Cidades

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Profissão de arqueólogo ainda não é regulamentada

Profissão de arqueólogo ainda não é regulamentada

AGÊNCIA BRASIL

01/01/2014 - 23h00
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O gosto pela arqueologia começou cedo para o professor Pedro Paulo Abreu Funari. A escolha da profissão, ainda na adolescência, foi influenciada pelo livro Deuses, Túmulos e Sábios, do escritor alemão C. W. Ceram. A ausência de cursos de graduação na área, obrigou-o a cursar história, na Universidade de São Paulo (USP), no início da década de 1980, e somente na pós-graduação pôde especializar-se no que realmente gostava.

“Até o fim do século passado, a arqueologia era praticamente apenas uma pós-graduação”, disse, ao avaliar que até o ano 2000, o número de arqueólogos no Brasil tenha oscilado entre 300 e 500 profissionais “no máximo”. Hoje, pós-doutor em arqueologia e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele avalia que “deve haver mais de 3 mil arqueólogos graduados no país”.

O arqueólogo Eduardo Neves, da Universidade de São Paulo (USP), disse que até a década de 1990 os arqueólogos no país praticamente pagavam para trabalhar. “Às vezes não havia dinheiro para ir na esquina”, brinca. “Hoje, em compensação, nunca houve tantas pessoas vivendo de arqueologia. O desafio agora é definir um bom padrão para os egressos dos cursos de graduação e garantir que as pesquisas sejam feitas realmente por arqueólogos”.

Com as leis ambientais implementadas na década de 1990, a arqueologia tornou-se um dos quesitos para o licenciamento ambiental de obras de impacto ambiental, exigindo a presença de uma equipe de arqueologia. Em 2002, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estabeleceu critérios para a condução dessas pesquisas.

O novo contexto jurídico provocou um aumento da demanda por arqueólogos para trabalhar em obras, como rodovias, metrôs e estádios. Entretanto, a profissão não é regulamentada e, para a categoria, esse é um problema, sobretudo no momento atual, devido às grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que vêm possibilitando a descoberta de toneladas de artefatos arqueológicos no Brasil.

Para a professora e pesquisadora Madu Gaspar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a regulamentação da profissão de arqueologia evitará que pessoas despreparadas lidem com o patrimônio cultural brasileiro. “Você deixaria uma pessoa que não tem experiência restaurar o Theatro Municipal ou a Capela Sistina?”, questiona a arqueóloga.

Segundo Madu, todo arqueólogo deve ter uma perspectiva teórica, estratégicas metodológicas para produzir conhecimento sobre hábitos e costumes de um povo. Desta forma, a regulamentação permite que um profissional “incompetente” perca o direito de exercer a profissão. “Os arqueólogos não catam caquinhos, não catam pedrinhas. As pessoas não podem sair por aí pensando em metro quadrado, em coletar caquinho”, comenta.

Pesquisador do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro, o arqueólogo Cláudio Prado de Mello lamenta que a falta de regulamentação e de regras claras para a contratação de profissionais na área de arqueologia esteja provocando a destruição de sítios arqueológicos inteiros.

“Hoje a arqueologia está contaminada com profissionais de outras áreas sem comprometimento com a ciência. Há empresas que estão oferecendo orçamentos de projetos pela metade do preço cobrado por uma equipe de arqueólogos e acabam ganhando o trabalho, mas não fazem bem ou às vezes não fazem nada”, disse Mello.

Para a diretora do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rosana Najjar, a regulamentação da profissão favorece critérios mais claros e evita análises subjetivas do currículo na hora da escolha do profissional para um projeto. “Os cronogramas das obras atrasam, pois os relatórios não são aprovados e os projetos acabam retornando”, diz Rosana, que considera a mobilização dos profissionais e da sociedade fundamentais para pressionar a regulamentação da profissão de arqueólogo urgentemente.

“Será bom para quem contrata, para os arqueólogos, para quem está se formando, e assim todos poderão se adaptar com regras claras. O Iphan estará sempre apoiando esse movimento”, completou.

Incêndios florestais

Ibama mobiliza brigadistas para combate a incêndios na Bolívia

Governo brasileiro autorizou, neste final de semana, o envio de brigadistas após assinatura de portaria para combater incêndios na Serra do Amolar

09/09/2024 15h33

Bombeiros e brigadistas na região da Serra do Amolar, no Pantanal de MS.

Bombeiros e brigadistas na região da Serra do Amolar, no Pantanal de MS. Foto: Governo de MS/Divulgação

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Após pedir ajuda ao governo brasileiro para auxiliar no combate aos incêndios florestais que vêm devastando o Pantanal boliviano, brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama enviaram equipes ao país vizinho para ajudar no combate ao fogo que atinge a Serra do Amolar.

Conforme apuração do portal G1, os brigadistas brasileiros do Prevfogo de Corumbá foram enviados para a Bolívia neste domingo, após receberem a permissão da Agência Brasileira de Cooperação, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

Segundo Thainan Bornato, chefe de planejamento de operações do Ibama no Pantanal, o envio de brigadistas para a Bolívia serve como proteção ao território brasileiro e aos indígenas da comunidade Guató que vivem na região.

