Cidades

BIODIVERSIDADE

Reconhecimento como patrimônio trará mais recursos para o Pantanal de MS

Senadores votaram ontem uma mudança na Constituição que acrescenta e reconhece o bioma em Mato Grosso do Sul

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O Senado aprovou na tarde de ontem uma proposta de emenda à Constituição (PEC), de autoria da senadora Tereza Cristina (PP), que vai possibilitar a Mato Grosso do Sul obter mais recursos para a proteção ambiental do Bioma Pantaneiro.

Isso porque o texto inclui no artigo 225 da Constituição que o Pantanal Sul-Mato-Grossense é um patrimônio nacional, o que deve fortalecer as políticas públicas voltadas à prevenção de incêndios e queimadas e à conciliação entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental na região.

Essa avaliação de facilitar novos projetos é do secretário de Estado de Meio Ambiente, 
Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, ao afirmar que essa PEC “[só tem] aspectos positivos. A lei não estabelece nenhuma restrição ao Pantanal”.

“O bioma já tem um conjunto de legislações adequadas sob o ponto de vista do uso e da ocupação e da preservação. Então, isso agrega valor ao Pantanal”, declarou.

Verruck ressaltou, porém, que “os recursos sempre dependem da qualidade dos projetos que nós apresentarmos. Mas toda vez que você tem uma chancela constitucional de que esse bioma é um patrimônio, ele cria aí um foco diferenciado”.

“Ele não garante, mas ele, com certeza, melhora bastante as possibilidades de busca de recursos nesse sentido. E quando a gente fala especificamente em incêndio florestais, é importante destacar que a gente já tem um plano operativo estruturado entre os governo federal e estadual e que, obviamente, qualquer busca de recursos ajuda a essa caracterização. Ele vai ajudar”, frisou.

“Como nós estamos fazendo um projeto para [captar investimentos com] o próprio BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento], no momento em que isso se torna um patrimônio da humanidade, com certeza isso facilita a aprovação de projetos”, afirmou o secretário.

Verruck se refere ao projeto BID Pantanal, financiado pelo banco e elaborado pelo governo federal, em parceria com os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com investimento de US$ 400 milhões (quase R$ 2,2 bilhões) para ações de conservação e preservação ambiental na Bacia do Rio Taquari e com impacto direto em toda a planície pantaneira.

O projeto está alinhado ao eixo Água para Todos, subeixo Revitalização de Bacias Hidrográficas, do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e envolve os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Agricultura e Pecuária. Os recursos serão divididos em partes iguais entre os dois estados.
Essa mesma expectativa tem a autora do projeto.

Durante a votação do texto em plenário, Tereza Cristina afirmou que ele confere “maior robustez às políticas públicas para a proteção desse importante bioma nacional, em especial às voltadas para a prevenção de incêndios e queimadas e à conciliação entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental”.

A senadora por MS comemorou a aprovação do texto da PEC e também disse que isso deve contribuir para mais investimentos no bioma de MS.

“É uma mudança singela na nossa Constituição, mas cujos efeitos são enormes, sobretudo para os pantaneiros – esse povo que conhece e cuida da natureza, desenvolvendo sua atividade de maneira sustentável, respeitando as leis estaduais e federais, e com a consciência de que o Pantanal é a nossa grande riqueza e o nosso legado para as futuras gerações”, mencionou.

O senador Jayme Campos (MT) destacou que “o Pantanal, como patrimônio nacional, necessita de políticas públicas específicas para a preservação da região, do seu uso sustentável, que favoreçam o seu potencial turístico e econômico. O Pantanal precisa de suporte especial, um olhar para que ele continue sendo preservado, mas para que também possa trazer desenvolvimento para os seus moradores. O povo pantaneiro precisa ser amparado, precisa de oportunidades”, disse.

O texto, aprovado em primeiro e segundo turnos na tarde de ontem, inclui no artigo 225 da Constituição o que Pantanal Sul-Mato-Grossense faz parte do patrimônio nacional. A redação anterior só citava o Pantanal Mato-Grossense.

Dessa forma, o texto final ficou assim: “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Sul-Mato-Grossense, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônios nacionais, e a sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

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Mato Grosso do Sul

MPT quer desapropriar fazenda que usava trabalho escravo e destinar à reforma agrária

A Fazenda Carandazal já havia sido autuada em 2015 pelas mesmas irregularidades trabalhistas deste ano

25/03/2025 18h29

Fazenda é flagrada com trabalhadores em situação análoga à escravidão

Fazenda é flagrada com trabalhadores em situação análoga à escravidão Policia do MPU

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Ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso do Sul requereu, na Justiça, a desapropriação da Fazenda Carandazal, em Corumbá, além do pagamento de R$ 25 milhões a um dos proprietários, como punição à conduta de um dos proprietários. A ação contra a propriedade tramita na Vara do Trabalho de Corumbá. 

Os autos da ação narram várias evidências que apontam para uma sucessão de vítimas de trabalhos análogos à escravidão na propriedade de Moacir Duim Júnior e de sua esposa, Cristiane Kanda Abe.

Em fevereiro deste ano, foram resgatados quatro trabalhadores na fazenda em condições análogas à escravidão, vindos de um longo histórico de exploração de mão de obra. 

Um dos proprietários é reincidente na prática de violação de direitos dos trabalhadores, o que leva a expropriação da fazenda a ser uma punição justa a essa conduta, segundo o MPT.

A Carandazal deverá ser destinada à reforma agrária e a indenização monetária por danos morais será revertida a instituições e projetos de interesses sociais, caso os pedidos dos MPT sejam acolhidos pela Justiça. 

