Cidades

SEM AUTORIZAÇÃO

Proprietários rurais são multados em R$ 10 mil por construção ilegal

Infratores responderão por crime ambiental por construir atividade potencialmente poluidora sem autorização

Danielle Valentim

25/08/2015 - 08h54
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Policiais Militares Ambientais de Batayporã (MS) multaram e autuaram ontem (24), dois proprietários rurais por realizarem loteamentos em suas propriedades sem autorização ambiental. A fiscalização aconteceu nas proximidades do rio Ivinhema, no município de Nova Andradina.

O proprietário de uma área de 34 hectares, às margens do córrego Laranjal, afluente do rio Ivinhema, estava loteando a propriedade sem licença ambiental e já havia vendido 20 lotes. Nos espaços, algumas pessoas  já tinham construído residências e ranchos.

Embora o local, esteja fora da área de preservação permanente (APP), as atividades foram interditadas e o proprietário do loteamento, de 66 anos, residente em Nova Andradina, foi autuado administrativamente e multado em R$ 5 mil.

Pelo mesmo motivo, a PMA também autuou em R$ 5 mil, outro proprietário rural, de 48 anos, residente em Nova Andradina. Ele havia loteado sem licença ambiental 6,8 m² de sua propriedade de 43 hectares, localizada à margem esquerda do rio Ivinhema, próxima ao bairro São Bento, em Nova Andradina. No local já haviam sete edificações, também fora da área de preservação permanente (APP). O loteamento foi interditado.

Os infratores responderão por crime ambiental de construir atividade potencialmente poluidora sem autorização. Se condenados, poderão pegar pena de três a seis meses de detenção. Os proprietários foram orientados a apresentar um projeto junto ao órgão ambiental para a possível legalização das atividades.

Reajuste

Sem reposição salarial, dentistas da rede municipal decretam estado de greve em Campo Grande

Caso prefeitura não reajuste salários, nova assembleia pode determinar paralisação em 15 dias

15/11/2025 15h00

Foto: Reprodução / Sioms

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Ao menos 265 cirurgiões-dentistas que atuam na rede pública de Campo Grande decidiram, por unanimidade, decretar estado de greve e alertam para a possibilidade de paralisação parcial dos atendimentos caso a Prefeitura não cumpra decisão judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

A deliberação ocorreu neste sábado (15), durante Assembleia Geral realizada pelo Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms). 

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%. 

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação. 

“São três anos sem atualização salarial, a gestão não cumpriu a decisão sobre a regulamentação do auxílio alimentação, mas o estopim de tudo é o descumprimento da decisão judicial sobre reposicionamento de plano de cargos e carreira. Estamos abertos ao diálogo, mas nesse caso do plano de cargos e carreira não há o que questionar, pois decisão judicial não se questiona, se cumpre, e é isso que buscamos”, destacou o presidente do Sioms David Chadid, em nota. 

Neste momento, passa a vigorar multa diária de R$ 1 mil à prefeitura pelo não cumprimento judicial.

Segundo Chadid, a situação é um flagrante desrespeito aos profissionais e destacou que o sindicato está seguindo todos os ritos legais para defender os direitos da categoria. Chadid lembrou que o direito ao reposicionamento exigiu investimento dos profissionais em cursos e especializações, acumulando ao menos cinco anos de estudos.

Durante a assembleia, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

"O risco de paralisação existe, o objetivo da categoria não é parar, queremos conquistar as demandas já vencidas na Justiça, entretanto, o estado de greve existe justamente para sinalizar uma eventual paralisação, caso a prefeitura não cumpra com os reajustes", destacou ao Correio do Estado.

Cabe destacar que, neste momento, a assembleia aprovou apenas o estado de greve, enquanto os demais pontos, como paralisação de um dia, deflagração de greve por tempo indeterminado e definição do calendário de mobilizações, permaneceram abertos para deliberação futura, seguindo a Lei de Greve e orientação jurídica.

Conforme apurou o Correio do Estado, caso a prefeitura não cumpra com as obrigações, em aproximadamente 15 dias, uma nova assembleia deve oficializar a paralisação dos profissionais nas unidades de saúde da Capital. 

O sindicato informou que comunicará oficialmente o estado de greve ao município e à população. Caso a prefeitura siga sem cumprir a decisão judicial, a categoria afirma que será obrigada a interromper parcialmente os atendimentos odontológicos na rede pública, mantendo apenas cerca de 30% do efetivo, como prevê a lei. 

A decisão vale apenas para os dentistas sindicalizados. Os profissionais interessados em aderir ao estado de greve devem procurar o Sioms, destacou o presidente. 

