Cidades

PRÊMIO

Quarteto de diálogo nacional da Tunísia vence Nobel da Paz 2015

Quarteto de diálogo nacional da Tunísia vence Nobel da Paz 2015

G1

09/10/2015 - 07h29
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O Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia ganhou nesta sexta-feira (9) o Prêmio Nobel da Paz de 2015, "por sua decisiva contribuição para a construção de uma democracia pluralista no país durante a revolução de 2011", segundo o comitê que entrega o prêmio.

O quarteto foi formado em 2013, quando o processo de redemocratização do país estava correndo risco de colapsar após assassinatos políticos e protestos se espalharem pelo país.
As organizações dividirão os 8 milhões de coroas suecas (US$ 963 mil) concedidos pelo prêmio, que será entregue em 10 de dezembro em Oslo, na Noruega.

Ele é composto por quatro organizações: a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT, um sindicato), a União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica, patronato), a Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia(ONAT) e a Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH).

Durante o anúncio, o comitê do Nobel afirmou que o quarteto “estabeleceu uma alternativa, um processo político pacífico em um período no qual o país estava à beira de uma guerra civil”, e foi “instrumental ao permitir que a Tunísia, em um espaço de alguns anos, estabelecesse um sistema de governo constitucional.”

Segundo o comitê, sua formação garantiu “direitos fundamentais para toda a população, sem distinção de gênero, convicção política ou religião", e seu trabalho permitiu que os avanços alcançados durante a revolução não fossem perdidos.

As organizações representam diferentes setores e valores da sociedade tunisiana. “Com essa base, o quarteto exerceu seu papel de mediador e força motriz para promover o desenvolvimento democrático pacífico na Tunísia com grande autoridade moral”, disse o comitê do Nobel. Por isso, o prêmio foi dado ao quarteto em si, e não às quatro organizações individuais.

O Nobel ressaltou o papel essencial que o quarteto teve na transição da revolução até a realização de eleições democráticas e pacíficas na Tunísia em dezembro de 2014.

Reação dos ganhadores
O chefe da UGTT disse que o prêmio é uma mensagem para a região sobre o poder da negociação e do diálogo e "uma homenagem aos mártires da democracia tunisiana".

"Este esforço feito por nossa juventude permitiu que o país virasse a página da ditadura", acrescentou Houcine Abassi, líder do histórico sindicato.

Revolução de 2011
A Revolução de Jasmim, como ficou conhecido o processo que atingiu a Tunísia entre 2010 e 2011, levou à queda do presidente Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

Ela começou com protestos populares após o suicídio de um vendedor ambulante, contra o regime autoritário do presidente. As manifestações foram reprimidas violentamente, e resultaram na derrubada do regime em 14 de janeiro de 2011.

A primeira revolução do tipo no mundo árabe, pegou emprestado o nome da flor branca perfumada símbolo da Tunísia e da pureza, da doçura de viver e da tolerância. A queda do regime de Ben Ali na Tunísia abriu caminho para a Primavera Árabe em outros países da região, como Egito, Líbia e Síria.

Em muitos destes outros países, a luta pela democracia e os direitos humanos não se desenvolveu e foi reprimida. Na Tunísia, entretanto, foi possível ver uma transição democrática e uma vibrante sociedade civil que busca o respeito pelos direitos humanos.

“O quarteto pavimentou o caminho para um diálogo pacífico entre a população, os partidos políticos e as autoridades, e ajudou a alcançar soluções baseadas no consenso para diversos desafios entre as divisões políticas e religiosas", disse o comitê.

Exemplo e desafios
Kaci Kullmann Five, presidente do comitê do Nobel, disse esperar que o prêmio “inspire pessoas a verem que é possível trabalhar junto, que movimentos políticos islamistas e seculares conseguiram fazer isso na Tunísia, com a ajuda da sociedade civil, e que isso é do melhor interesse de todas as pessoas”.

Para o Nobel, o caminho que levou à queda de Ben Ali na Tunísia é “único”. “O exemplo da Tunísia mostra que valor do diálogo e do senso de pertencimento nacional em uma região marcada pelo conflito. A transição também mostra que a sociedade civil pode ter um papel crucial na redemocratização de um país.”

A Tunísia ainda enfrenta grandes desafios políticos, econômicos e de segurança – o comitê do Nobel disse esperar que o prêmio ajude a manter o país no caminho da democracia e seja uma inspiração para outros países no Oriente Médio, no Norte da África e no restante do mundo. “Mais do que tudo, este prêmio quer ser um encorajamento para os tunisianos, que apesar dos grandes desafios lançaram as bases para uma fraternidade nacional.”

Repercussão
O porta-voz das Nações Unidas em Genebra elogiou o prêmio. "Felicito o Quarteto do fundo do meu coração. Precisamos que a sociedade civil nos ajude a avançar nos processos de paz", disse em entrevista coletiva Ahmad Fazwi. "Isto é um exemplo brilhante. A Tunísia é um dos países árabes que o fez melhor desde a chamada Primavera Árabe nessa parte do mundo. Por isso que parabéns também para os tunisianos e para o governo da Tunísia", acrescentou.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, celebrou a premiação. “O Nobel para o Quarteto do Diálogo Nacional tunisiano mostra o caminho para resolver as crises na região: unidade nacional e democracia”, afirmou em sua conta no Twitter.

O presidente francês, François Hollande, disse que o prêmio "consagra o êxito da transição democrática" na Tunísia.

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, felicitou o quarteto premiado, enquanto Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, disse que o prêmio era "amplamente merecido".

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, que anunciou nesta semana uma viagem à Tunísia no âmbito das negociações de um acordo comercial com a UE, estimou que o prêmio era "bem merecido".