O procurador do trabalho Paulo Douglas Moraes defende que a ação do MPT busca reverter as punições em benfeitorias para a sociedade. “A ação na vara do MPT visa atingir vários objetivos: o de punir a conduta da redução de trabalhadores ao trabalho análogo ao escravo, mas vai além. Busca ressarcir a própria sociedade com dano moral coletivo, para que possamos reverter para a sociedade os valores que compensam os danos causados por esse fazendeiro e, nesse caso, dada a gravidade da situação, onde houve uma tentativa deliberada de ocultação de provas, há, também, o pedido para expropriação da propriedade.” 

Em agosto de 2015, um dos donos da Fazenda Carandazal recebeu cinco autos de infração da Fiscalização do Trabalho. Destes, um deles por manter empregado sem registro e outro por deixar de fornecer Equipamento de Proteção Individual (EPI) aos seus empregados. Os mesmos autos foram registrados em fevereiro deste ano. 

Para o MPT, essa postura de menoscabo decorre do grande lapso temporal sem novas abordagens e as penalizações brandas soam como um estímulo ao descumprimento das normas trabalhistas. “Percebemos ao longo do tempo que há uma falta de sensibilidade, sobretudo dos empregadores rurais do estado com relação a necessidade de revisar e superar questões culturais que envolvem e levam à naturalização do trabalho escravo.” 

Devido a essa insensibilidade somente com a aplicação de multas e danos morais, o MPT decidiu "lançar mão deste novo expediente que é a expropriação da terra e assim buscar e atentar um reposicionamento dos empregadores em relação a esse crime que é um crime que não pode ser tolerado”, explica o procurador. 

Segundo a Assessoria do MPT, desde o resgate destes trabalhadores, foram realizadas duas tentativas de se chegar a um acordo extrajudicial das questões cíveis e trabalhistas, mas, em ambas as audiências, além de não comparecer e apenas enviar representantes legais, o dono da fazenda informou não haver interesse em assinar o acordo, alegando não ser o responsável pela contratação da equipe. 

A orientação do Ministério Público do Trabalho às vítimas é o de aguardarem as notícias quanto ao andamento das ações judiciais. Nenhuma verba rescisória ou acerto financeiro foi acertado aos trabalhadores. 
 

Cidades

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande

Homem teria indicado a posição de Thiago Leite Neves, conhecido como 'Diabolin', no dia do crime

25/03/2025 18h14

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande

Olheiro de pistoleiro do narcotráfico é preso em Campo Grande Divulgação

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No terceiro dia de desdobramento dos casos de homicídio por narcotráfico em Campo Grande, as investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontaram que o suspeito de assassinato de Thiago Leite Neves, conhecido como Diabolin, ocorrida no último dia 10 de março, teria um olheiro, preso na manhã desta terça-feira (25). 

Na ocasião, Thiago e sua companheira estavam em frente à residência do casal, quando foram atingidos por disparos de arma de fogo, realizados por um desconhecido, que estava na garupa de uma motocicleta. 

Durante a investigação, foi descoberto que os executores contaram com o auxílio do olheiro, que indicou a posição da vítima no dia do crime. O homem foi localizado no Parque Lageado. 

Ao ser abordado, ele estava na companhia de outro indivíduo que, ao ser checado nos sistemas policiais, verificou-se ser também um foragido da Justiça.

Ambos receberam voz de prisão e foram conduzidos até a DHPP, onde foram interrogados.

Morte em confronto

Na noite da última quinta-feira (20), um homem, de 22 anos, apontado como o principal suspeito de assassinar Thiago Leite Neves, morreu em confronto com policiais militares do Batalhão de Choque (BPMCHoque), na região da antiga estação Guavira, próximo a BR-060, saída para Sidrolândia, zona rural de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, militares estavam em diligências para apurar uma série de homicídios na Capital, quando localizaram dois homens no local citado, momento este que o criminoso tentou fugir e pulou em uma residência. Os policiais o perseguiram e deram voz de abordagem, mas ele desobedeceu, sacou a arma e atirou contra os militares.

Para se defenderem, revidaram, balearam e desarmaram o homem. Ele tinha mandado de prisão em aberto, estava evadido do sistema prisional e possuía diversas passagens pela polícia, como quatro homicídios, roubo, furto e receptação.

Polícia Civil, Polícia Científica e funerária estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

Participação em outros homicídios

Nesta segunda-feira (23), foi identificado que o cúmplice do atirador morto no último dia 20 de fevereiro, identificado como M.S.R, seria o coautor de outras duas mortes num período de 50 dias.

O primeiro aconteceu no dia 1° de fevereiro, Filipe Augusto de Brito Correa foi morto no interior de uma oficina mecânica, de acordo com M.S.R, o crime teria sido encomendado por um traficante de drogas, que afirmou que a vítima estaria prejudicando-o.

Nesse caso, M.S.R afirmou ser o autor dos disparos, no entanto, ele não revelou a identidade do piloto da motocicleta que o levou até o local do crime, bem como a do mandante.

Já no dia 8 do mesmo mês, Douglas Cosme dos Santos Rocha, conhecido como Cuiabano foi morto com a justificativa de que estaria com dívida por aquisição de drogas. Da mesma forma, M.S.R confessou ser o autor dos disparos, mas não forneceu informação sobre o indivíduo que pilotava a motocicleta utilizada na empreitada.

Em ambos os casos foi utilizada uma pistola calibre 9mm e efetuados múltiplos disparos contra as vítimas.

Outro caso em que M.S.R também está envolvido é no da morte de Thiago Leite Neves, conhecido como Diabolin - executado em frente a sua casa, no bairro Dom Antônio. Neste, M.S.R disse que estaria sendo ameaçado pela vítima, pontuou ainda que ele o monitorou e pilotou a motocicleta que levou o verdadeiro atirador ao local dos fatos.

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