A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) aposta em exames de DNA para comprovar que o professor de 38 anos estuprou e depois matou o garoto Kauan Andrade Soares do Santos, 9 anos, conforme relatado em depoimento pelo adolescente de 14 anos que teria participado do crime.
Segundo o delegado Paulo Sérgio Lauretto, amostras do rastro de sangue colhidas na casa do autor, que vão do quarto até à garagem, serão confrontadas com material genético de pessoas do sexo masculino da família de Kauan.
A análise é feita no laboratório da Coordenadoria-Geral de Perícias, em caráter de eliminação de probabilidades, e o resultado deve ser divulgado nesta tarde, ou até amanhã. Ao todo, a polícia aguarda cinco laudos, dentre os quais três de DNA e dois do Instituto de Criminalística.
Hoje, o delegado falou com a imprensa e disse que, apesar de o corpo do garoto não ter sido encontrado, as provas científicas devem auxiliar no esclarecimento dos fatos e indiciamento do autor.
O principal suspeito é um professor de 38 anos, morador na Coophavila II, preso por abusar sexualmente da vítima e de outras oito crianças em troca de vantagens financeiras. Os alvos eram menores em situação de vulnerabilidade.
A polícia acredita que Kauan morreu asfixiado enquanto era violentado pelo professor. Como a vítima reagiu, o homem tapou a boca com pano para abafar os gritos.
O menor infrator teria prestado auxílio segurando o menino pelos braços. Em seguida, o corpo foi colocado em um saco e jogado no Rio Anhanduí, no Aero Rancho. A vítima é dada como desaparecida desde o dia 25 de julho, quando foi vista cuidando de carros na Coophavila II.
Laureto explica que, com base no relato do adolescente, a perícia encontrou na casa do autor vestígios de sangue que iam desde o quarto, onde os abusos aconteceram, até à garagem da residência.
“O corpo foi colocado no carro do autor e levado até o rio. A perícia encontrou nos carpetes do veículo vestígios de sangue. Estes materiais serão comparados com as amostras da família de Kauan, como forma de comprovar se tudo aconteceu como foi descrito pelo menor, já que o investigado nega autoria”.
Além disso, o delegado ressalva que, se no pior dos cenários os exames não trouxerem resultados conclusivos, a polícia tem outras possibilidades. “Esperamos os laudos, mas também trabalhamos com outras possibilidades que serão apresentadas adiante”, pontuou.
INVESTIGAÇÕES
O professor responde ao todo por três inquéritos. O primeiro deles remete ao estupro de vulnerável contra duas crianças menores de 14 anos e contra seis com idades entre 15 e 17 anos e, inclusive, já foi relatado.
O segundo inquérito é sobre armazenar imagens de crianças e adolescentes em caráter sexual (conduta de pedófilo), pois, durante perícia, a polícia encontrou provas na casa do investigado.
Por fim, o último inquérito versa sobre o desaparecimento de Kauan. Neste, especificamente, o professor responde por homicídio e ocultação de cadáver. Com exceção do caso envolvendo Kauan, se fosse condenado hoje, o professor poderia receber pena superior a 90 anos, considerando apenas os casos de estupro, exploração e pedofilia.