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CAMPO GRANDE

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Prefeito cogita acabar com semi-lockdown

Para Marcos Trad, o comerciante está cumprindo sua parte, mas muitas pessoas estão indo às ruas

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O decreto que restringe o horário de funcionamento do comércio e determina a abertura apenas de atividades essenciais durante os fins de semana tem validade até esta sexta-feira. 

Porém, o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), já adiantou que manter o “minilockdown” aos sábados e domingos “não é a solução”.

“Nós precisamos da conscientização da população. Não adianta decreto, não adianta fiscal, não adianta mais querer fechar, lacrar, porque, por mais que a gente esteja conseguindo mais leitos, por mais que a gente esteja impondo regras, por mais que a gente esteja até limitando o funcionamento do comércio, está saindo todo mundo prejudicado”, declarou o prefeito em transmissão em suas redes sociais.

A Capital continua como uma das piores em relação ao isolamento social e não houve mudanças no comparativo com dias em que o decreto não estava em vigor.

“Não estamos conseguindo conscientizar a população e, ainda assim, a cada 10 [pessoas], sete descumprem o isolamento. A taxa ficou em torno de 37%. Infelizmente, não obtivemos os resultados que a gente desejava, não porque o isolamento não tem resultado – porque as pessoas até se intimidaram para não se aglomerar nas ruas –, mas tivemos um índice assustador de aglomeração e festas particulares em casas”, avaliou Trad.

Conforme dados apresentados pelo prefeito, nos dois primeiros fins de semana de julho, quando nenhuma medida estava em vigor, a prefeitura recebeu 1.313 denúncias de estabelecimentos descumprindo o toque de recolher, que começa às 20h. 

Porém, durante os dois fins de semana em que o “minilockdown” funcionou – dias 18 e 19 e dias 25 e 26 –, as denúncias chegaram a 1.529.

“O número de estabelecimentos orientados a fechar, por incrível que pareça, aumentou 17,8%, ou seja, de 230 quando não tinha o lockdown, passou para 271. O resultado todos nós, infelizmente, estamos amargurando. A situação da Santa Casa, que é o polo de atendimento da cidade de todos os acidentes de trânsito, de violência entre as pessoas, também ficou sobrecarregada”, lembrou.

A administração afirma que no início de julho foram 470 pessoas encaminhadas à Santa Casa. Entretanto, nesses dois últimos fins de semana, foram 410, uma redução de 13%. 

Na segunda-feira, o hospital informou que entrou em colapso e já estava atendendo pacientes graves na ala vermelha porque não tinha mais vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs).

“Hoje a Santa Casa teve a ocupação máxima dos leitos por causa do aumento dos casos de violência e de politraumatismo nesse fim de semana”, afirmou o prefeito, comentando que apenas no fim de semana foram socorridos pelo hospital.

Foram 11 vítimas de acidente com motocicleta; quatro atropelados; 10 vítimas de acidentes entre carros e bicicletas; três acidentes envolvendo dois carros; 35 acidentes envolvendo carros e motos; 13 pessoas feridas com armas brancas; 17 vítimas de violência doméstica com politraumatismo; e 15 motociclistas que sofreram quedas.

“Uma coisa está ficando bem clara: não adianta fazer lockdown. E a gente não vai fazer. Além de prejudicar o comércio, porque a gente tenta ajudar, a gente fala ‘vou sacrificar os comerciantes, para ajudar a população’. Aí o comerciante dá sua parcela de contribuição, o cara cumpre certinho, só que o povo não está cumprindo, então essa história de lockdown não adianta mais”, declarou Trad.

DECRETO

O prefeito afirmou que durante esta semana o grupo técnico formado pela administração municipal para tratar da Covid-19 vai se reunir para decidir quais medidas serão tomadas a partir de sexta-feira, quando termina a vigência do decreto atual.

“Nosso decreto do toque de recolher vai até a sexta-feira [31]. Estamos estudando e, a partir de agora, vamos ver com os técnicos aquilo que a população, de uma vez por todas, vai ter de nos ajudar. Até sexta-feira nós vamos fazer todos os levantamentos e aí vamos anunciar na as medidas que serão adotadas”, contou.

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Ainda segundo o prefeito, há a ideia de se proibir a compra de bebidas alcoólicas, mas nenhuma determinação foi tomada. “O certo é que bebida alcoólica e trânsito não dá certo: 78,3% das pessoas que deram entrada [no hospital] estavam alcoolizadas”.

