Morreu nesta quinta-feira (17) o bispo emérito da Diocese de Rio Preto Dom José de Aquino, aos 91 anos. Ele estava aposentado e continuava morando em Rio Preto. Ele foi o primeiro bispo de Dourados, de 1958 a 1960.
Dom José de Aquino estava internado na UTI do Hospital Beneficência Portuguesa desde o dia 30 de outubro, vítima de broncopneumonia bilateral e agravada pela idade avançada do religioso.
A celebrações exequiais serão realizadas na Sé Catedral de São José, em Rio Preto. Nesta quinta-feira, a partir das 18h, começa o velório.
Amanhã, às 16h, o bispo Dom Paulo Mendes Peixoto irá celebrar missa de corpo presente e às 17h será o enterro na Cripta dos Bispos, que fica dentro da Catedral.
Em Dourados, o bispo diocesano, Dom Redovino Rizzardo fará memória de Dom José nas missas que celebrará na catedral, no sábado à noite, dia 19, e no domingo de manhã, às 9h30.
História
Dom José de Aquino Pereira nasceu no dia 22 de abril de 1920, no Distrito de Vila Real (Trás-os-Montes), em Portugal. Veio para o Brasil em 1938 e se tornou sacerdote em 1944. Ele foi nomeado pelo Papa Pio XII, Bispo da Diocese de Dourados, em Mato Grosso do Sul, em 1958.
Em maio de 1968 ele foi nomeado 2º. Bispo da Diocese de Rio Preto, pelo Papa Paulo VI.
Dom José de Aquino assumiu a nova diocese em tempos difíceis de mudanças de paradigmas trazidas pelo Concílio Vaticano 11. Dois grandes desafios o esperavam: a escassez e diversidade de mentalidade do clero aliadas à situação econômico-financeira recessiva na qual tinha entrado a diocese. O novo bispo sentiu a necessidade de ter um presbitério moldado segundo uma orientação sólida, humana e eclesial.
Depois de avaliar as iniciativas, as experiências e as desistências de muitas dioceses do Brasil, no tocante à formação do clero, decidiu criar e instalar o Seminário Maior Diocesano Sagrado Coração de Jesus. O acontecimento se deu aos 17 de fevereiro de 1975, às 9 h, durante a celebração da missa na capela do Seminário Menor Diocesano Nossa Senhora da Paz, com a participação do Conselho de Presbíteros.
Assim, com apenas 5 seminaristas maiores, apoiados pela Diocese de Pavia (Itália), dava seus primeiros passos o único Seminário Filosófico-Teológico da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto. O prédio novo do Seminário foi negociado com a Secretaria Estadual de Educação e a ela vendido. O antigo prédio, à Rua Floriano Peixoto, 1967, foi reformado e ampliado para receber os novos alunos. As obras terminaram em 1969.
Preocupado em organizar a diocese, assim como ativar sua vida pastoral, dom José publica o 1º Plano de Pastoral de Conjunto, que valera para o triênio 1970 a 1972. Aos 17 de março e 1979, o novo bispo institui seis Vicaranias Forâneas com seus respectivos vigários.
À medida que os compromissos financeiros iam sendo saldados, dom José recuperava e fortalecia o patrimônio do Seminário, assim como reformava o Palácio Episcopal e começava a campanha de construção da nova catedral.
A cidade de Rio Preto, por volta de 1965, tinha aproximadamente 150 mil habitantes e sete paróquias, enquanto a diocese era formada por 44 igrejas matrizes, totalizando 51 paróquias em toda a Diocese.
Em 1995, quando Dom José colocou o cargo à disposição da Santa Sé (por motivação canônica; observando o limite de idade: 75 anos), Rio Preto contava com 350 mil habitantes e 21 paróquias.
Enquanto a diocese, cujo território de 16.276 km2 ocupava as áreas de 57 municípios, com uma população de 888.799 habitantes, chegou a 79 paróquias. Portanto, durante o Episcopado de dom José de Aquino foram criadas 28 paróquias e ordenados quarenta sacerdotes.
De 1966 a 1995 surgiram as comunidades religiosas diocesanas femininas da Ressurreição, do Instituto Imaculado Coração de Maria, assim como os Servos e Servas da Igreja.
Após a aceitação, pela Santa Sé, de seu pedido de renúncia, dom José teve a alegria de consagrar, na Catedral, juntamente com Dom Serafim Fernandes de Araújo, Cardeal de Belo Horizonte, Pe. David Dias Pimentel, Reitor do Seminário Maior da diocese, como Bispo Auxiliar da capital mineira.