karine cortez
O promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Sérgio Harfouche, disse ontem que a Promotoria será parceira da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) na redistribuição dos menores que cumprem medida socioeducativa na Unei Dom Bosco, em Campo Grande. O estabelecimento está sendo interditado por determinação da Vara da Infância e Juventude da Capital.
Segundo ele, as alternativas seriam antecipar a medida dos jovens ou colocá-los em outras unidades. “Aqueles jovens de menor periculosidade que cometeram pequenos furtos podem ter a medida antecipada. Eles serão matriculados nas escolas e deverão cumprir algumas regras, entre elas, ter boas notas e bom comportamento. Caso contrário voltam a cumprir medida socioeducativa”, salientou Sérgio Harfouche.
O representante do Ministério Público Estadual ressaltou que encaminhou vários ofícios à Sejusp relatando a precariedade da Unei Dom Bosco e que nenhuma medida foi tomada para solucionar o problema que, segundo ele, é gravíssimo. “A capacidade da Unei Dom Bosco é para 48 meninos, mas haviam 67 no local vivendo em condições insalubres. A situação na Unei é totalmente precária e não tinha como esses jovens continuarem lá. Essa decisão judicial já era anunciada e eles não poderão dizer que foram pegos de surpresa”, afirmou.
O promotor disse, ainda, que as necessidades da Unei Dom Bosco vão além da estrutura física. “É necessário maior número de agentes para trabalharem no local. O governo também deve investir em cursos profissionalizantes para esses jovens. A situação na Unei Dom Bosco é pior do que a situação do Presídio de Segurança Máxima”, ressaltou Sérgio Harfouche.