"O caminho tunisiano em direção à democracia foi uma fonte de inspiração e esperança para todos nós", disse Malmstrom à AFP.

Turistas atacados
A Tunísia realizou em dezembro as primeiras eleições presidenciais democráticas de sua história, que deram a vitória a Beji Caid Essebsi, um antigo funcionário dos regimes de Habib Bourguiba e Zine El Abidine Ben Ali, e que prometeu virar a página do autoritarismo.

Mas o país, que pode se gabar de uma transição exemplar, segue debilitado pelos atentados islamitas.

Um atentado no museu do Bardo, em março na capital, deixou 22 mortos, e três meses depois, em junho, um ataque deixou 38 mortos em um hotel frequentado por turistas estrangeiros em Sousse (leste). Os dois atos foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Um deputado do Nidaa Tounès, a primeira força política do país, sobreviveu na quinta-feira a uma tentativa de assassinato em Sousse.

Últimos ganhadores
2014: os vencedores do Nobel da Paz foram o indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay, "pela sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação". A estudante do Paquistão se tornou a mais jovem ganhadora do prêmio.

2013: Organização para a Proibição das Armas Químicas, entidade que supervisiona destruição do arsenal químico na Síria em guerra.

2012: União Europeia (UE), por ter contribuído para pacificar um continente devastado por duas guerras mundiais.

2011: Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee (Libéria) e Tawakkol Karman (Iêmen), por sua luta não violenta em favor da segurança das mulheres e seus direitos a participar dos processos de paz.

2010: Liu Xiaobo (China), dissidente detido, "por seus esforços duradouros e não violentos em favor dos Direitos Humanos na China".

2009: Barack Obama (Estados Unidos) "por seus esforços extraordinários com o objetivo de reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".

2008: Martti Ahtisaari (Finlândia) por suas numerosas mediações de paz em todo o mundo.

2007: Al Gore (Estados Unidos) e o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU por seus esforços para aumentar o conhecimento sobre as mudanças climáticas.

2006: Muhammad Yunus (Bangladesh) e seu banco especializado no microcrédito, o Grameen Bank, porque "uma paz duradoura não pode ser obtida sem que uma parte importante da população encontre a maneira de sair da pobreza".

BOLETIM

Estado registra 12 mortes por dengue em 2025; veja

Números foram apresentados no boletim referente à 20ª semana epidemiológica, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde

23/05/2025 14h52

Acúmulo de lixo ajuda a propagar a proliferação do mosquito responsável por transmitir a dengue

Acúmulo de lixo ajuda a propagar a proliferação do mosquito responsável por transmitir a dengue Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Desde o início do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 4.796 casos confirmados e 12.250 casos prováveis de Dengue.

De acordo com os dados apresentados no boletim referente à 20ª semana epidemiológica, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta sexta-feira (23), 12 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 9 estão em investigação.

Em um dado comparativo, neste mesmo período do ano, foram registrados 9,1 mil confirmações e 18 óbitos.

Dados gerais Nos últimos 14 dias, Itaquiraí, Caarapó, Laguna Carapã, Maracaju, Japorã, Anastácio, Paranhos, Nioaque, Deodápolis, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Sidrolândia, Cassilândia, Aquidauana, Ribas do Rio Pardo, Amambai, Dourados, Nova Andradina e Naviraí registraram incidência baixa de casos confirmados para doença.

Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Iguatemi, Paranhos, Itaquiraí, Naviraí e Água Clara. Entre as vítimas, 4 delas possuíam algum tipo de comorbidade.

Conforme o boletim, 167.101 doses de vacina já foram aplicadas na população alvo. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 241.030 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Chikungunya

Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 10.194 casos prováveis, sendo 2.701 confirmados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

O documento também confirma 28 casos da doença em gestantes. Conforme o boletim, 6 óbitos foram confirmados em decorrência da doença nos municípios de Dois Irmãos do Buriti, Vicentina, Naviraí, Terenos e Fátima do Sul. Entre as vítimas, 4 delas possuíam algum tipo de comorbidade. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação.

Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.

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Cidades

Inscrição para concurso na UFMS acaba neste domingo

Certame oferece 48 vagas para níveis médio, técnico e superior, com salários que variam de R$ 3.029,90 a R$ 4.967,04

23/05/2025 14h22

Sede da UFMS em Campo Grande

Sede da UFMS em Campo Grande Marcelo Victor / Correio do Estado

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As incrições para o concurso público de Técnicos-Administrativos em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) encerram neste domingo (25).O certame oferece 48 vagas para níveis médio, técnico e superior, com salários que variam de R$ 3.029,90 a R$ 4.967,04, além de auxílio-alimentação de R$ 1.000,00.

As oportunidades estão distribuídas em diversos campi da UFMS no estado. Entre os cargos ofertados estão Assistente em Administração, Técnico em Enfermagem, Técnico de Laboratório, Analista de TI, Psicólogo, Zootecnista, Auditor, Bibliotecário-Documentalista e Médico (Clínico Geral e Pediatra).

As inscrições devem ser feitas no site da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), responsável pela organização do concurso: concurso.fapec.org. A taxa é de R$ 120 para todos os cargos.

Candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e doadores de medula óssea podem solicitar isenção da taxa até 30 de abril, conforme critérios do edital.

A prova objetiva será realizada em Campo Grande, com 60 questões de múltipla escolha nas áreas de Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Legislação, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Específicos.

O concurso reserva vagas para pessoas com deficiência (PcD) e candidatos autodeclarados pretos ou pardos (PPP), em conformidade com a legislação vigente.

Mais detalhes sobre os cargos, requisitos e cronograma estão disponíveis no edital completo, no site da Fapec. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail: [email protected].

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