O procurador de Justiça aposentado Carlos Alberto Zeolla, assassino confesso do sobrinho Cláudio Alexander Joaquim Zeolla, 24 anos, pode ir a júri popular. O crime aconteceu em março do ano passado, em Campo Grande. O Ministério Público Estadual (MPE) requereu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) que o processo que tramita naquela instância seja encaminhado ao Tribunal do Júri. O MPE entende que, como Carlos Zeolla já está aposentado (a aposentadoria ocorreu após o assassinato), não tem mais direito a foro privilegiado, e por isso deve ser submetido a julgamento pelo júri popular. O pedido está nas mãos do desembargador Atapuã da Costa Feliz. O advogado de Carlos Zeolla, José Trad, diz que a defesa não concorda com o posicionamento do MPE e já se manifestou contra. Os argumentos da defesa para manutenção do julgamento do procurador aposentado pelo Tribunal de Justiça também já estão com o desembargador. Se o TJ decidir que o processo tem que tramitar pelo Tribunal do Júri, Carlos Zeolla irá a júri popular. O crime A vítima Cláudio Zeolla seguia para academia de ginástica quando foi atingida na nuca por um tiro disparado pelo tio. O rapaz foi socorrido e morreu na Santa Casa. O relato de testemunhas levou a polícia até o procurador. Ele, inicialmente, negou o crime, mas diante das evidências foi autuado em flagrante. Carlos Zeolla só confessou o assassinato dois dias depois, para o procurador-geral de Justiça e chefe do Ministério Público Estadual, Miguel Vieira da Silva. O procurador aposentado declarou que matou Cláudio Zeolla porque ele havia agredido o avô (pai de Carlos Zeolla). Ele continua preso, só que em prisão hospitalar, na Clínica Carandá, e sem escolta policial. Insanidade Após alegar ser portador problemas psiqu iátricos, Carlos Zeolla aposentou-se no fim do ano passado. A insanidade mental foi atestada na área administrativa, para fins de aposentadoria, e não tem relação com a parte criminal. Os laudos sobre problemas psiquiátricos de Carlos Zeolla, para a parte criminal, emitidos em 2009, atestam que ele estava consciente de que cometia um crime, quando atirou no sobrinho. A defesa contestou e pediu que fossem respondidos novos questionamentos. Ainda não há uma decisão.