MICHELLE ROSSI
Os focos de incêndios em Mato Grosso do Sul diminuíram em 2010, e o número já pode ser apontado como um dos menores registros em 15 anos, conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De janeiro a agosto deste ano, foram contabilizados pelo Instituto, 1.141 focos no Estado. Os recordes nos últimos anos foram em 1999, com 6.064 ocorrências e mais recentemente em 2005, com 5.862.
No entanto, equipe de fiscalização do Ibama está desde domingo em campo para investigar as ocorrências de focos de queimadas no Estado. Nesta semana força-tarefa visita as cidades de Corumbá e Coxim e para cada hectare de mata queimada será aplicada uma multa de R$ 1 mil, com valor que pode ultrapassar a cifra se a área for de preservação ambiental.
O Ibama faz as visitas periodicamente e por ano são aplicadas cerca de 30 notificações por incêndio, principalmente nos meses de agosto e setembro, segundo o chefe de Divisão de Proteção Ambiental, Luiz Benatti. “A equipe é instruída a visitar os lugares onde estamos monitorando os focos de incêndio e caso sejam criminosos a multa é aplicada”, informa Benatti. Até meados de outubro, a força-tarefa estará a campo.
De acordo com Alexandre de Matos, analista ambiental do PrevFogo do Ibama/MS, aproximadamente 90% das ocorrências de incêndio são provocadas pelo homem. Os outros 10% seriam o percentual para as causas naturais como uma descarga elétrica, por exemplo. “No Estado, os focos de calor concentram-se mais na região do Pantanal onde são desenvolvidas atividades ligadas à agropecuária”, explicou Matos.
Ranking
Atualmente, Mato Grosso do Sul ocupa a 10ª posição no ranking de focos de calor monitoradas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que alimentam o banco de dados do Ibama. Os primeiros colocados são os estados de Mato Grosso, Tocantins e Pará.
A explicação do Ibama para o índice no Estado estar abaixo das médias anuais deve-se à contratação de 30 brigadistas recentemente – passando de 60 para 90 profissionais no Ibama/MS. Eles são treinados para trabalho de prevenção, com visitas em locais com maior incidência de queimadas. “Acho que os dados de 2010 refletem o trabalho de prevenção do Ibama”, apontou o representante do PrevFogo.