Mesmo com o reajuste salarial acima do índice nacional, os professores de Mato Grosso do Sul podem entrar em greve, a partir de março. A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) vai realizar uma assembleia geral nos próximos dias para ver se os professores cruzam os braços entre os dias 17 e 19 de março, como tem defendido a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Professores da rede estadual receberam reajuste de 8,5%, neste ano.
A greve nacional é motivada pelo índice de correção do piso nacional, considerado maquiado pelos sindicalistas. Hoje, o governo reajusta o valor do piso nacional dos professores de acordo com o incremento do custo-aluno. Ou seja, se o custo de um aluno na escola fica 10% maior de um ano para o outro, o piso é reajustado também em 10%.
Ontem, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o índice de reajuste para 2014: 8,32%. A Fetems, assim como a CNTE, contudo, alega que o governo pode ter manipulado os valores do custo-aluno para atender a uma solicitação de governadores e prefeitos. “Era esperado um reajuste de 13% a 15%, e veio 8,32%”, diz Roberto Botareli, presidente da Fetems.
Diante do reajuste menor do que o esperado, Botareli diz que os professores pretendem cruzar os braços em março para chamar a atenção do governo federal. A proposta da categoria é que o piso nacional seja reajustado pelo INPC e mais 50% do valor consolidado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que, nos últimos anos, tem crescimento anual entre 8% e 12%. (PB)