Cidades

GREVE AMANHÃ

Professores protestam, mas população apoia escolas cívico-militares

Quase 80% dos moradores do Los Angeles aprovaram programa

Continue lendo...

Professores da Rede Estadual de Ensino (REE) vão entrar em greve a partir desta quarta-feira (2). Uma das críticas do movimento, que vai até quinta-feira (3), é ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), do Ministério da Educação (MEC). Duas escolas de Campo Grande foram selecionadas pelo projeto.

As escolas estaduais Alberto Elpídio Ferreira Dias, no Jardim Anache; e Marçal de Souza, no Jardim Los Angeles fazem parte de uma lista de 54 unidades que vão aderir ao projeto em 2020. Apesar da oposição da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) ao Pecim, a população aprovou a medida.

O Correio do Estado noticiou no último sábado (28) que os moradores do Jardim Los Angeles são favoráveis ao Pecim. A dona de casa Sônia Mara Rodrigues, de 49 anos, é uma delas. Moradora do Jardim Centro Oeste, ela transferiu o filho Fernando Felipe Rodrigues de Oliveira, de 17 anos, por não gostar da escola do Jardim Los Angeles. “Vai ser bom, porque aqui não é fácil. Tirei meu filho daqui porque não é bom”, afirmou.

Para o funcionário público Fredy Velasco, de 63 anos, a medida vai disciplinar os alunos. “Muda a educação, muda a disciplina. Não vai ser como é agora: vai quem quer e quem não quer [estudar], pula o muro”, defendeu.

Esse modelo visa fortalecer as áreas didático-pedagógica, educacional e administrativa. Nessas duas últimas áreas, haverá a participação dos militares. A Secretaria de Estado de Educação (SED) realizou uma consulta pública nos dois bairros, tendo 93% de aprovação no Anache e quase 80% nos Los Angeles.

GREVE

Aderindo a um movimento nacional, professores, estudantes e trabalhadores da educação farão uma greve entre esta quarta-feira e quinta-feira contra medidas do governo federal na área, como os contingenciamentos do orçamento do MEC e os projetos Escola sem Partido e Pecim.

No estado, os profissionais reinvidicam melhorias na educação, realização de concurso público, equiparação salarial entre concursados e convocados, além de convocação de professores e funcionários administrativos. Em nota, o governo do estado rebateu as críticas da Fetems.

“A entidade sindical, historicamente ligada ao PT, tem feito acusações mentirosas contra o governo do estado. E essa paralisação irá prejudicar o aprendizado dos alunos”, diz o texto. A nota cita ainda trecho de ofício da secretária de estado de Educação, Maria Cecília Amêndola da Motta, que destacou a efetividade do ensino da REE. “ Mato Grosso do Sul se destaca no cenário nacional pelo envolvimento da equipe pedagógica da escola com a aprendizagem dos estudantes, fato este comprovado pelos inúmeros prêmios recebidos. Ressalta, ainda que, em razão da escassez de datas disponíveis para reposição, eventual paralisação irá acarretar prejuízo ao processo de aprendizagem dos estudantes”, escreveu.

Sobre o Pecim, o governo diz que não haverá “uma ʽmilitarizaçãoʼ e que as escolhas das escolas, ambas em regiões de vulnerabilidade econômica em Campo Grande, contou com aprovação da comunidade, segundo consulta pública”.

ADESÃO

No último dia para estados e municípios interessados se inscreverem no programa, o governo do estado anunciou na última sexta-feira (27) a indicação das duas escolas de Campo Grande para o Pecim. Segundo a SED, caberá ao estado administrar as unidades e suas despesas. Um servidor ocupará a direção, tendo como coordenador outro professor e um militar, que deve comandar as atividades do projeto.

Na grade de ensino, a novidade será a inserção de uma disciplina referente à atuação dos militares. O restante das unidades curriculares serão as mesmas utilizadas nas demais escolas da REE, que contemplam a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

PROGRAMA

Anunciado no dia 5 de setembro, o Pecim deve implementar as mudanças em 216 colégios até 2023, começando com 54 em 2020. O modelo será levado, preferencialmente, para regiões que apresentam situações de vulnerabilidade social e baixos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Em parceria com o MEC, o Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das Forças Armadas para trabalhar nas escolas levando mais disciplina e organização. A ideia é que eles sejam contratados por meio de processo seletivo. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por até dez, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os profissionais vão receber 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.

