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Professora sai da roça com Arte para encontrar alunos superdotados em Campo Grande

Educadora que teve a vida mudada por meio da arte ensina o que aprendeu e surpreende com o talento dos alunos

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A professora formada em Educação Artística, Simone Godoy, de 37 anos, que conseguiu encontrar na arte uma profissão, com apoio da diretora, Shirley Nunes e a coordenadora Evelin Rozon, está descobrindo talentos na escola municipal Maj. Aviador Y-Juca Pirama de Almeida, em Campo Grande.

Nascida em Santa Casa da Misericórdia (SP), no interior de São Paulo, a educadora contou ao Correio do Estado que encontrou na arte uma forma de mudar de vida e, na sala de aula, transmite essa mensagem aos alunos.

Simone relatou que trabalha na Divisão de Arte e Cultura (DEAC), projeto da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), em que ensina a alunos do 1º ao 9º ano as principais técnicas de desenho de observação, com moldes e até baseadas na imaginação.

As técnicas envolvem graffiti, sombreamento, enquadramento e abordam desde como aprender a desenhar até melhorar a finalização. Essas práticas resultaram em várias exposições ao longo do ano.

Confira o desenho dos estudantes

Juca Pirama

A atual exposição na escola é sobre o Major Juca Pirama e recebeu o nome de Desenho Artístico com Robótica Aplicada. Os estudantes visitaram a Base Aérea de Campo Grande e pesquisaram sobre a história do aviador.

Em homenagem ao Major, que dá nome à escola, a professora, junto com os alunos, produziu uma réplica da aeronave BT-15, utilizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) na década de 1940 para treinamento.

A réplica do avião de 2 metros do Juca Pirama veio de um pedaço de isopor que a professora encontrou na rua. O restante foi orientação e a criatividade pelas mãos dos alunos.

Além do desenho, a educadora usou habilidades adquiridas no curso de robótica para dar dinamismo ao desenho como instalar hélices e luzes e deste modo cativar a atenção dos estudantes. 

O trabalho que chama atenção e, inclusive em outras atividades teve exposições no Teatro Glauce Rocha faz parte de um alinhamento da equipe da escola promovido pela direção.

"Como diretora admiro o trabalho e o talento da professora Simone, pois está sempre disposta novos trabalhos e com ideias inovadoras que encantam os alunos e desperta novos talentos todos os dias com as turmas. É uma professora de arte diferenciada, temos muito orgulho de tê-la em nossa equipe!", avaliou a  professora e diretora, Shirley Nunes

 

 

 

Arte da professora Simone

Cura na arte

A professora Simone enfrentou uma verdadeira saga até descobrir, aos 24 anos, seu talento para o desenho. A família trabalhava em fazendas no interior de São Paulo em Santana da Ponte Pensa, e Simone passava a maior parte do tempo ajudando na lida.

Por isso, sua primeira formação foi como técnica agrícola. Como se destacou nos estudos, ganhou uma bolsa para ir aos Estados Unidos em 2005. No entanto, o local onde estava foi atingido pelo Furacão Katrina (categoria 5).

"Eu estudava em duas escolas, fazia o ensino médio e o curso técnico agrícola, que era gratuito. Em 2004, eu me formei, e a escola indicava os melhores alunos para ir aos Estados Unidos. Fui, fiquei um ano e meio na Flórida. Era para ter ficado mais, mas veio o Furacão Katrina, e eu tive que retornar. Eu estava perto de Nova Jersey", contou Simone.

Com a viagem interrompida, ela voltou para o interior de São Paulo deprimida, sem muita perspectiva para o futuro, e foi morar em um sítio isolada, num período que definiu como o de uma menina “triste e sem cor”.

Na cidade de Jales, chegou a estudar teologia enquanto procurava emprego e planejava cursar uma faculdade. Aos 24 anos, ingressou em uma universidade particular, onde descobriu seu talento nato para o desenho.

Enquanto trabalhava como açougueira, saía na hora do almoço para estudar. Ela recorda que chegava suja na faculdade, mas as cores que faltavam em sua vida foram sendo recuperadas a cada técnica e traço que aprendia.

"Quando comecei a entender o que era arte, aquilo mudou minha vida. A vida da garota depressiva começou a ganhar cores. Eu comecei a criar sentido, a me sentir útil, e isso completou minha vida."

