Durante quatro horas, a fronteira de Arroyo Concepcion, na Bolívia, com Corumbá ficou fechada nesta quarta-feira, 13 de abril. Desta vez, a reivindicação era por aumento de 30% no salário dos professores daquela região fronteiriça boliviana. A fronteira foi bloqueada das 05 horas da manhã às 09h15.
De acordo com a presidente do Ministério Sindical de Educação, a professora Daniela Estrada Arabibb, o "Paro Cívico" visa o direito de aumento salarial para a classe. "Todos os professores da área urbana e rural estão realizando essa paralisação em forma de protesto. Estamos reivindicando um reajuste nas horas de trabalho e incremento salarial. Nossa solicitação é que o Ministério da Educação conceda um aumento de 30%, pois a proposta oferecida de 10% não nos agrada", explicou Daniela ao Diário.
Em reforço ao protesto, as escolas estão com as aulas suspensas por tempo indeterminado e 95% da categoria aderiram à mobilização. "As crianças estão sem aulas nas escolas de Arroyo Concépcion, Puerto Suárez, Puerto Quijarro e San José e tudo isso é por tempo indefinido. Estamos recebendo apoio dos pais, dos comitês cívicos destas cidades, que não estão enviando as crianças para as escolas. Após a paralisação, iremos realizar planejamentos para repormos os dias parados, pois temos nossos direitos, mas também temos que respeitar os direitos das crianças e com certeza teremos aulas aos sábados e outras atividades de reposição", adiantou a dirigente sindical.
Interdições
Logo após a abertura da fronteira, os professores se reuniram em uma das escolas de Arroyo, para decidir quais serão os próximos locais a serem interditados ao longo da semana. "Ainda há a possibilidade de fecharmos a fronteira com o Brasil, pois é um ponto forte, onde o olhar do Ministério com certeza se voltará. Há também outros locais que iremos decidir, como as demais vias principais de passagem de caminhões e cargas", adiantou Daniela Arabibb.
De acordo com a presidente do Ministério Sindical de Educação, os bloqueios serão esporádicos e não permanentes. Os professores entendem que não é justo que o protesto interfira na vida dos demais cidadãos.
"O protesto da manhã desta quarta-feira, durou apenas quatro horas, porque entendemos que temos nosso direito de reivindicar, mas também não podemos interferir na vida e nas necessidades dos demais cidadãos. Só encerraremos nossas mobilizações quando houver uma negociação com o Ministério da Educação", concluiu a professora.