Thiago gomes
Interno do regime semiaberto, onde cumpria pena por tráfico de drogas e receptação, Rodrigo Castilho Neves, o Corujito, está sendo responsabilizado pelo assassinato da cabeleireira Maria de Fátima Florentin Tavares, de 31 anos, registrado na madrugada de 20 de fevereiro deste ano, na região do Bairro Tiradentes. A polícia sustenta que a vítima também era conhecida por comandar pontos de venda de entorpecentes naquela região. A motivação do crime estaria vinculada a um desentendimento quanto à atuação de ambos no narcotráfico.
Segundo as informações, Maria de Fátima foi morta na Alameda Santos, imediações da Lagoa Itatiaia, dentro de um veículo Ecosport de sua propriedade. Ela recebeu quatro tiros. Na ocasião, o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) foi acionado depois que populares ouviram uma discussão de um casal, seguida de disparos.
Conforme a polícia, a cabeleireira havia passado boa parte da madrugada no Atalaia Show Bar, em companhia de uma amiga. Depois as duas seguiram para uma conveniência na Rua Marquês de Pombal. Ao deixar a amiga em casa, Maria de Fátima teria sido perseguida por uma motocicleta, já que havia marcas de pneus no local. A mulher fazia um caminho contrário ao de sua casa.
Autoria
De acordo com o delegado Wellington de Oliveira, da 4ª Delegacia de Polícia (Moreninhas), responsável pelas investigações em torno do caso, Corujito alega que alguns dias antes do crime fora abordado por uma equipe da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denar), no Tiradentes, em busca de drogas, e depois dessa abordagem, que se estendeu também à sua residência, Maria de Fátima passou perto dele “sorrindo e com ar de deboche”.
Isso fez com que o acusado acreditasse que a cabeleireira é quem teria dito à polícia que ele estaria vendendo entorpecentes na região. No dia do assassinato, saiu do presídio semiaberto e foi para casa, quando então viu Maria de Fátima na conveniência. Chegou à sua casa, pegou um revólver e voltou para matar a mulher.
Versão
Corujito nega parcialmente essa versão, afirmando que fora abordado pela cabeleireira e que ela lhe perguntara “que história é essa de você estár dizendo por aí que eu te alcaguetei?”. Após uma rápida conversa, ela teria dito “espera aí, tenho algo pra você”, dirgindo a mão em direção ao porta-luvas.
Ainda segundo ele, pensando que Maria de Fátima iria pegar um revólver, antecipou-se e disparou cinco tiros em direção ao Ecosport. Quatro tiros atingiram a vítima e o quinto acertou o automóvel.
Para o delegado Wellington de Oliveira, essa versão não é verdadeira, até mesmo porque no carro não havia armas e os disparos foram efetuados com a moto ainda em funcionamento. Ele avalia que o crime fora cometido como execução e em meio a uma disputa por área de atuação do tráfico.