Com certeza você já encontrou algumas vezes enquanto preparava o café ou um suco, uma formiga presa dentro de seu açucareiro. Ela, a formiga, corre de um lado para o outro, louca para se livrar daquela prisão. E você espera pacientemente para que ela suba até a borda e saia do açucareiro. Quando a formiga enfim consegue se livrar, fica procurando freneticamente e desorientada, algum lugar para se esconder. Assim também ocorre com muitas mulheres que se pegam presas em um açucareiro (suas casas, seu casamento). Aquele lugar onde elas estão, aquela condição em que se encontram, tem o seu atrativo. No caso da formiga ela é atraída pelo doce do açúcar. No caso das mulheres, pelas mordomias e confortos que o seu casamento lhe proporciona. A mulher não consegue se livrar das coisas que aparentemente lhe dão um bem-estar. Mesmo estando presas pelas desilusões no amor, onde lhe falta carinho, atenção, dedicação e reconhecimento por parte do marido ou companheiro, o doce do conforto que existe no lar, nas mordomias de ter um belo carro, de ter a disposição um cartão de crédito com um bom limite, nas compras de belas roupas e sapatos e assim por diante, é mais forte do que o preço de sua liberdade. E quando enfim, elas encontram alguém que abre a tampa de seu açucareiro, pegam se perdidas e desorientadas, não sabendo sequer aonde ir. Muitas preferem voltar para dentro do açucareiro e se enterrar no doce atrativo do conforto e mordomias, sabendo que continuarão presas as suas desilusões mais íntimas. Outras saem, para a liberdade que causa certo medo e insegurança, mas vão em frente, em busca de reconhecimento, atenção e amor que podem estar logo ali em cima da mesa, em um grande bolo com calda de chocolate, bem aberto.