Cidades

Inédito

Primeira audiência de custódia liberta açougueiro acusado de furtar carne

Crime teve prisão em flagrante no início do mês em Campo Grande

KLEBER CLAJUS E VÂNYA SANTOS

05/10/2015 - 13h31
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A primeira audiência de custódia realizada em Mato Grosso do Sul concedeu ao açougueiro José Carlos Roberto, 52 anos, liberdade provisória mediante recolhimento de R$ 1.576. Ele era acusado de furtar carne e mandioca de um mercado em Campo Grande.

Em quinze minutos, o juiz criminal Carlos Alberto Garcete avaliou desnecessária a permanência do açougueiro preso em flagrante no dia 2 de outubro. Houve, então, a concessão de liberdade provisória e o estabelecimento de fiança em dois salários mínimos. 

Humberto Lapa Ferri, promotor do Ministério Público Estadual (MPE), concordou em não se converter o flagrante em prisão preventiva, tendo em vista o réu ser primário e ter residência fixa.

O defensor público Ronald Calixto ressaltou, durante a audiência, não haver crime em uma ação classificada por ele como “flagrante preparado”. Isso porque a carne não teria sido retirada do mercado, porém o gerente ao tomar conhecimento que peças de filé mignon, picanha, pacotes de linguiça e mandioca estavam separados optou em promover uma revista surpresa entre os funcionário e acionar a Polícia Militar.

Na avaliação do magistrado, ocorreu um flagrante esperado e isso tem previsão no Código Penal. Quanto ao valor da fiança, este disse ser possível quitá-la com o salário de R$ 2 mil recebido pelo açougueiro. 

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, João Maria Lós e governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) assinaram nesta segunda-feira (5) termo de adesão técnica e MS passou a integrar o Projeto Nacional de Audiência de Custódia.

Com a audiência de custódia, realizada nesta segunda-feira (5), o Estado será o penúltimo a adotar mecanismo em que presos em flagrante terão audiências realizadas com um juiz no prazo de 24 horas.

Ministro Ricardo Lewandowski ressaltou que o projeto representa um salto civilizatório porque qualquer cidadão, preso ou não, tem direito a ser apresentado a um juiz, que decidirá pela manutenção ou não de sua prisão. Além de direitos constitucionais, a audiência de custódia atende garantias previstas no Pacto de San José da Costa Rica, aprovado no Brasil em 1992.

“Na relação custo-benefício, os benefícios econômicos desta iniciativa superam e muito eventuais ônus que possam gerar ao poder público”, garantiu o ministro, explicando que no Brasil, cerca de 6 mil pessoas deixaram de ser presas porque tinham residência fixa, não ofereciam risco à sociedade e cometeram crime de menor potencial ofensivo.

Com a audiência de custódia, estados brasileiros economizaram R$ 500 milhões, evitando a construção de mais de oito presídios. Ministro Lewandowski revelou ainda que cada preso custa em torno de R$ 3 mil por mês ao poder público e a expectativa é de economizar R$ 4,3 bilhões, além de disponibilizar mais vagas para presos realmente perigosos.

Reinaldo Azambuja disse que a audiência de custódia é uma boa solução para economia do sistema judiciário, que dará agilidade na sentença e ajudará a resolver problemas do sistema prisional. “Nos últimos oito anos dobrou a massa carcerária em Mato Grosso do Sul por conta da região de fronteira. Mais de 70% são presos por tráfico de drogas”, destacou governador.

Já o desembargador João Maria Lós lembrou que a primeira audiência de custódia do Estado é realizada no dia de aniversário da Constituição Federal e que a medida atende questões social e cidadã. “Evitará prisão equivocada e maus-tratos de presos. Audiência representa custo-benefício aos cofres públicos, renovação do Direito Penal e garantia dos direitos humanos”, ressaltou, frisando que atualmente 41% das prisões no Estado são processuais, provisórias.

MS

Criança que morreu após abuso já era acompanhada a um ano pela Rede de Proteção

Em nota, a prefeitura de Camapuã expressou solidariedade à família e afirmou que deu todo o apoio possível à menina

11/07/2025 17h30

Criança que morreu após abuso já era acompanhada a um ano pela Rede de Proteção

Criança que morreu após abuso já era acompanhada a um ano pela Rede de Proteção Divulgação

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A prefeitura Municipal de Camapuã emitiu uma nota nesta sexta-feira sobre a morte da criança de 1 ano e 9 meses nesta semana. 