Os estados poderão ainda destinar policiais e bombeiros militares para apoiar a administração das escolas. Nesse caso, o MEC repassará a verba ao governo, que, em contrapartida, investirá na infraestrutura das unidades, com materiais escolares e pequenas reformas. Serão investidos R$ 54 milhões por ano, sendo R$ 1 milhão por escola. Desse montante sairá o pagamento dos militares da Defesa e a verba para os governos que aderirem ao programa.

fatalidade

Helicóptero de resgate cai e deixa mortos em Minas Gerais

O grupo atuava em buscas na região onde caiu um avião monomotor, em Ouro Preto

12/10/2024 17h02

Helicóptero atuava em resgate quando caiu

Helicóptero atuava em resgate quando caiu Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Um helicóptero que transportava uma equipe do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais para realizar uma operação de resgate caiu e ocasionou a morte de todos os seis tripulantes O grupo atuava em buscas na região onde caiu um avião monomotor, em Ouro Preto.

A equipe era composta por quatro bombeiros, um médico e um enfermeiro. Desde o fim da tarde de sexta-feira, 11, o helicóptero estava desaparecido.

A equipe tinha conseguido acessar o local do acidente do monomotor e aguardava melhoria do tempo para retornar. A última informação dada pelo comando da aeronave foi de que não havia visibilidade e segurança para retornar.

"As buscas foram intensas em dificuldade, em um terreno íngreme e acidentado. E também a chuva era muito intensa", disse o porta voz do Corpo de Bombeiros, 1.° Tenente Henrique César Barcellos.

Segundo ele, o comandante do helicóptero tinha ampla experiência em operações de resgate e atuou em Brumadinho, quando uma barragem de rejeitos rompeu e deixou mais de 200 mortos.

Cidades

Comunidade indígena será indenizada por pulverização aérea de agrotóxicos em MS

Pulverização aérea de agrotóxico em lavoura de milho atingiu moradias da comunidade indígena Tey Jusu, em Caarapó, e causou problemas de saúde

12/10/2024 16h33

Agrótico atingiu moradias e indígenas tiveram sintomas, como dor de cabeça e febre

Agrótico atingiu moradias e indígenas tiveram sintomas, como dor de cabeça e febre Divulgação / MPF-MS

Continue Lendo...

Moradores da comunidade indígena Tey Jusu, localizada no município de Caarapó, serã indenizados por danos decorrentes da pulverização aérea de agrotóxico, que atingiu moradias, em desacordo com as normas ambientais. 

Decisão é da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que julgou recurso e reconheceu o direito dos povos tradicionais neste caso.

Conforme o processo, um parente do proprietário da fazenda contratou uma empresa para fazer a pulverização do agrotóxico em uma lavoura de milho, mas o fungicida também acabou acabou atingindo casas de indígenas da região.

No caso, foi utilizado o produto “Nativo”, fungicida classificado como “muito perigoso”, cuja instrução de uso inclui “proteger casas, rios, lagos e nascentes”.

O Ministério Público Federal (MPF) havia movido ação civil pública na qual afirmou que, após a aplicação do fungicida, pessoas da comunidade, inclusive crianças, apresentaram dor de cabeça, dor de garganta, diarreia e febre. 

Em primeira instância, a 1ª Vara Federal de Dourados fixou a indenização por danos morais coletivos em R$ 150 mil e não estabeleceu valor para reparação do dano ambiental, por considerar não haver comprovação. 

Tanto o MPF quanto o produtor rural e demais condenados recorreram, com o MPF pedindo a reparação do dano ambiental e os réus pedindo absolvição ou redução dovalor da indenização por danos morais coletivos.

Recurso

No julgamento do recurso, a Primeira Turma do TRF3 deu parcial provimento às apelações.

O Colegiado considerou que a aplicação do produto não obedeceu às regras de instrução normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária, por não respeitar distância mínima de 250 metros de moradias, tendo em vista que havia barracos dentro da lavoura. 

“Apesar de a dispersão do agrotóxico ter se limitado a 90 hectares da propriedade, como sustentaram os requeridos, foi comprovado que indígenas haviam construído barracos de lona plástica junto a esta lavoura de milho e dentro dela”, segundo o acórdão. 

Segundo a decisão, “a pulverização aérea de agrotóxico sobre comunidade indígena, uma vez comprovada, como foi no caso, é dano ambiental notório porque improvável, pelas regras de experiência comum, que dela não derivem riscos à saúde, à segurança e ao bem-estar, no caso, dos silvícolas Tey Jusu que fixaram moradia na circunscrição e dentro da lavoura em questão”.  

Assim, foi estabelecida a reparação do dano ambiental e determinada a redução do valor da indenização por danos morais coletivos, de R$ 150 mil para R$ 50 mil, para limitá-lo à quantia pedida pelo MPF. 

O proprietário da fazenda, o parente do fazendeiro, que foi responsável pela contratação do serviço; a empresa contratada  e o piloto responsável pela dispersão do fungicida foram condenados ainda ao pagamento de R$ 170 mil à comunidade indígena, para reparação do dano ambiental.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).