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Privatização das Unidades Básicas de Saúde divide opiniões na Capital

Decreto publicado pelo governo federal e revogado em 24 horas previa a elaboração de estudos em parceria com a iniciativa privada

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O governo federal publicou nesta terça-feira (27) um decreto que possibilitava que Unidades Básicas de Saúde (UBS) entrassem no Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que abre parcerias com instituições privadas. A decisão gerou debates entre especialistas e pessoas que possuem acesso a consultas e tratamentos apenas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro acabou revogando o documento em menos de 24h, na tarde de ontem.

De acordo com o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, Mato Grosso do Sul ainda não tem uma visão sobre o documento, mas há uma reação negativa forte pelo setor da saúde. “Não sou adepto dessa atualização do governo para o sistema de saúde pública, mas quero saber a intenção que eles têm”, afirmou.  

Segundo o secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho, o documento seria um modelo de gestão federal e, se aprovado, o município e o Estado teriam de aderir e realizar adaptações nas unidades, pois o modelo atual do Sistema de Saúde deixaria de existir. “Uma vez tendo um direcionamento federal, independe a vontade do município e do Estado. Mas será que todos os municípios têm condições de bancar essa mudança? A gente não tem como não deixar de discutir”, frisa.

Para o secretário, a mudança não teria impacto direto no atendimento da população pelo sistema público de saúde. “É uma possibilidade de financiamento, de contratualização e de participação da iniciativa privada na construção, fornecimento de serviços e medicamentos. A iniciativa vai oferecer o dinheiro para esses serviços”.

 

Melhorias  

A aposentada Eleonora Dias, 60 anos, explica que a saúde pública precisa de muitas melhoras em relação ao atendimento, no entanto, mesmo com os problemas, ela não tem condições de ter acesso ao atendimento privado, e o SUS é a única forma de ser atendida. “O atendimento de médicos têm que melhorar muito, porque tem que esperar muito tempo. Essa consulta do meu problema de varizes, eu vim marcar no ano passado e só agora liberaram, então é muito demorado”, frisa.  

Dias detalha que também faz tratamento de câncer pelo SUS, no Hospital do Câncer José Alfredo Abrão. “É a única forma de consultar, porque não tenho condições de pagar. Então tenho que ser atendida por aqui, e assim eu sei que tem que melhorar muito”, frisa Eleonora.  

Manoel Lourenço, 77 anos, também tem como único acesso à saúde a UBS. “Na UBS eu faço tratamento de próstata, de coluna, e até estou sem trabalhar por causa da dor na coluna”, conta.

Lourenço diz que o atendimento nunca esteve melhor nas UBSs, pois os médicos atendem bem e ele pode ter acesso a todos os medicamentos que precisa. Ele destaca que o governo precisa melhorar na estrutura das unidades, que muitas vezes não têm local para os pacientes aguardarem sentados.

Decreto

O Decreto 10.530, que foi assinado por Bolsonaro e pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, propunha a elaboração de estudos de parceria com iniciativas privadas para construção, modernização e operação de UBSs. O documento gerou reações negativas, pois pode resultar na privatização do acesso às unidades.

De acordo com o PPI, o objetivo do projeto é solucionar o problema do número de unidades que estão em processo de construção. Para contornar críticas geradas, a Secretaria-Geral da Presidência da República divulgou texto que afirma que a medida não tem decisão prévia, pois os estudos podem ter resultados diferentes para tratar a questão e ela será analisada futuramente pelo governo federal.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou que o decreto presidencial foi rechaçado por unanimidade pelos secretários estaduais nesta quarta-feira (28). O presidente do Conass, Carlos Lula, afirmou que a decisão é inconstitucional, pois a legislação prevê que questões que envolvam o SUS devem ser tomadas em conjunto nos níveis federal, estadual e municipal.  

Após repercussão negativa, o decreto será revogado. Bolsonaro escreveu em suas redes sociais que o País possui mais de 4  mil UBSs e 168 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) inacabadas. “Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal. O espírito do decreto 10.530, já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos usuários buscar a rede privada com despesas pagas pela União”, detalhou o presidente.

 

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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