Glaucea Vaccari
10/11/2020 12:28
A suspensão dos estudos clínicos da vacina Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pegou a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul de surpresa. O Estado é um dos que está testando a vacina contra o coronavírus.
A suspensão ocorreu por causa de um “evento adverso grave”, mas como o processo é sigiloso, a Anvisa não informou qual evento seria.
Ao Correio do Estado, secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende disse que a informação que ele tem é de que o evento adverso não tem relação com a vacina, mas é procedimento padrão paralisar testes quando ocorre algo dessa natureza.
“É como se o voluntário fosse triado e teve um AVC ou um infarto, por exemplo, não tem relação com a vacina, mas como é processo sigiloso eu espero que seja elucidado e tenha prosseguimento a pesquisa. O mais importante é ter uma vacina eficaz”, afirmou.
A interrupção nos estudos, segundo a Anvisa, é parte dos procedimentos de Boas Práticas Clínicas para estudos desenvolvidos no Brasil. Agora, dados observados até o momento serão analisados pela agência, que julgará sobre o risco/benefício da continuidade do estudo.
“O que eu posso dizer é que fomos surpreendidos, assim como o Butantan, como o Governo de São Paulo, as pesquisadoras também”, disse Resende.
Ainda segundo o secretário, 100 pessoas já tomaram a primeira dose da vacina em Mato Grosso do Sul e nenhuma apresentou qualquer reação.
Eles iriam receber a segunda dose, mas com a suspensão pela Anvisa, nenhum voluntário poderá ser vacinado até nova determinação.
Todos os participantes dos testes são profissionais da área da Saúde.
A Coronavac está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Dez dias antes do “evento adverso grave” ser registrado, ela foi considerada a vacina mais segura dentre todas as testadas pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
"A vacina Butantan é a mais segura em termos de efeitos colaterais. É a vacina mais segura neste momento não só no Brasil, mas no mundo", disse Covas.