O Congresso Nacional tinha sessão marcada para 11h30 desta quarta-feira (30) para analisar vetos da presidente Dilma Rousseff, mas no fim da manhã os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), e Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda estavam em reuniões em seus gabinetes para decidir se os trabalhos seriam abertos.
Há um impasse com relação a vetos que Dilma impôs nesta tera-feira (29) ao projeto de reforma política. Um dos dispositivos vetados permitia a doação de empresas a campanhas eleitorais, o que é defendido por Cunha. Ele tem interesse em acrescentar esses vetos entre os itens que estão na pauta da sessão do Congresso.
O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), resiste em colocar o veto na pauta de última hora para não contrariar a praxe regimental. Ele argumenta que isso contraria a regra que estabelece que os vetos sejam analisados pelos parlamentares depois de 30 dias a partir da data de chegada ao Legislativo.
Segundo o G1 apurou, na tentativa de negociar uma saída para a situação, Renan poderá sugerir aos líderes partidários que apresentem um requerimento para inclusão do veto na pauta. A manobra tiraria das mãos dele a responsabilidade de colocar o veto em votação. No entanto, para isso, ele precisará convencer Cunha a liberar o plenário para o Congresso. Se isso não ocorrer, o mais provável é que a sessão conjunta seja adiada.
Com base em acordo costurado com líderes na Câmara, Cunha defende que o veto da presidente à legislação eleitoral seja apreciado antes de sexta-feira (2), prazo final para que as novas regras possam valer para a eleição do ano que vem. Pela legislação, qualquer mudança tem que ser aprovada um ano antes do pleito.
Cunha tem a intenção de derrubar o veto presidencial e garantir a doação de empresas a campanhas na eleição do próximo ano. Para um veto ser derubado, são necessários os votos de ao menos 457 deputados e 41 senadores.