Na nota, a prefeitura informou que a menina já estava em acompanhamento com a unidade de saúde do município desde janeiro de 2024 devido questões de saúde da criança. O acompanhamento se deu até o mês de agosto do último ano, quando a família se mudou para o município de Jardim. 

Em junho deste ano, a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente de Camapuã foi informada do retorno da família ao município, onde foram informados pelos mesmos que os atendimentos de saúde da criança haviam sido retomados. No entanto, 20 dias depois, a menina foi hospitalizada. 

A nota ainda informa que o Conselho Tutelar recebeu um ofício no dia 7 de julho, data da internação da criança, do Hospital Universitário de Campo Grande, apontando indícios de negligência. Porém, segundo a prefeitura, uma intervenção imediata não seria possível devido a falta de previsão de alta médica. 

A alta foi dada no dia 8 de julho e a criança faleceu na manhã seguinte, após retornar a Camapuã. 

"Desde o primeiro momento em que a situação foi formalmente comunicada à rede de proteção, todas as providências cabíveis, dentro das competências legais do município, foram adotadas com responsabilidade, agilidade e sensibilidade", diz o esclarecimento. 

Nas redes sociais, alguns internautas repudiaram a assistência dada à família pela Assistência Social e pelo Conselho Tutelar. 

"Como a mãe vive de Bolsa Família, deveria ter obrigação de apresentar tais crianças com zelo, caso o contrário perder e guardar assim como o benefício", afirmou um comentário. 

Outros, defendem que o trabalho da prefeitura não pode ser sobreposto ao que acontece dentro de casa e que, por isso, é difícil defender as crianças. 

"Os órgãos públicos fazem o que está ao alcance deles, isso sabemos. As autoridades dificilmente ficam sabendo do que essas crianças estão passando e quando descobrem a maioria já é tarde demais para a criança receber proteção e cuidados", escreveu outro usuário. 

Denuncie

O Conselho Tutelar de Camapuã está localizado na Rua Cuiabá, 635, Centro. O telefone para contato é (67) 3286-1964 ou (67) 99962-6791, e o e-mail é [email protected]

O Disque 100 é o canal de denúncias anônimas que atende 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive feriados, em todo o território nacional. Pela internet, as denúncias podem ser feitas pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil ou pelo WhatsApp, no número (61) 99656-5008.

Também é possível denunciar diretamente ao Ministério Público, que pode ser acionado para defesa das crianças e adolescentes. Os números de contato são: 127 e 0800-647-1127, como ligação gratuita em todo estado ou (67) 3318-2032

Além disso, denúncias também podem ser feitas através do número da Polícia Militar, o 190. Ela deve ser acionada em caso de necessidade imediata ou socorro rápido. A ligação é gratuita em todo o território nacional. 

Em Mato Grosso do Sul, também é possível ligar para o 180, que é a Central de Atendimento à Mulher. 
 

POLÍCIA

Homem é morto na zona rural de Dourados e tem corpo arrastado até a própria fazenda

O autor retirou o corpo do local com ajuda de outras pessoas, e levou até a propriedade da própria vítima, o que configura fraude processual

11/07/2025 17h00

Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados, onde o caso foi registrado

Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados, onde o caso foi registrado Divulgação

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Na última quinta-feira (10), a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados (Depac/Dourados), atendeu a notificação de um homicídio ocorrido em uma propriedade rural na região de Itahum, zona rural de Dourados.

Ao chegarem no local, os policiais civis encontraram a vítima, um homem de 52 anos, que já estava morto com um tiro no peito. Testemunhas afirmaram que a vítima estava na propriedade rural que não era dele, mas lá, teve uma discussão com o filho do autor, momento em que o autor, interveio, atirando contra a vítima.

Após o crime, o autor retirou o corpo do local com ajuda de outras pessoas, e levou até a entrada da propriedade da própria vítima, o que configura fraude processual.

A perícia criminal foi acionada e um aparelho celular pertencente à vítima foi apreendido.

A investigação segue em andamento para apurar todas as circunstâncias do crime. O autor do crime irá responder por homicídio simples e fraude processual.

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