Ao concluir o curso, Simone ganhou outra perspectiva. Sem muitas oportunidades na cidade onde morava, pediu demissão do açougue e decidiu vir tentar a vida em Campo Grande, com R$ 1.000 no bolso, de início morando de favor.

Com a vida consolidada, a noção de não desistir e o leque de oportunidades que a arte proporciona levou a professora Simone a possuir a casa própria, comprar a casa dos pais e ainda iniciar um negócio próprio. Com positividade, fé e o lema "a vida é uma arte e eu faço parte dela". 

Aulas de desenho para detentos

A primeira oportunidade de trabalho surgiu na escola prisional.

"O meu primeiro dia de aula foi dentro do presídio de segurança máxima. Trabalhei lá durante sete anos e meio. Depois, comecei a atuar em escolas estaduais e municipais, desenvolvendo meu trabalho."

Projeto na escola

A paixão pela arte, aliada à sua visão de mundo, permite que Simone ensine uma “interpretação da vida” em sala de aula.

Alunos já tiveram suas vidas transformadas pelas aulas da professora: autistas, vítimas de bullying e outros encontraram refúgio após ela expor suas situações às famílias.

Altas habilidades

A professora explicou que, por meio do projeto, consegue acompanhar a evolução de cada estudante. Por não seguir um formato padronizado, ela adapta o conteúdo às preferências de cada aluno.

Os desenhos são únicos. Simone evita propor réplicas de obras e valoriza a criatividade individual. Por sua experiência com estudantes de altas habilidades, ela desenvolveu a capacidade de identificar talentos.

"Tenho essa visão e, quando encontro um aluno talentoso, apresento-o nas exposições da escola. Na maior parte dos casos, a família é presente. Converso com os responsáveis e, em alguns casos, já indiquei alunos para o Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação."

Simone reforça que, embora ainda seja cedo, incentiva os alunos a não desistirem de seus sonhos, compartilhando sua própria trajetória como inspiração. Isso tem gerado resultados — ou, melhor dizendo, verdadeiras obras de arte.

 

 

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Dois anos após matar idoso e jogar corpo em canavial, casal é preso em MS

Corpo de Alan Kardeck Rodrigues Coelho foi localizado sete meses depois do desaparecimento, em setembro de 2022

16/01/2025 18h00

Após localizado e preso, casal foi levado para a Delegacia de Paranaíba

Após localizado e preso, casal foi levado para a Delegacia de Paranaíba Reprodução, Polícia Civil

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Dois anos após homicídio do idoso Alan Kardeck Rodrigues Coelho, de 65 anos, a Polícia Civil concluiu o inquérito de investigação e prendeu um casal suspeito do crime. O idoso desapareceu em fevereiro de 2022, após ter discutido com o casal.

O corpo da vítima só foi localizado sete meses depois do crime, em setembro de 2022 em um canavial próximo ao município de Paranaíba, a 411 quilômetros da capital Campo Grande. Nesse sentido, A.A.V. e S.A.B responderão pelos crimes de assassinato e ocultação de cadaver.

Conforme a Polícia Civil, o casal foi preso no mês passado, mas o caso só foi divulgado pela Delegacia de Paranaíba nesta quinta-feira (16), após conclusão do inquérito. Os suspeitos foram localizados após suporte da Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas (DAM). Ao longo de dois anos, o casal ficou foragido.

Relembre o caso

A sobrinha de Alan registrou o desaparecimento do idoso na delegacia de polícia no dia 27 de fevereiro. No dia do crime, a investigação apurou que Alan Kardeck teria se desentendido com o casal em um bar da cidade.

Após a briga, o idoso tentou ir embora do local utilizando uma bicicleta. Contudo, foi perseguido pelo casal e depois, desapareceu sem deu mais notícias.

Em depoimento, A.A.V. negou a participação no crime. S.A.B, por sua vez, confessou o homicídio. Segundo ela o casal estava em seu veículo junto com os três filhos, todos menores de idade.

Dinâmica do crime

O casal teria colocado o idoso no carro e partido em direção ao canavial. Após chegar no local, o homem teria derrubado Alan Kardeck no chão e o matou atropelado.

Em seguida, ele teria jogado a perna mecânica do idoso para dentro da plantação e enterrado o corpo da vítima em outra área do canavial. Após o crime, o casal fugiu do local.

Ainda segundo a Polícia Civil, foram ouvidas 10 testemunhas e casal possuía mandado de prisão preventiva em aberto. Após localizados e presos, a equipe policial encaminhou a dupla até a delegacia para a realização dos trâmites jurídicos.

