-feira (14) será possível fazer um levamento do que houve com o lago, mas equipes seguirão observando o curso d'água durante este período. Secretário do Instituto afirmou, por meio da assessoria, que a situação não é preocupante e que a demora maior do que a prevista para o enchimento do lago não faz diferença e logo o ponto turístico “estará melhor do que antes”.
Para preencher o lago, devem ser necessários aproximadamente 68 mil metros cúbicos de água. Estimativa dos técnicos é que, mesmo com as comportas fechadas, o lago não alcance a capacidade total, devido ao baixo volume de água que desce do córrego Joaquim Português.
Além disso, conforme informado pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck na última quinta, a reabertura é temporária e o lago precisará ser novamente esvaziado para obras nos córregos Português e Réveillon, para evitar desassoreamento futuro. Licitação para obras destes córregos adjacentes ainda será lançada.
Apesar de precisar novamente secar futuramente, o lago começou a ser enchido para dar condições de uso do parque, nos altos da Avenida Afonso Pena, que foi reaberto ao público nesta quinta-feira. A iluminação do local também foi religada e a população pode usufruir da área, além acompanhar o processo de enchimento.
OBRAS
As medidas para as obras no parque foram anunciadas depois de comoção gerada entre os mais de 2 mil frequentadores do Parque, pelo temor de que o lago desaparecesse, já que um grande banco de sedimentos se formou em um dos principais cartões postais da Capital. O processo de desassoreamento necessitou da secagem do lago.
Inicialmente a retirada de sentimentos do lago seria concluída apenas em outubro, mas acabou ocorrendo no mês de agosto, na tentativa da prefeitura de entregar a intervenção como parte das ações comemorativas aos 120 anos de Campo Grande. Porém, a conclusão do serviço acabou não ocorrendo.
No total foram retirados 135 mil metros de areia, numa operação que exigiu 12.500 viagens de caminhão até o local de descarte, nos fundos do Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), no Parque dos Poderes. Sobrou apenas o piso compactado do lago (que tem de 3 a 5 metros de profundidade), que não pode retirado porque está sobre um solo brejoso natural. Os filetes de água em toda sua extensão compõe o leito natural do Córrego Prosa.
Do lago principal, que se espalha por 5 hectares, foram retirados aproximadamente 115 mil metros de cúbicos de areia, o que exigiu 11 mil viagens de caminhão. O trabalho no lago menor, iniciado dia 11 de junho, terminou duas semanas depois, dia 25. Foram retirados 15.474 metros cúbicos de areia, exigindo 1.500 viagens de caminhão.
A recuperação dos lagos do Parque das Nações Indígenas exige investimento de R$ 8 milhões, recurso da prefeitura (R$ 5 milhões ) e do Governo do Estado (R$ 3 milhões). O projeto inclui a construção de um piscinão no Córrego Réveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; obras de controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.
Para evitar que os lagos voltem a ficar assoreados , com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos nos córregos Réveillon e Joaquim Português, cujas águas formam o lago.
No Réveillon, a Prefeitura implantará um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água. No Joaquim Português, o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.
Com as intervenções programadas, segundo Rudi Fiorese, além de recuperar o cartão postal da Capital, os lagos terão um papel importante no controle de enchentes de afluentes do Córrego Prosa, que em dias de chuva mais intensa, transbordam na região do Shopping Campo Grande. Terão capacidade para armazenar 65 mil metros cúbicos de água, o equivalente a três vezes a capacidade do piscinão que será construído nos altos da Avenida Mato Grosso.