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vale da celulose

Arauco agora faz mistério sobre construção de ramal ferroviário

Previsão era de que a construção começasse em setembro, mas somente agora saiu a licença de instalação. Fábrica de celulose deve ser ativada em dois anos.

15/11/2025 12h30

Previsão é de que a fábrica de celulose seja concluída em dois anos e obra do ramal levará ao menos 18 meses

Previsão é de que a fábrica de celulose seja concluída em dois anos e obra do ramal levará ao menos 18 meses

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Anunciado desde o começo do projeto e apesar de ter obtido nesta semana a licença para instalação do ramal ferroviário de 47 quilômetros ligando a futura fábrica de celulose de Inocência à Ferronorte, a Arauco prefere agora fazer mistério sobre a obra e nem mesmo informa se realmente vai tirar o projeto do papel. 

Ao receber a licença de instalação, o comando da empresa se comprometeu a pagar uma compensação ambiental no valor de R$ 4.302.206,44, conforme publicação do diário oficial do Governo do Estado no dia 12 deste mês. O montante equivale a 0,64% do valor de referência da obra, de R$ 671.171.000,00. 

Procurada pela reportagem do Correio do Estado para falar sobre o cronograma da obra (início e fim) valor atualizado do investimento e andamento das negociações para indenização dos proprietários das terras pelas quais deve passar a ferrovia, a Arauco se limitou a informar que "não tem novas informações sobre o assunto". 

Indagada se efetivamente vai tirar o projeto do papel, a gigante da celulose não deu mais retorno. As concorrentes Suzano e Eldorado também obtiveram licença da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construção de ferrovias, mas mantiveram engavetados os projetos para ligar Três Lagoas a Aparecida do Taboado, por onde passa a Ferronorte. Por enquanto, tudo é escoado por caminhões.

A fabrica de Ribas do Rio Pardo, da Suzano, despacha sua produção por caminhões até Inocência, onde construiu um terminal intermodal às margens da ferrovia.

A previsão inicial da Arauco era começar a construção do ramal em setembro deste ano, mas a licença de instalação foi concedida somente agora. Esta mesma previsão apontava um investimento da ordem de R$ 1 bilhão para instalação dos trilhos.

Além disso, existe a previsão de mais R$ 1,4 bilhão para compra de 23 locomotivas e aproximadamente 750 vagões, incluindo reservas, para formar sete comboios de 100 vagões cada. 

Com capacidade para produzir até 3,5 milhõs de toneladas por ano, o planejamento é de que um comboio com cem vagões saia da fábrica rumo ao porto de Santos diariamente levando 9,6 mil toneladas em uma única viagem, o que equivale a cerca de 200 camilhões.

Estes investimentos de R$ 2,4 bilhões não estão previstos no projeto original de construção da fábrica, que é da ordem de R$ 25 bilhões. O trajeto previsto da ferrovia, caso realmente saia do papel, será paralelo à MS-377.

De acordo com o cronograma original, a fábrica deve entrar em operação daqui a dois anos, no último trimestre de 2027. Até lá, em tese, ainda existe tempo hábil para conluir a ferrovia, já que a estimativa do comando da Arauco é de que seja possível construir o ramal em um ano e meio. 

Essa "folga", contudo, corre o risco de ser engolida por conta do impasse sobre a indenização dos 400 hectares de terras que terão de ser desapropriadas para dar lugar aos trilhos. 

A multinacional chilena está disposta a pagar uma média dee R$ 76 mil por alqueire. Os cerca de 30 proprietários afetados, porém, alegam que o valor de mercado está na casa dos R$ 260 mil. Caso consigam uma decisão judicial favorável, podem travar todo o projeto.

PLANO B

Mas, ao mesmo tempo em que faz os planos para construir a ferrovia, a Arauco também admite que estuda a possibilidade de a celulose ser despachada pela hidrovia dos rios Paraná  Tietê. 

Os chilenos estudam uma alternativa logística, combinando rodovia, hidrovia e ferrovia. Conforme esta alternativa, a celulose seria levada em caminhões até Três Lagoas, numa distância da ordem de 130 quilômetros. 

Depois,  a celulose seguiria pela hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP), numa distância de 450 quilômetros e somente depois disso seria levada pela ferrovia até o Porto de Santos, percorrendo mais 550 quilômetros por trilhos. 

Caso opte por esta alternativa, não precisaria construir o ramal ferroviário. A viabilidade, porém, depende da análise dos impactos e custos dos múltiplos transbordos de carga. Segundo a Arauco, a hidrovia é mais competitiva que o transporte rodoviário, retirando mensalmente 6 mil caminhões das estradas e reduzindo em 80% as emissões de CO. Já o transporte ferroviário reduz as emissões em 60% em comparação ao rodoviário, 

 
 

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