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MS: avião do tráfico é vendido 16 anos após último voo com cocaína

Conforme a Justiça Federal, aeronave realizou entrega de droga entre o município de Jardim e região do Chaco, no Paraguai; veículo foi leiloado por R$ 163,6 mil

16/01/2025 16h45

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo Grande

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo Grande Divulgação e Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Uma aeronave monomotor de modelo Embraer 720C, apreendida em 2008 por estar envolvida no tráfico de drogas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, foi leiloada pelo valor de avaliação de R$ 163,6 mil e lance inicial de R$ 81,8 mil.

A aeronave foi interceptada pela Polícia Federal em março de 2008, com 203 quilos de cocaína em seu interior.

O avião ficou guardada em um hangar da Coordenadoria Geral de Policiamento Aereo (CGPA) do Governo do Estado no Aeroporto Internacional de Campo Grande. Diante deste cenário, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu tanto as operações de taxi aéreo quanto o certificado de aeronavegabilidade do avião.

Conforme apuração do jornal Correio do Estado, o comprador do avião foi um empresário do município de Catalão, interior do estado de Goiás. Após arrematado, a aeronave passou por um processo de desmontagem para poder ser transportado por caminhão até a cidade goiana.

O processo de carregamento da aeronave foi iniciado no começo da tarde desta quinta-feira (16), em terreno próximo a esquina da Rua Brasília com a Avenida Duque de Caxias, na Capital.

"O aeroporto [de Campo Grande] não permite que entremos com dois caminhões, que são necessários para fazer o transporte. Então tivemos que tirar o avião de lá para conseguir carregá-lo aqui. Eu desmontei o avião, instalei no caminão e amanhã cedo vamos embarcar para Catalão", explicou o mecânico de aeronaves, Nelson Rodrigues da Silva de 68 anos.

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo GrandeTrabalhadores em operação de transporte da aeronave. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Histórico da aeronave

A aeronave possui foi fabricada em 1980 e está registrada em nome de uma homem. O avião, tem capacidade para 1.633 quilos e possui autorização apenas para vôo visual noturno.

De acordo com o processo da Justiça Federal, as denúncias apontam que no dia 28 de março de 2008, S.T.R. e R.R.R. (Piloto e Copiloto) deixaram o país com a aeronave partindo do município de Jardim, interior de Mato Grosso do Sul.

Os suspeitos tinham como destino a região do Chaco, no Paraguai, onde adquiriram 203 quilos de Cocaína. No dia seguinte, retornaram ao Brasil, dirigindo-se para a cidade de Machado (MG), onde há uma pista de pouso abandonada.

Após deixarem a droga, o avião, em seguida, retornou para a cidade de Jardim. Contudo, ao chegarem no aeroclube, ambos os criminosos foram presos por policiais federais que já suspeitavam da atividade ilícita e monitoravam todas as movimentações da dupla. Também foram encontrados documentos falsificados com a dupla.

Avião Embraer PT-RIF sendo carregado em frente o Aeroporto de Campo GrandeAvião PT-RIF carregado em caminhão. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

 

 

 

 

 

 

 

Investigação

Ainda conforme os autos, um dos denunciados arquitetou um sistema de compra de droga adquirida no Paraguai, para ser posteriormente distribuída dentro do Brasil. Nesse sentido, os criminosos utilizavam a aeronave para realizar os tramites entre os dois países. Segundo informações do próprio denunciado, ele comprou a aeronave pelo valor de R$ 80.000,00.

As diligências da polícia baseavam-se na vigilância dos suspeitos L.M. e A.F. Os policiais constataram que os suspeitos se encontravam com um piloto de avião e juntos realizaram viagens interestaduais.

As investigações se intensificaram no começo do ano de 2008, quando os agentes da Polícia Federal acompanharam o encontro dos denunciados em um hotel na cidade de São Caetano (SP). Deste local, o grupo seguiu até a cidade de Pouso Alegre (MG), após retornaram à cidade de São Paulo, deixando o piloto na rodoviária do Tietê.

Uma equipe policial então passou a acompanhar o piloto, que se dirigiu até a cidade de Jardim, juntamente com o co-piloto, também denunciado. Os agentes presenciaram a decolagem da aeronave em direção ao território paraguaio.

Novos ares

Agora, conforme apurado pelo Correio do Estado, a aeronave será utilizado para o transporte de passageiros em propriedade de um empresário da região de Catalão, interior de Goiás.

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