Rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul receberão neste ano obras que totalizam R$ 450 milhões. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), é o maior orçamento da história de Mato Grosso do Sul, que deve abranger ações de recuperação, recapeamento, nivelamento do acostamento e manutenção. Alguns dos trechos que apresentam maiores problemas, como a BR-267, entre Bataguassu e Nova Alvorada do Sul, e a BR-163, de Dourados a Mundo Novo, estão entre os que devem receber melhorias. O orçamento atual supera em 36,3% o investido em 2009, quando foram gastos R$ 330 milhões. As obras devem fazer com que o limite de velocidade máxima passe, em alguns trechos, de 80 quilômetros por hora para 100 km/h, adiantou o superintendente substituto do DNIT, Guilherme Alcântara de Carvalho, chefe do serviço de Engenharia. Ele detalhou as ações previstas para as principais rodovias. A mais importante delas, a BR-163, que atravessa de norte a sul o Estado, apresenta situações distintas em seus 850 quilômetros de extensão. Conhecida como “rodovia da morte”, é responsável por grande parte dos acidentes graves ocorridos nas estradas, principalmente no trecho norte. Tem intenso fluxo de carretas bitrens, que transportam a produção agrícola no Norte do País em direção às regiões Sul e Sudeste. Da divisa do Paraná com Mato Grosso do Sul até Dourados, cerca de 256 quilômetros, encontra-se o “gargalo” da BR-163. Não há acostamento e, a partir de maio, começa a recuperação imediata, a um custo de R$ 70 milhões, segundo o DNIT. O melhor trecho é entre Dourados e Campo Grande, que recebeu obras nos últimos três anos. O acostamento foi nivelado e, nas subidas, há possibilidade de os veículos mais pesados desviarem para a esquerda, deixando a pista da direita para os carros de passeio, por exemplo. Os pontos em que havia acúmulo de água das chuvas, nas curvas, que poderiam provocar acidentes, foram corrigidos, garante a superintendência local. O próximo alvo será entre a Capital e o posto da PRF, no km 21, que também terá o acostamento nivelado à pista. “Pela primeira vez, faremos um trabalho de proteção do asfalto, nos antecipando aos problemas, em grande parte da 163. Será feito um microrrevestimento com polímero, uma camada de 1,5 centímetro que protege o asfalto e dá uma sobrevida à pista, por cerca de dois anos”, afirmou Guilherme Alcântara. O investimento para esse trabalho será de R$ 50 milhões, ainda em 2010. De Campo Grande a Sonora, na divisa com Mato Grosso, com 380 quilômetros, o mesmo trabalho de nivelamento vem sendo feito, deixando a plataforma com 12 metros de largura. Para este trabalho, o investimento chega a R$ 130 milhões, com emendas federais. Duplicação Reivindicação de parte da sociedade que, inclusive, lançou uma campanha local, é a duplicação da BR-163. O DNIT não descarta essa possibilidade que deve demorar, pelo menos, cinco anos para se tornar um projeto.