Em Campo Grande, as famílias com renda de até R$ 1,8 mil mensais receberão 1.791 moradias populares.
Com recursos do programa Minha Casa Minha Vida, da Prefeitura de Campo Grande e do governo do Estado, os investimentos em sete condomínios chegam a R$ 287 milhões.
Destes empreendimentos, seis já estão em fase de acabamento, com previsão de entrega para os próximos quatro meses.
De acordo com o presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (AMHASF), Enéas Netto, estão sendo aplicados R$ 287 milhões nas moradias.
Além do residencial Armando Tibana, nos próximos quatro meses a prefeitura deve entregar as unidades do Jardim Mato Grosso, Laranjeiras, Sírio-Libanês, Aero Rancho e Inápolis.
Os investimentos vão garantir moradia para 1.791 famílias com renda mensal de até R$ 1.800. Os apartamentos têm 47 metros quadrados, divididos em cozinha, sala, dois quartos e banheiro, com acabamento.
Segundo nota à imprensa, estão sendo aplicados recursos do Programa Minha Casa Minha Vida.
Em contrapartida, a prefeitura investe R$ 23 mil por apartamento, dinheiro que corresponde ao valor do terreno, além da terraplanagem.
O governo do Estado também contribui com R$ 19 mil por unidade, garantindo a infraestrutura interna (redes de água, energia, esgoto e pavimentação das vias internas de circulação).
O presidente da AMHASF explica que as áreas têm custo alto “porque devem estar em uma região pavimentada e com equipamentos públicos como posto de saúde, escola, etc”. Entretanto, o recurso do Minha Casa Minha Vida não cobre todo o gasto com infraestrutura.
No caso de quatro condomínios (Aero Rancho, Armando Tibana, Jardim Canguru e Sírio-Libanês), o município investirá no total R$ 1,9 milhão para a implantação de drenagem, recapeamento e pavimentação dos acessos. No Aero Rancho, foi concluída a pavimentação de ruas no entorno, mais R$ 1,5 milhão de investimento.
Todos os condôminos contam com área de lazer completa: com playground, quadra de esportes , centros comunitários e churrasqueira.
No Sírio-Libanês e no Laranjeiras (no Jardim Tarumã) estão sendo construídas bacias de retenção que retardarão o escoamento da enxurrada para não pressionar a drenagem de outros bairros.
Só no Sírio-Libanês são três piscinões, com capacidade para até 250 mil litros de água
Contemplados
Os beneficiados foram escolhidos por sorteio, realizado em evento público com a participação de todas as famílias inscritas.
Vanessa Pecorari da Silva já teve de passar pela frustração de ser despejada. Com 35 anos e cinco filhos para criar, ela já morou de favor.
A dona de casa será contemplada com um dos 448 apartamentos no Residencial Armando Tibana. A moradia de interesse social está sendo construída sob supervisão da AMHASF.
Em fevereiro, a prefeitura ainda estava na fase de seleção do beneficiados. Até então não poderia ser dado nenhum prazo, disse na ocasião ao Correio do Estado Enéas Netto.
Kedma Cristina também foi sorteada. “Há 18 anos moro com minha avó em companhia dos filhos. Junto deles vou ter um novo recomeço”, acredita.
Assim como ela, Vanessa não vê a hora de ter um alívio. “Só quem vive de favor ou aluguel sabe do sofrimento que a gente enfrenta quando não tem certeza do dia de amanhã”, desabafa.
No Jardim Centro Oeste, há três unidades para cadeirantes. Um dos contemplados foi Alexandre da Silva Caus, 30 anos, que, junto da esposa, já comemora a independência da família.
“Tenho minhas necessidades especiais de locomoção por causa da cadeira de rodas, e por isso não é fácil nem barato adaptar uma casa hoje em dia. Estamos muito ansiosos pela mudança, já que até agora a opção era morar com a minha mãe. Isso é um sonho se tornando realidade”, comemora.
Favelas
No comparativo entre as cidades do Brasil com mais de 750 mil habitantes, Campo Grande tem a menor proporção de favelas: 1,75% de domicílios nestes locais.
Isso porque são considerados formas de ocupação irregulares de terrenos, caracterizados por um padrão urbanístico irregular ou carência de serviços públicos essenciais.