Mais de 250 alunos do ensino médio, que estudam em escolas na área rural do município de Nova Alvorada do Sul, estão sem aulas há quase um mês por conta da falta de entendimento entre o governo do Estado e a prefeitura sobre o repasse de verbas para o transporte escolar. O ano letivo deveria ter sido iniciado no dia 18 de fevereiro e até agora não começou. Em acordo firmado entre o governo e a administração dos municípios, ficou acertado que o Estado repassaria R$ 121 para que as prefeituras se responsabilizassem pelo transporte de cada aluno em linha pura, ou seja, aquela que transporta somente alunos da rede estadual de ensino. Já o repasse por aluno transportado em linha de transporte mista, aquela em que estão alunos da rede municipal e estadual, seria de R$ 72. Segundo informou a coordenadora administrativa da Secretaria de Educação de Nova Alvorada do Sul, Simone Lobato, o transporte de alunos do ensino médio é de responsabilidade do governo estadual. Somente o custo do traslado de alunos do ensino fundamental é arcado pela prefeitura. Segundo ela, esse transporte vem sendo feito normalmente. Os estudantes prejudicados deveriam frequentar aulas no período noturno em três extensões da Escola Estadual Delfina Nogueira de Souza, localizadas em dois assentamentos rurais (Pana e Bebedouro) e em um povoado (Zuzu). O secretário municipal de educação de Nova Alvorada do Sul, Paulo Roberto de Oliveira, foi procurado para esclarecer o assunto, mas segundo informaram funcionários da secretaria, ontem à tarde ele estaria em uma reunião com a promotora do município para solucionar o problema. A promotora Jerusa Araújo Junqueira Quirino confirmou a reunião, porém, disse que não poderia adiantar nenhuma informação, pois as investigações do caso ainda estão no início. Repasse Ano passado, Nova Alvorada do Sul recebeu cerca de R$ 81 mil por mês, durante oito meses, para transportar os alunos da rede estadual (linha pura). Este ano, seriam necessários R$ 60 mil mensais. Porém, com o repasse de R$ 121 por aluno proposto pelo governo, o município só receberia cerca de R$ 38 mil por mês. O presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomassul), Beto Pereira, informou que desconhece outro município na mesma situação. “O prefeito deve ter discordado dos valores”, supõe Beto. A secretária de Estado de Educação, Maria Nilene Badeca da Costa, foi procurada para falar sobre os repasses, porém não atendeu as ligações. (BG)