Dourados tem um rio que serve como limite natural com Ponta Porá e Caarapó, porém, a grafia do nome causa discordância e confusão até mesmo no Governo do Estado, para quem o certo é “Rio Dourado”. Em alguns livros aparece a grafia com a utilização da letra “S” e sem “S”.
Porém, um decreto do Governo do então Mato Grosso mostra que o nome certo é no plural. Datado de 26 de abril de 1856, tal decreto orienta a criação da Colônia Militar dos Dourados e tem a seguinte redação: “Hei por bem criar na Província de Mato Grosso mais uma Colônia Militar no ponto em que pelo Presidente da Província for designado na cabeceira do Rio Dourados, confluente do Ivinhema, a qual se regerá pelas Instruções que com este baixam, assinadas por Luiz Pedreira do Couto Ferraz, do Meu Conselho, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império, que assim o tenha entendido e faça executar com os despachos necessários”, diz o documento assinado no Palácio do Rio de Janeiro pelo próprio Imperador Dom Pedro II.
A Colônia em questão fica em Antônio João, onde está a nascente do rio, que nos primeiros quilômetros não é sequer navegável. Foi nessa mesma Colônia que viveu e morreu o próprio Antônio João durante a guerra contra o Paraguai (1864-1870). Ele é tido como herói no Brasil por ter resistido com um pequeno grupo de menos de duas dezenas de soldados contra 365 paraguaios.
Porém, foi por conta do rio que Dourados recebeu o nome. Rio esse que teria sido batizado desta maneira por conta do grande número de peixes da espécie “dourado” que era possível de ser avistada naquelas águas.
Ele faz parte da bacia hidrográfica do Rio Ivinhema (inserida na grande bacia hidrográfica do Rio Paraná) e corre no sentido leste-oeste desde sua nascente, na Serra de Maracaju (atual município de Antônio João), até sua foz no Rio Brilhante. É o rio Dourados, responsável pelo abastecimento de água do segundo maior município do Estado.