"Enviamos 12 brigadistas autorizados para irem à Bolívia e voltarem para o Brasil. A autorização é para proteger os indígenas. O fogo era observado, mas não tínhamos a autorização para entrar no país. Os brigadistas estão no combate durante o dia, na Bolívia, e voltam ao território Guató. Enviamos com apoio do Exército, Marinha e Aeronáutica", explica a representante do Ibama.


Fogo ameaça o bioma da Serra do Amolar 

Um dos principais santuários da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade, a Serra do Amolar boliviano segue ameaçada pelos incêndios florestais. A Bolívia, que não tem equipes de Corpo de Bombeiros, enfrenta dificuldades para conter as chamas devido à falta de estrutura.

De acordo com dados do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a linha de fogo atingiu uma extensão de 60 quilômetros. Equipes do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) estavam prontas, mas aguardavam a liberação do Itamaraty para entrar no país vizinho.

Na Bolívia, a região pantaneira que faz fronteira com Corumbá é chamada de “Chaco”, onde ocorre o encontro dos territórios da maior planície alagável do mundo.

A fronteira entre Brasil e Bolívia possui uma extensão de 3 mil quilômetros, margeando os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde fica localizado o coração do Pantanal.

Pedido de ajuda boliviano 

Em agosto deste ano, o governo boliviano solicitou ajuda ao Brasil para combater os incêndios florestais que vinham devastando o Pantanal. O pedido foi enviado à Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e estava sendo avaliado pelo Itamaraty.

No pedido de ajuda que o Itamaraty estava avaliando, constava o envio de aeronaves para "ataques aéreos a focos de incêndio e para transporte de pessoal e carga". O governo boliviano também solicitou o envio de brigadistas e equipes de combate a incêndios.

“A equipe do Ibama permanecerá no Brasil, deverá adentrar em área da Bolívia durante o período diurno e deverá atuar de forma coordenada com as autoridades bolivianas em território do país vizinho, na faixa de fronteira lindeira com o estado do Mato Grosso do Sul”, diz a nota de autorização.
 

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Investigação

Mulher é presa após esfaquear e matar homem em briga por dívida de R$200

Equipes de investigação tiveram acesso às câmeras de segurança e avistaram a mulher saindo da quitinete no momento da morte do rapaz. O caso segue sob investigação.

09/09/2024 15h01

Mulher foi presa em Campo Grande nesta segunda-feira (9).

Mulher foi presa em Campo Grande nesta segunda-feira (9). Créditos: Divulgação/ Polícia Civil

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Uma mulher de 35 anos foi presa na manhã desta segunda-feira (9), suspeita de matar Anderson Manoel da Silva a facadas em uma residência no bairro das Moreninhas, em Campo Grande. Segundo as investigações, a morte foi causada por uma dívida de R$200.

Conforme informações da Delegacia Especializada de Homicídios e de Proteção à Pessoa, câmeras de segurança de um estabelecimento em frente às quitinetes onde Anderson morava flagraram a suspeita fugindo.

Pelas imagens, a mulher sai da quitinete andando calmamente. Por volta das 21h, ela retorna ao local e, em seguida, sai novamente completamente descontrolada.

Conforme apuração da reportagem, moradores relataram que o local é frequentado por usuários de drogas. 

Segundo investigações da Polícia Civil, constatou-se que dentro do imóvel ocorreu uma briga violenta, devido às marcas de sangue e garrafas quebradas encontradas no local.

A mulher foi encaminhada a delegacia e deve passar por uma audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (9). 

O crime 

Anderson Manoel da Silva foi encontrado morto na manhã deste domingo (08) com cinco facadas nas costas e uma no pescoço. O crime ocorreu no bairro Moreninhas III.

Conforme boletim de ocorrência, uma testemunha relatou ter recebido informações de que durante a madrugada de sábado para domingo, a vítima se envolveu em uma briga com dois homens e uma mulher - a qual morava em um quarto nos fundos de onde ocorreu o fato.

Ainda segundo informações, o local era frequentado por usuários de drogas, inclusive convidados pela própria vítima, onde além de fazerem uso de entorpecentes também ingeriam bebida alcoólica.

A testemunha informou à polícia, que após ficar sabendo da briga, ficou preocupada com Anderson e foi até sua casa, onde encontrou o cadeado trancado. Quando chamou pelo nome da vítima, percebeu que ele não respondia - momento em que resolveu arrombar portão e porta, já que estavam trancados

Inicialmente, ao ver Anderson desacordado, acionou a Polícia Militar e o SAMU. Estiveram no local também, a perícia, uma viatura da Depac Cepol e da DHPP, que investigará o crime. Nas primeiras impressões foi percebido e constatado através de perícia, que o local foi palco de uma briga violenta, pois existiam várias marcas de sangue e garrafas de vidro quebradas.

 

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