A Prefeitura de Paranhos está sendo investigada por fazer negócios com uma empresa fantasma. Entre os anos de 2006 a 2009, a administração do prefeito Dirceu Bettoni (PSDB), segundo o Ministério Público Estadual (MPE), teria comprado mais de R$ 500 mil de uma empresa que não existe e que já figurava como ré em ação civil pública por atos de improbidade administração em razão de negociações irregulares com a Prefeitura de Sete Quedas, outro município situado na região de fronteira com o Paraguai.
O promotor de justiça de Sete Quedas, Fabrício Secafen Mingati, informou através de nota, que na sexta-feira foi deflagrada uma operação que envolveu oficiais de justiça, com o apoio do Grupo de Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), em cumprimento a mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da comarca de Sete Quedas, a pedido do Ministério Público.
O trabalho de busca e apreensão ocorreu na residência e estabelecimento comercial de um empresário de Paranhos, cidade situada na divisa com o Paraguai. De acordo com o promotor, o procedimento teve o intuito de instruir a investigação criminal que apura juntamente com as investigações preliminares, a prática de crimes contra a administração pública e de falsidade, além de supostas irregularidades envolvendo compras diretas efetivadas pela Prefeitura de Paranhos.
De acordo com o MPE, as negociações eram feitas com uma empresa fantasma, identificada pela razão social L.M. Jara Mercearia-ME, utilizada pelo empresário alvo da operação e que seria o responsável pela movimentação bancária. Nas buscas, as autoridades apreenderam no estabelecimento comercial do acusado documentos relativos às supostas negociações irregulares, uma arma de fogo calibre 9 milímetros de uso restrito das forças de segurança e três caixas de cigarros de origem paraguaia.
Na nota à imprensa, o MPE informa que os cheques que foram emitidos pela Prefeitura de Paranhos eram depositados na conta bancária de Jara Mercearia. Não foram divulgadas informações se o esquema de fraude era do conhecimento do prefeito do município, Dirceu Bettoni, reeleito em 2008 com 61,74% dos votos numa coligação com o PMDB, e nem se contava com a participação de servidores públicos municipais, que podem ter facilitado as ações do empresário no desfalque financeiro aos cofres do município fronteiriço.