Trad afirma que a prefeitura não tem equipe suficiente para fazer valer um decreto como esse. “Vai da consciência das pessoas, porque a gente também não vai ter como fiscalizar. A gente vai ter alguns lugares para fiscalizar, mas vai depender do dono da conveniência, do bar. Nós proibimos sábado e domingo tudo, e não adiantou, aumentaram os casos”.

GOOGLE-NEGÓCIOS

CEO do Google destoa de Musk, defende obedecer STF e diz que na internet não vale qualquer coisa

Nas últimas semanas, o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), ameaçou o descumprimento de ordens da Justiça brasileira

17/04/2024 22h00

Após a repercussão recente envolvendo o caso Musk, o projeto será rediscutido do zero pela Câmara dos Deputados Divulgação Redes Sociais

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O presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, disse que as decisões judiciais, especialmente as do STF (Supremo Federal Federal), devem ser cumpridas pelas plataformas que operam no país.

Nas últimas semanas, o empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), ameaçou o descumprimento de ordens da Justiça brasileira quando "elas violarem a lei do país". A defesa da rede social, porém, afirmou ao Supremo que as determinações da corte "permanecem e continuarão a ser integralmente cumpridas".

Coelho afirmou que as plataformas possuem termos de uso, que estão sujeitos ao arcabouço legal do país, e que o respeito às ordens judiciais é uma das políticas de combate à desinformação praticadas pela plataforma.

"Decisões judiciais de primeira instância podem ser discutidas, pode haver recursos, mas quando [o processo] chega no Supremo Tribunal Federal ou no Tribunal Superior Eleitoral [TSE], essas decisões têm que ser cumpridas, não se discute. Acho muito importante colocar isso em perspectiva porque a internet não é um espaço onde vale qualquer coisa", afirmou em painel do Web Summit Rio.

"Algumas linhas não podem ser cruzadas não apenas pelas empresas, mas também pela sociedade. O exercício da cidadania pressupõe a liberdade de expressão, mas ela não inclui homofobia, racismo, crime de ódio e incitação à violência", disse Coelho.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Google lançou no ano passado uma ofensiva contra o PL das Fake News, cujo objetivo era regulamentar as redes sociais. A Polícia Federal concluiu que a atuação da companhia configurou "abuso de poder econômico, manipulação de informações" e uma possível violação contra a ordem de consumo.

Após a repercussão recente envolvendo o caso Musk, o projeto será rediscutido do zero pela Câmara dos Deputados.

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Colapso hospitalar

Sem leitos e vagas nos centros cirúrgicos, gestantes sofrem com superlotação em hospitais

Crise de superlotação em maternidades de Campo Grande coloca em risco gestantes e bebês. HU e Santa Casa pedem medidas emergenciais para normalizar o atendimento

17/04/2024 18h09

A superlotação é atribuída principalmente ao elevado número de partos prematuros, possivelmente resultado de um pré-natal irregular e insuficiente. Reprodução

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As maternidades dos hospitais referências em gestação de alto risco em Campo Grande enfrentam uma grave crise de superlotação, com todas as categorias de leitos atingindo sua capacidade máxima. A falta de espaço nos centros cirúrgicos coloca em risco a saúde das gestantes e bebês, comprometendo a qualidade do serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No Hospital Universitário, a situação chegou a um ponto crítico, com gestantes sendo atendidas nos corredores da instituição e leitos improvisados para dar conta da demanda. Fotos e vídeos compartilhados por pacientes denunciaram a alarmante situação.

Em resposta às denúncias, o Hospital Universitário atualizou que a situação de sobrecarga na maternidade, centro obstétrico e sala de pré-parto passou de ‘muito grave’ para ‘moderada’. No entanto, ainda há recém-nascidos aguardando vaga em UTI neonatal ou Unidade de Cuidados Intermediários.

“Hoje estamos com 3 recém nascidos no centro obstétrico aguardando vaga de UTI neonatal ou de Unidade de Cuidados Intermediários. No alojamento conjunto (enfermaria da maternidade) temos 8 pacientes extras, alguns no corredor, mas já temos previsão de alta, o que já alivia um pouco. Essa melhora foi possível porque a Central de Regulação, através da Secretaria Municipal de Saúde, parou de encaminhar gestantes em "vaga zero" por vários dias e viabilizou algumas vagas para transferência de recém nascidos para outros hospitais”, diz a nota enviada ao Correio do Estado.

