Cidades

CIBELE DORSA

Revista 'Caras' chega às bancas sob censura prévia

Revista 'Caras' chega às bancas sob censura prévia

ESTADÃO

30/03/2011 - 00h00
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A edição da revista Caras que chega hoje às bancas é publicada com tarjas pretas nas páginas em que relata o caso da modelo e atriz Cibele Dorsa, que morreu no sábado, aos 36 anos, após se atirar da janela do prédio onde morava, em São Paulo.

As tarjas pretas foram a forma que a editora encontrou para cumprir às pressas uma ordem judicial recebida por volta das 21h30min de anteontem, quando parte da revista já estava na gráfica, proibindo a menção do nome do cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, de 38 anos, em carta que a atriz teria enviado à editora antes de morrer.

O documento seria publicado na íntegra. Na carta, entre outras declarações, a atriz criticava Doda, seu ex-companheiro e pai de sua filha Viviane, de 8 anos. A menina e o outro filho de Cibele, Fernando, de 13, moram com Doda na Bélgica.

"Fomos pegos de surpresa, no fechamento da revista, quando recebemos a carta da juíza nos proibindo de citar o nome do cavaleiro. Por conta do horário, só tivemos tempo de cobrir o nome e o rosto dele com tarjas pretas", diz Luís Fernando Cyrillo Maluf, diretor corporativo da revista.

Para Maluf, a ordem judicial é uma forma de censura prévia. "O engraçado é que todos os outros sites publicaram a carta na íntegra. Por que só a Caras foi prejudicada?" Maluf disse que foi a primeira vez que a Caras recebeu uma decisão judicial nesse sentido. Segundo ele, parte da edição que já estava impressa foi perdida. Agora a editora vai calcular o prejuízo de entregar para o leitor uma matéria incompleta. "Vamos entrar com todos os recursos cabíveis", afirmou.

Ricardo Pedreira, diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), concorda que houve censura. "A associação não entra no mérito do caso em si. Não importa quais são as razões que levaram à proibição. Mas o que a Justiça fez foi censura. Não se pode determinar previamente o que um veículo pode ou não publicar", afirmou.

A mesma opinião é compartilhada por Roberto Muylaert, presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner). "Ordem judicial não pode estabelecer nenhuma restrição. A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição, independentemente do que seja. Os jornalistas e a editora são responsáveis por aquilo que publicam e devem arcar com eventuais consequências", diz Muylaert.

Antônio Carlos Mendes, advogado da família de Doda, diz que a ação judicial foi fundamentada no direito de família para proteger a imagem dos filhos de Cibele, e não a de Doda. "Não é questão de censura. Mas é um absurdo a revista se aproveitar de uma situação dessas. Como uma pessoa que vai tirar a própria vida pode estar em estado normal para deixar uma carta?"

Mendes também disse que Doda pagou um serviço de home care que mantinha duas enfermeiras com Cibele 24 horas por dia. E afirmou que Cibele assinou há menos de 15 dias a renovação de autorização para que os filhos continuassem por mais dois anos na Europa.

Cidades

Na Argentina, grande explosão em complexo industrial deixa ao menos 24 feridos

Ao menos cinco empresas foram atingidas pelas chamas

15/11/2025 16h00

Foto: Ministério de Segurança da Argentina

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Uma explosão em um complexo industrial na cidade de Ezeiza, na Grande Buenos Aires, na noite da sexta-feira, 14, deixou pelo menos 24 pessoas feridas. Não havia confirmação de mortos até o fechamento deste texto.

Vídeos da tragédia mostram trabalhadores correndo do local que aconteceu a explosão, onde funcionaria uma fábrica de tintas e agrotóxicos.

Antes mesmo da explosão acontecer, um incêndio já tomava conta de uma parte do complexo industrial.

Ao menos cinco empresas foram atingidas pelas chamas; uma delas foi completamente reduzida a cinzas.

A explosão aconteceu em local próximo ao Aeroporto Internacional de Ezeiza, o maior terminal internacional aéreo da Argentina.

Uma das rodovias que dão acesso ao local foi fechada por precaução, enquanto cerca de vinte equipes de bombeiros trabalham na área.

Segundo o portal Infobae, entre os feridos estão duas pessoas que moram próximo ao local do incidente: um homem que sofreu um ataque cardíaco e uma gestante apresenta problemas respiratórios causados pela inalação de fumaça.

