Além de apontar as possíveis causas ou fatores que determinaram os estragos provocados pela tromba d’água que caiu no último dia 27 de fevereiro em Campo Grande, laudo encomendado pelo Ministério Público Estadual vai avaliar a eficácia das obras de controle de enchentes que a prefeitura executou na Bacia do Córrego Prosa, a um custo de R$ 30 milhões. Os peritos devem apresentar suas conclusões em no máximo 30 dias. O laudo vai subsidiar o inquérito instaurado pela promotora do Meio Ambiente, Mara Cristiane Crisóstomo Bravo. A promotora diz que, como se trata de uma obra financiada com recursos da Caixa Econômica Federal, o trabalho do Ministério Público Estadual, ficará limitado apenas a avaliar se os projetos foram bem dimensionados, se as soluções adotadas eram as mais indicadas tecnicamente. Caso se constate alguma falha, que poderia caracterizar uso inadequado do dinheiro público, aí a competência de atuação passaria a ser do Ministério Público Federal, por se tratar de recursos federais. “Nosso objetivo é buscar apurar as causas do que aconteceu para, junto com a prefeitura e segmentos da sociedade, formular alternativas de solução”, reafirmou a promotora. O secretário de Infraestrutura, João Antonio De Marco, diz que as obras foram tecnicamente bem executadas e tomaram como base projetos elaborados em 1985. Algumas obras – como a construção de mais seis barragens de contenção no Córrego Sóter – não foram feitas por falta de recursos. Entre as obras para controle de enchentes a prefeitura construirá três barragens de contenção no Córrego Sóter, um piscinão próximo ao shopping, além de recompor as margens do Prosa (até a Rua Padre João Crippa) com grama, sacos de areia e gabião. Provisória Ontem o secretário procurou se explicar diante do desmoronamento das obras de contenção realizadas na antiga área de lazer do Condomínio Cachoeirinha, com a chuva que caiu na segunda-feira. Segundo ele, tudo o que foi feito na área próxima da cratera aberta na Avenida Ceará, é provisório, e serve apenas para segurar o barranco e evitar novos desmoronamentos de terra. “Este material usado nas obras emergenciais é de pequeno custo e tem a função importante de proteger toda a área afetada, inclusive dar segurança aos moradores do Condomínio Cachoeirinha. Vamos fazer aqui um muro de arrimo definitivo para dar segurança a todos os moradores deste local”, afirmou De Marco. Ontem pela manhã os operários que trabalhavam na colocação de tubulações no leito do Córrego Prosa, suspenderam o serviço e retiraram o que já havia sido colocado. Segundo eles , essa providência foi determinada diante da informação de que estava chovendo muito no trecho acima do córrego, representando risco de que, colocadas as tubulações, o caminho da água pode ser obstruído, trazendo novos riscos.