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Questão social pesará na hora de aprovar ou reprovar alunos na Rede Municipal

A Rede Municipal de Ensino publicou resolução que altera a forma de avaliação dos estudantes do Ensino Fundamental em 2020 por causa da pandemia

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Nova resolução publicada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) alterou a forma de avaliação dos alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme). Para este ano de 2020, os estudantes que tiveram participação nas aulas têm aprovação automática, de acordo com a medida. 

Para aqueles que não conseguiram acompanhar as atividades on-line, a aprovação será concedida dependendo do motivo que afastou a criança dos estudos.

De acordo com a resolução publicada no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) na edição de ontem, altera-se, em caráter excepcional, o regime de progressão adotado nas escolas.

Para este ano, a Reme decidiu adotar o regime continuado, que é a promoção do aluno de um ano para o outro de forma automática, sem reprovações. 

Isso já acontece na rede entre os estudantes do 1º ano para o 2º ano, entretanto, a resolução determinou que a ferramenta será usada para “todas as etapas e modalidades oferecidas”.

Mas o documento também acrescenta um dispositivo para o caso de o aluno não ter acompanhado as atividades remotas durante este ano.  

“A progressão continuada é o procedimento que permite ao aluno a progressão, sem interrupção, por aproveitamento, ao fim do ano letivo, desde que lhe seja verificada a participação nas atividades remotas, comprovada pelo acompanhamento”, diz trecho  do documento.

Em casos em que não haja esse acompanhamento, a aprovação ou reprovação do estudante ficará a cargo dos professores da instituição de ensino em que a criança está matriculada. 

Porém, a resolução pede que sejam observadas as “peculiaridades da trajetória escolar e/ou com justificativas plausíveis relacionadas ao momento social excepcional vivenciado”.

“O aluno que não tiver direito à progressão continuada permanecerá, em 2021, no mesmo ano em que esteve matriculado em 2020, sem prejuízo quanto à manutenção do correspondente vínculo escolar”, finaliza a resolução.

PESQUISA

A medida contrapõe a decisão da Associação de Pais e Mestres (APM) e do Conselho de Professores que, em votação, decidiu pela aprovação de 100% dos alunos da Reme no ano letivo de 2020.

A pesquisa foi realizada pela Semed no mês passado para ajudar na decisão da comissão montada para discutir o assunto. Mais de mil pessoas responderam à consulta para definir a avaliação final dos mais de 109 mil estudantes da rede.  

Pelo resultado, 53,4% definiram pela aprovação total dos estudantes. Em segundo lugar ficou a aprovação parcial, com 40,2%, e apenas 6,4% dos votos foram pela reprovação total.

O levantamento, porém, seria analisado pela comissão da Semed, que optou por deixar a decisão da aprovação ou não dos alunos que não acompanharam as atividades para a escola.

Segundo o superintendente de Gestão das Políticas Educacionais da Semed, Waldir Leonel, a decisão de não acompanhar a pesquisa veio da análise dos dados e de conversa com diretores das escolas.

“Os pais entenderam que deveria ter não promoção automática, então os pais foram um dos elementos, eles disseram que não deveria ter aprovação de 100%. E em reunião com os diretores levamos essa situação e 70% deles votaram pela resolução que foi publicada”, explicou.

A pasta enfatiza, porém, que questões sociais devem ser levadas em consideração quando for analisado o caso de alunos que não acompanharam as aulas. Leonel cita uma caso que ocorreu na Reme como exemplo.

“Temos de analisar a questão social para que não tenha injustiça com a criança. Tivemos caso de uma criança que não fez nada, mas a escola descobriu que o pai sofreu acidente, a mãe perdeu o emprego e está trabalhando de faxineira o dia inteiro, então essa criança é quem está cuidando do pai acidentado", contou. 

"Essa é uma questão social que foge do controle. Então o que precisa ser analisado é se essa criança sempre foi um bom aluno, sempre foi promovida com facilidade? É o que o conselho de professores vai analisar”, alegou.

PERDAS

A medida já era defendida por alguns docentes, principalmente por diretores de escolas. Para o presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), Lucílio Nobre, esta é a melhor solução.

“Os professores estão acompanhando desde o começo do ano esses alunos, a comunidade escolar tem o conhecimento dos motivos que levam essa criança a não ir para a escola, e os que não conseguem contato a escola aciona o Conselho Tutelar”, informou Nobre.

Para o educador, apesar de a Reme ter informado que cerca de 90% dos estudantes tiveram algum tipo de participação durante este ano escolar.

Entretanto, nas séries mais avançadas do Ensino Fundamental esse porcentual foi menor, chegando a 70% em algumas séries, o que gera problemas para os estudantes assimilarem o conteúdo.

“A perda já ficou constatada na questão do conteúdo, por isso a avaliação feita para a aprovação se baseia na participação do aluno. Ano que vem, quando encontrarmos esse aluno em sala de aula, é que vamos conseguir mensurar o tamanho desse prejuízo”, declarou.

Os alunos que tiverem dificuldade no conteúdo terão reforço no contraturno das aulas para ajudar no ensino.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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