Trabalhadores do complexo filmaram o momento em que uma grande explosão de luz acontece seguida de um grande estrondo.

O momento foi também captado por câmeras de segurança próximas ao local da explosão e é possível ouvir a onda de choque.

Quem passava de carro também registrou o momento.

Além da grande coluna de fumaça cinza e laranja, é possível ver nas filmagens um poeira brilhante caindo sobre o local.

Segundo a prefeitura do município, equipes de Bombeiros, Defesa Civil, Forças de Segurança e Profissionais de Saúde estavam "trabalhando diante da explosão ocorrida no Polo Industrial de Spegazzini".

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Reajuste

Sem reposição salarial, dentistas da rede municipal decretam estado de greve em Campo Grande

Caso prefeitura não reajuste salários, nova assembleia pode determinar paralisação em 15 dias

15/11/2025 15h00

Foto: Reprodução / Sioms

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Ao menos 265 cirurgiões-dentistas que atuam na rede pública de Campo Grande decidiram, por unanimidade, decretar estado de greve e alertam para a possibilidade de paralisação parcial dos atendimentos caso a Prefeitura não cumpra decisão judicial referente ao reposicionamento do plano de cargos e carreiras, provisionado desde 2022.

A deliberação ocorreu neste sábado (15), durante Assembleia Geral realizada pelo Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms). 

A categoria afirma que o movimento é consequência do descumprimento, por parte da gestão municipal, do prazo judicial para efetivar o reposicionamento salarial determinado pela Justiça, decisão já confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde maio deste ano, a categoria busca reaver ajustes salariais que ficam entre 15% e 68%. 

O descumprimento da liminar que garante a progressão vertical da carreira foi considerado o estopim para a organização da assembleia, uma vez que, segundo o sindicato, os profissionais estão há três anos sem atualização salarial e a não regulamentação do auxílio-alimentação. 

“São três anos sem atualização salarial, a gestão não cumpriu a decisão sobre a regulamentação do auxílio alimentação, mas o estopim de tudo é o descumprimento da decisão judicial sobre reposicionamento de plano de cargos e carreira. Estamos abertos ao diálogo, mas nesse caso do plano de cargos e carreira não há o que questionar, pois decisão judicial não se questiona, se cumpre, e é isso que buscamos”, destacou o presidente do Sioms David Chadid, em nota. 

Neste momento, passa a vigorar multa diária de R$ 1 mil à prefeitura pelo não cumprimento judicial.

Segundo Chadid, a situação é um flagrante desrespeito aos profissionais e destacou que o sindicato está seguindo todos os ritos legais para defender os direitos da categoria. Chadid lembrou que o direito ao reposicionamento exigiu investimento dos profissionais em cursos e especializações, acumulando ao menos cinco anos de estudos.

Durante a assembleia, cerca de 100 dentistas relataram condições precárias de trabalho nas unidades municipais de saúde, incluindo compressores quebrados, falta de insumos básicos, como luvas e rolinhos de algodão, além da pressão crescente sobre os profissionais, fatores que, segundo o sindicato, impactam diretamente a qualidade do atendimento à população.

"O risco de paralisação existe, o objetivo da categoria não é parar, queremos conquistar as demandas já vencidas na Justiça, entretanto, o estado de greve existe justamente para sinalizar uma eventual paralisação, caso a prefeitura não cumpra com os reajustes", destacou ao Correio do Estado.

Cabe destacar que, neste momento, a assembleia aprovou apenas o estado de greve, enquanto os demais pontos, como paralisação de um dia, deflagração de greve por tempo indeterminado e definição do calendário de mobilizações, permaneceram abertos para deliberação futura, seguindo a Lei de Greve e orientação jurídica.

Conforme apurou o Correio do Estado, caso a prefeitura não cumpra com as obrigações, em aproximadamente 15 dias, uma nova assembleia deve oficializar a paralisação dos profissionais nas unidades de saúde da Capital. 

O sindicato informou que comunicará oficialmente o estado de greve ao município e à população. Caso a prefeitura siga sem cumprir a decisão judicial, a categoria afirma que será obrigada a interromper parcialmente os atendimentos odontológicos na rede pública, mantendo apenas cerca de 30% do efetivo, como prevê a lei. 

A decisão vale apenas para os dentistas sindicalizados. Os profissionais interessados em aderir ao estado de greve devem procurar o Sioms, destacou o presidente. 

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