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Retrocesso

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Redação

27/04/2010 - 20h05
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No dia 11 deste mês, um policial civil lotado em Campo Grande foi flagrado com 14,5 quilos de cocaína e um carro roubado na BR-262, próximo a Miranda. A placa do veículo, do mesmo modelo e cor aos utilizados pela polícia, era fria, indicando que ele participava de um esquema organizado de narcotráfico internacional. Segundo a Polícia Federal, os passos do agente estavam sendo acompanhados havia dois meses, após denúncia anônima apontar seu envolvimento no tráfico. No último domingo, outro policial, este lotado em Miranda, foi flagrado com pouco mais de cinco quilos de entorpecente procedente da Bolívia. A prisão foi feita pela própria Polícia Civil, que também diz ter recebido denúncia anônima há cerca de um mês detalhando as atividades ilícitas do policial.
 Se os dois casos têm alguma ligação, só  os investigadores sabem dizer. Até agora, são tratados como fatos isolados. Porém, duas descobertas em período curto de tempo, na mesma região, com ambas as detenções acontecendo num domingo, com os policiais levando a droga sem qualquer tipo de disface dentro dos carros são alguns indícios de que algum esquema mais amplo está em curso e envolve funcionários públicos que se aproveitam da condição funcional para ganhar dinheiro fácil com o narcotráfico. Embora somente a Justiça possa dizer se estes dois policiais são ou não culpados, o mínimo que se espera é que seja apurado o possível envolvimento de outros agentes públicos no esquema. E, depois do devido processo legal, a demissão para o bem do serviço público.
 Na semana passada, quatro PMs foram excluídos da corporação porque ficou comprovado seu envolvimento com o narcotráfico. E, em meio às duas prisões de agentes civis, a impressão que resta é que a "podridão" voltou a imperar nos meios policiais. Porém, o simples fato de estas prisões e exclusões terem despertado grande interesse evidencia que se vive outra fase. Há dez ou quinze anos eram comuns as notícias de policiais envolvidos com contrabando, narcotráfico, pistolagem, roubo de carros, queima de arquivo, fuga de presos, cobrança de propina e outros tipos de crimes. Nos últimos anos, contudo, estes fatos estão cada vez mais raros, tanto que ganham manchetes quando acontecem. Se esta situação tem alguma relação com as melhorias salariais tanto da PM quanto da Polícia Civil, não está claro. Porém,  é impossível negar que a coincidência existe, embora bom salário não seja sinônimo de honestidade ou retidão de caráter.
 Ou seja, a imagem das instituições policiais  evoluiu sensivelmente, embora a insegurança e a criminalidade estejam cada vez maiores. Exatamente por isso é que o possível elo entre as duas prisões na região de Miranda precisa ser esclarecido o mais rapidamente possível.

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Empresa revendia carne que estragou durante enchentes no Sul

Ao menos uma pessoa foi presa em Três Rio, cidade localizada no centro-sul do Rio de Janeiro

22/01/2025 15h30

Carnes chegaram a ficar submersas durante enchente no Rio Grande do Sul

Carnes chegaram a ficar submersas durante enchente no Rio Grande do Sul Foto: Divulgação / Polícia Civil RJ

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Uma empresa que funciona em Três Rios, município no centro-sul fluminense, a cerca de 120 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, é suspeita de revender carne que foi encontrada estragada durante as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Policiais civis, da Delegacia do Consumidor, realizaram diligências da Operação Carne Fraca nesta quarta-feira (22) e prenderam uma pessoa em flagrante. De acordo com os investigadores, as carnes chegaram a ficar submersas.

Foram cumpridos ainda mandados de busca a apreensão em endereços ligados a suspeito de participar da quadrilha que comercializou a carne imprópria para o consumo.

Ganhos de 1.000%

De acordo com a investigação, que contou com apoio da Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul, em maio e junho os sócios da empresa se aproveitaram da tragédia para adquirir 800 toneladas de carne bovina que tinham ficado submersas “muitos dias” em Porto Alegre.

Eles alegavam que a intenção era a fabricação de ração animal. No entanto, a investigação descobriu que o destino do produto impróprio era outro. As carnes foram vendidas para outras empresas. A movimentação fez com que o grupo tivesse lucro “de mais de 1.000%”, afirmou a Polícia Civil fluminense, “colocando em risco consumidores de todo o Brasil”.

Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país.

Até a conclusão desta reportagem, a Polícia Civil não tinha divulgado o nome da empresa.

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Onça-pintada é vítima de atropelamento na BR-262 em Corumbá

Segundo o levantamento do Instituto Homem Pantaneiro, com mais esse registro, subiu para 20 o número de mortes do felino, símbolo do Pantanal

22/01/2025 15h15

Divulgação PMA

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Mais uma onça-pintada, símbolo do Pantanal, foi vítima de atropelamento na BR-262, na região do Buraco das Piranhas, em Corumbá. Com mais esse registro, subiu para 20 o número de mortes do maior felino da América Latina por colisão com veículos entre a Cidade Branca e Miranda desde 2016.

O levantamento foi feito pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e retrata como as rodovias afetam diretamente a fauna silvestre.

Para se ter noção, entre maio de 2023 e abril de 2024, o Projeto Bandeiras e Rodovias, do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), registrou o óbito de 2.300 animais no trecho de 350 km entre Campo Grande e a ponte do Rio Paraguai.

Diversas espécies são vitimadas, como tatus, anfíbios, jacarés e cachorros-do-mato, entre outros.

Mitigação

Muito embora tenha sido aprovado, em novembro de 2024, o Plano de Mitigação de Atropelamentos de Fauna pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com o intuito de instalar cercamentos e abrir passagens seguras para os animais, até o momento nada de concreto foi feito.

Com isso, os condutores também ficam expostos a riscos em colisões com animais silvestres, o que demanda a urgência de medidas que evitem episódios desse tipo.

Uma das formas de enfrentamento tem sido a união de esforços de diversas instituições. ICAS, IHP, organizações como Onçafari, Instituto Libio, Instituto SOS Pantanal e Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB) estão mobilizadas para implementar soluções.

Observatório

Desde setembro de 2024, as organizações implementaram o Observatório Rodovias Seguras para Todos, um esforço conjunto que tem o objetivo de monitorar a implementação de medidas que diminuam acidentes entre veículos e animais nas rodovias estaduais e federais de Mato Grosso do Sul.

Entre as áreas prioritárias estão as rodovias:

  • MS-040;
  • MS-267;
  • BR-262;
  • BR-163;
  • BR-267, além das vias no entorno de Bonito.

Outro ponto que será avaliado é o impacto da Rota Bioceânica, assim como as concessões rodoviárias. O presidente do ICAS, Arnaud Desbiez, apontou que cuidados com as rodovias são fundamentais para a mitigação de acidentes:

“A implementação dessas medidas é crucial para a proteção da biodiversidade e a segurança viária. Não é apenas uma questão ambiental, mas de segurança para todos os que utilizam essas rodovias.”

Com a perda de mais uma onça-pintada, fica o alerta sobre a necessidade de ações céleres pela preservação da biodiversidade do Pantanal, garantindo a segurança de motoristas e da fauna.

“É imprescindível que as iniciativas avancem do papel para a prática. Com a união de esforços e a priorização das medidas propostas, é possível construir um futuro mais seguro e equilibrado nas rodovias de Mato Grosso do Sul.”

Em 2021, chegou a ser lançado o Manual de Orientações Técnicas para Mitigação de Colisões Veiculares com Fauna Silvestre, que apresenta orientações práticas para a conservação e segurança nas estradas. No entanto, a falta de implementação ainda limita sua eficácia.

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