A superlotação é atribuída principalmente ao elevado número de partos prematuros, possivelmente resultado de um pré-natal irregular e insuficiente. Diante disso, o hospital solicitou à Central de Regulação Municipal e ao Ministério Público a interrupção do encaminhamento de novos pacientes até que a situação seja normalizada.

“Acreditamos que essa superlotação, tanto no Humap/UFMS, quanto nos outros hospitais de Campo Grande, se deve por número excessivo de partos prematuros que ocorrerem, muito provavelmente por um pré natal realizada de maneira irregular e insuficiente, entretanto, não temos dados mais objetivos sobre isso pois a maioria das pacientes que vem ao HU ter seu bebê, faz pré natal em outros serviços de Campo Grande ou municípios do interior”, acrescenta o Humap.

Foto: Santa Casa CG

Por sua vez, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) reconhece a gravidade da situação e afirma estar em contato com todas as instituições contratualizadas para reorganizar e redistribuir os pacientes de acordo com a capacidade de cada unidade.

“Campo Grande é referência no atendimento terciário de mais de 33 municípios no Estado, sendo comum a transferência de pacientes destas cidades, dando o suporte e atendimento adequado a essas pessoas. Neste momento a Sesau, através da Superintendência de Relações Institucionais em Saúde, está em contato com todas as instituições contratualizadas pela pasta e que possuem maternidade visando a reorganização e redistribuição dos pacientes conforme a capacidade de cada uma destas unidades.”.

Cabe destacar que além do Hospital Universitário, outros hospitais que atendem gestantes de alto risco, como o Hospital Regional e a Santa Casa de Campo Grande, também enfrentam superlotação e pedem intervenção das autoridades para resolver o problema.

“A superlotação é uma realidade em todos os grandes hospitais de Campo Grande. O HRMS é uma unidade referência em gestação de alto risco e a regulação de acesso desses pacientes é pelo CORE (SESAU). Além disso, por ser uma unidade credenciada como Hospital Amigo da Criança, também recebe pacientes por demanda espontânea. A disponibilidade de vagas varia de acordo com a complexidade e tempo dos atendimentos/tratamentos”, relata o Hospital Regional.

Foto: Santa Casa CG

Já a Santa Casa de Campo Grande revelou que até o final da manhã de hoje (17),  5 pacientes estavam internados na admissão, com todos os leitos da enfermaria ocupados. Além disso, uma gestante em isolamento ocupa um leito de sala de parto, uma vez que não o hospital está sem leitos específicos para isolamento devido à superlotação.

“No total, 16 gestantes estão internadas no serviço, e outras 5 aguardam vaga na enfermaria devido à indisponibilidade de leitos. Essa sobrecarga é uma realidade enfrentada por outras maternidades, especialmente aquelas que atendem gestações de alto risco. A superlotação é uma constante e a rede de saúde não está se redimensionando adequadamente em resposta ao crescimento populacional e à complexidade dos casos”, afirmam.

Por fim, a Santa Casa faz um apelo para que às autoridades competentes que considerem medidas emergenciais para ampliar a capacidade de atendimento e garantir a segurança das gestantes e recém-nascidos.

Nossa equipe de reportagem questionou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul sobre o ofício enviado pelo Hospital Universitário pedindo intervenção. No entanto, até o fechamento desta matéria, não tivemos retorno.

Maternidade Cândido Mariano se dispõe a receber gestantes

Em resposta à crise, a Associação de Amparo à Maternidade e à Infância (AAMI) ofereceu-se para receber gestantes sem vagas do Hospital Universitário em sua maternidade Cândido Mariano, que atende gestantes de médio a baixo risco.

“A AAMI vem por intermédio da sua Diretora Técnica, tendo em vista a superlotação do Hospital Universitário, informar que está à disposição para receber gestantes de pré natal de baixo risco com gestação a termo para parto normal ou cesárea. Sem mais, aproveitamos a oportunidade e reiteramos nossos protestos de estima e consideração.”, diz a nota da maternidade Candido Mariano.


Novo pac saúde prevê mais duas maternidades em MS

Para resolver o problema de forma estrutural, o Novo PAC Saúde prevê a construção de mais duas maternidades em Mato Grosso do Sul, além de centros de parto normal em diversas cidades, visando melhorar o atendimento e reduzir o risco de desassistência e violência obstétrica enfrentados pelas mulheres do estado.

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